MEC busca garantir a qualidade na formação docente diante do aumento de licenciaturas EAD no Brasil. Saiba como isso pode impactar o futuro da educação!

Com a recente publicação do Censo da Educação Superior 2023 pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do Ministério da Educação, um dado causou um alerta nos especialistas em educação: a crescente preferência por cursos de Educação a Distância (EAD) para a formação de docentes no Brasil. 

De acordo com o documento, que consolidou números e tendências analisados durante todo o ano de 2023, 67% dos futuros docentes estão atualmente em formação através da modalidade EAD, especialmente nas áreas de pedagogia e outras licenciaturas essenciais para a educação básica do país. 

Os dois lados da história 

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Não se pode negar que a educação a distância tenha facilitado o acesso ao ensino superior, trazendo flexibilidade para estudantes que enfrentam desafios geográficos e financeiros e que, sem essa opção, estariam destinados a abandonar o sonho de uma formação superior. 

Mas, mesmo que seja uma importante ferramenta na democratização do acesso à educação, na prática, tem-se observado que essa alternativa apresenta limitações significativas quando se trata da formação de novos docentes.  

Isto porque a prática pedagógica exige experiências diretas e interações intensas com estudantes e colegas e, embora a prática possa ser emulada até certo ponto em ambientes virtuais, sofre com a falta do contato humano na modalidade em que grande parte do aprendizado é virtual, individualizado e que pode ser consumido a qualquer tempo ou local. 

Essa parte prática, então, ficaria diluída demais nos cursos EAD e, segundo pode-se constatar do apontamento do Inep, a alta adesão ao ensino à distância na formação de docentes "fragiliza" as graduações, o que pode acabar comprometendo a qualidade do ensino básico e fundamental que será oferecido no futuro, principalmente nas escolas de ensino básico e médio. 

Leia também: 👉 EAD rumo à liderança: Ensino superior a distância deve superar o presencial em 2025   

Sobre a decisão do MEC 

Em resposta a essa tendência, o Ministério da Educação (MEC) implementou novas regulamentações para tentar garantir o aumento da eficácia da formação dos futuros docentes, garantindo que eles tenham a mesma carga experimental necessária de seus colegas que optaram por fazer o curso 100% em modelo presencial. 

A partir de agora, será exigido que ao menos 50% da carga horária desses cursos seja presencial, uma medida destinada a fortalecer a experiência prática e a vivência pedagógica dos estudantes.  

O texto do MEC visa não só melhorar a qualidade do ensino como garantir que os futuros docentes estejam melhor preparados para a sala de aula, com habilidades desenvolvidas e testadas em ambientes e situações que simulem mais fielmente a realidade que esse profissional enfrentará. 

A decisão do MEC também pretende reduzir a lacuna entre a formação teórica e prática dos futuros docentes, que é um aspecto essencial para que esses profissionais possam lidar com as complexas dinâmicas cotidianas da educação básica.  

Leia também: 👉 Portaria nº 528: impactos no ensino superior e o futuro da EaD  

A interação presencial permite que os estudantes apliquem os conceitos teóricos em um ambiente supervisionado, recebendo orientações diretas e feedback em tempo real, o que torna essas experiências formativas essenciais para consolidar as competências necessárias ao professorado, sobretudo em um país onde a qualidade do ensino já enfrenta desafios bastante expressivos. 

A introdução dessas regulamentações pode ser um divisor de águas para a qualidade da formação docente no Brasil, mas, como ressaltou o MEC, é necessário que os cursos se adaptem rapidamente para atender a esses novos padrões de formação. 

Vale lembrar que a expansão da busca e adesão pela modalidade de EAD já vem atraindo a atenção do MEC desde a pandemia e já foi, anteriormente, alvo de uma ação do órgão ministerial com objetivo de controlar a quantidade de cursos ofertados para não decair a qualidade do conteúdo de formação por ele ofertado. 

e-book transição de cursos presenciais para digitais

 

Referências

https://sbtnews.sbt.com.br/noticia/brasil/censo-superior-2023-67-dos-professores-em-formacao-estudaram-a-distancia-em-2023 

https://jeduca.org.br/noticia/censo-da-educacao-superior-2023-indica-expansao-da-ead-e-traz-novo-dado-sobre-acesso#:~:text=Forma%C3%A7%C3%A3o%20de%20professores&text=Em%202023%2C%20nos%20cursos%20de,pedagogia%20s%C3%A3o%20na%20modalidade%20EAD 

https://www.apufsc.org.br/2024/10/04/67-dos-professores-em-formacao-estudam-em-cursos-ead-diz-inep/#:~:text=67%25%20dos%20professores%20em%20forma%C3%A7%C3%A3o%20estudam%20em%20cursos%20EAD%2C%20diz%20Inep,-04/10/2024&text=Em%202023%2C%20nos%20cursos%20de,tornam%20as%20gradua%C3%A7%C3%B5es%20mais%20fr%C3%A1geis 
 
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2024/10/03/censo-da-educacao-superior-2023.ghtml 

https://cnte.org.br/noticias/nova-regra-exige-50-de-carga-horaria-presencial-em-cursos-de-formacao-de-professores-61fc#:~:text=Nova%20regra%20exige%2050%25%20de,forma%C3%A7%C3%A3o%20de%20professores%20%2D%20CNTE%2DCUT 

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