Bill Gates alerta sobre o futuro das profissões e o impacto da IA. Descubra como tecnologia, ética e resistência podem moldar o mercado de trabalho e a educação.
Tudo o que vemos em charges – e não apenas nelas –, em entrevistas com os grandes nomes do Vale do Silício, é que deveríamos manter nossos jovens afastados das tecnologias*.
Então, será que devemos acreditar que Bill Gates e outros gênios talvez estejam manipulando nossos hábitos e comportamentos?
Em uma bombástica notícia publicada recentemente, Bill Gates teria afirmado que profissões como Direito, Medicina, ou, melhor, que “médicos e professores” serão substituídos pela IA em até 10 anos, tornando humanos desnecessários.
É claro que as notícias andam de lado e que toda verdade tem pelo menos três versões, mas o que desafia as nossas reflexões é o contexto da mensagem. Terá o gênio na Microsoft feito um alerta, terá ele exercido as funções de “neo” Nostradamus ou ele simplesmente quer que acreditemos? Destaco, mais do que nunca, que o debate da ética se faz necessário.
IA no Direito do Trabalho: resistência ou aceitação?

O texto de hoje vai além de questionar, por exemplo, na seara do Direito do Trabalho, a substituição de humanos por máquinas. A provocação passa pela reflexão da troca de um ser humano de call center por um chatbot, seja pela escassez de mão de obra, seja pela oportunidade de reduzir custos, passivo trabalhista e melhorar a qualidade do atendimento ao usuário. Isso nos leva a questionar nossa posição de resistência.
Do mesmo modo que Gates pode estar construindo uma argumentação, eu prefiro defender que, lutando contra as grandes corporações que visam exclusivamente resultados, em algum momento muito próximo, decidiremos que o uso excessivo das IAs é predatório e constrói o fim da humanidade como a conhecemos.
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O impacto no mercado de trabalho
Passando por esse ponto, me pergunto: onde estão hoje aqueles que antes eram operadores de telemarketing? Esse mercado foi o que mais fechou vagas em 2022, nitidamente pela integração das IAs**. Claro... Essa foi uma divagação, uma daquelas que passam pela minha cabeça enquanto escrevo.
No Direito, sabemos que existe uma luta contra práticas abusivas do marketing e do jornalismo, que direcionam notícias e publicidade para conduzir conclusões, sugerir comportamentos e determinar hábitos de consumo. Já falamos sobre isso aqui na coluna. Mas do ponto de vista da condução e da aceitação do comportamento humano, ainda não.
Bill Gates: profeta ou estrategista?
Aonde quero chegar: estaria o gênio Gates proclamando uma nova verdade para que ampliássemos nossa resiliência, aceitando a inevitável realidade? Estaria ele antecipando essa realidade para que a fluidez do interesse rodasse com mais simplicidade? Por fim, estaria ele reduzindo as barreiras de entrada de uma realidade que pretende construir? Os papas da tecnologia estão conscientemente sepultando a sociedade?
Consciência e regulação: caminhos necessários
Na minha visão, todo assunto que envolve mercado, economia, tecnologia e comportamento humano merece ser tratado à base de consciência, regulação e uma dose de pensamento esquizofrênico (psicólogos e psiquiatras que me perdoem, estou usando a expressão com licença poética). O exercício da lucidez fica cada dia mais difícil à medida que as tecnologias se normalizam em nosso cotidiano.
Livro: Economia do Compartilhamento
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