A inteligência artificial transforma o ensino, mas a conexão humana continua sendo essencial para uma educação integral e significativa
- A Inteligência Artificial (IA) no ensino superior
- Tecnologia e conexão humana no ensino
- O Futuro da docência na era digital
- IA e o estímulo à leitura como estratégia de ensino
A educação superior está passando por uma revolução com o avanço das tecnologias emergentes, especialmente a inteligência artificial (IA), que já começa a transformar a sala de aula de maneira significativa. No entanto, em meio a essa transformação, surge um grande desafio: como equilibrar o uso dessas inovações com a conexão humana que é essencial para a formação de alunos capazes de enfrentar as complexidades do mundo real.
Realizamos uma entrevista muito especial com Neurismene Oliveira, Mestre em Educação e atualmente coordenadora geral de graduação da Faculdade CDL, que é cliente da Biblioteca Virtual Pearson desde 2021.
Nesta entrevista, abordamos o papel fundamental dos professores na era da inteligência artificial, onde a tecnologia pode ser uma grande aliada no processo de ensino-aprendizagem, mas que nunca substituirá a presença e a sensibilidade de um educador. A IA permite personalizar o aprendizado, automatizar tarefas e oferecer recomendações personalizadas, mas são os professores que, com sua visão crítica e empatia, conseguem mediar essas tecnologias de maneira a promover uma experiência educativa rica, integrada e humanizada. Acompanhe a entrevista completa!
A Inteligência Artificial (IA) no ensino superior
1 – Como você enxerga o impacto da Inteligência Artificial na educação superior nos últimos anos?
Professores precisam estar à frente, pensando na tecnologia como aliada. Assim, o desafio da IA é superar a informação com opinião, reflexão e criticidade.
2 – Na sua opinião, de que forma as ferramentas de IA podem melhorar a experiência de aprendizagem dos alunos?
Podem ser usadas como ponto de partida para ampliação de conhecimentos. Romper a mera busca de informação e alcançar posicionamento crítico e diferenciado.
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Tecnologia e conexão humana no ensino superior
3 – Na sua opinião, qual é o papel do professor em um ambiente de ensino cada vez mais mediado pela tecnologia?
O professor precisa ser mediador de conhecimento, curador de bases de pesquisa e motivador para superação individual.
4 – Quais estratégias você utiliza para garantir que a tecnologia não substitua a empatia e o diálogo nas aulas?
Nada substituirá a relação entre alunos e professores. Pautada sempre na responsabilidade de ensinar e na afetividade do acompanhamento de aprendizado e descobertas. As trocas permitem que o ensino e a aprendizagem sejam constantes, crescentes. Só se consegue essa perfeita sintonia com comunicação e afetividade.
5 – Como tem sido o seu processo de adaptação e dos seus alunos frente às novas tecnologias?
Sinto-me inspirada pelas novas tecnologias. Há muito tempo ensinar deixou de ser apenas passar conhecimentos adquiridos.
6 – Quais habilidades interpessoais você considera essenciais para que os professores mantenham a proximidade com os alunos em um ambiente virtual ou híbrido?
Como professora de disciplina EAD, vejo que é preciso encontrar um caminho para que alunos se sintam confortáveis para "acessar" o professor sempre que precisarem. Então, o professor precisa ter sensibilidade para entender a necessidade do aluno.
O Futuro da docência na era digital
7 – Em quais áreas você vê o maior potencial de colaboração entre professores e inteligência artificial?
Todas. O potencial da era digital não se limita, não se afunila, não tem área. Alunos e professores precisam acreditar que o futuro já chegou e dele se beneficiar.
8 – Como as instituições de ensino superior podem apoiar os docentes na transição para o uso de tecnologias emergentes como a IA?
Os professores precisam ser motivados a conhecer e usar metodologias novas, tecnológicas. As IES precisam criar espaços para isso.
9 – Quais inovações tecnológicas você acredita que terão o maior impacto na forma como os docentes planejam e conduzem suas aulas?
O aumento das possibilidades de interação em ambientes virtuais precisa ser repensado. Quando isso estiver consolidado, trazendo para alunos e professores uma experiência satisfatória, os ambientes virtuais se tornarão mais atrativos.
IA e o estímulo à leitura como estratégia de ensino
10 – Qual a importância do incentivo à leitura em um cenário onde as tecnologias digitais são dominantes?
A leitura é o único caminho seguro para o crescimento pessoal e profissional. Esse incentivo faço todos os dias. É o que acredito incontestavelmente. Sou a prova de que a leitura abre portas, cria perspectivas e muda vidas.
11 – Na era digital, você acredita ser possível a criação de uma cultura de leitura entre os estudantes universitários? Cite suas principais ideias de implementação.
Tenho que acreditar. É nisso que pauto o meu trabalho. O incentivo à leitura é fundamental. Ideias? Todos os dias temos uma nova. Círculos de leitura em vários níveis, virtuais inclusive. Com formatação variada para atender a tipos diferentes de leitores. Essa é a base. Metodologias várias.
12 – Na sua opinião, como as tecnologias digitais, como IA e algoritmos personalizados, podem ajudar os professores a recomendarem conteúdos mais relevantes para seus alunos?
Acho interessante que isso já seja bastante usado. Como acontece nas Plataformas de streaming, a sugestão de leitura baseada em escolhas e uma resenha para fisgar o leitor são ótimas. Outro exemplo é o excelente recurso inovador lançado recentemente na plataforma Biblioteca Virtual Pearson em que os alunos recebem sugestões de leitura com base nas suas preferências e comportamentos.
13 – Como você vê o papel do professor na mediação entre as recomendações automatizadas de leitura e o desenvolvimento do pensamento crítico dos estudantes?
O professor pode validar as recomendações. O professor pode reforçar e sugerir reflexões sobre leituras propostas. E sugerir outras que sejam coincidentes, complementares, ou opostas.
14 – Deixe um conselho: O que os professores podem fazer para se preparar para essa nova era digital?
"Aos professores desejo tecnologias que deem amparo ao seu desejo de ensinar e que sejam motivação para seus alunos."
Os professores estão adaptando suas práticas pedagógicas para alavancar as novas ferramentas tecnológicas e, ao mesmo tempo, precisam garantir que a formação de seus alunos seja integral — não apenas em termos de conhecimento técnico, mas também no desenvolvimento de habilidades interpessoais, pensamento crítico e responsabilidade social.
O equilíbrio entre inovação e conexão humana se torna cada vez mais necessário para que a educação superior continue relevante e significativa. Descobrimos, por meio dessa conversa, como os docentes podem ser os verdadeiros protagonistas dessa transformação e verdadeiros promotores da leitura.
A inteligência artificial trouxe sim inovações importantes, como a personalização da aprendizagem e o uso de dados para melhorar o desempenho acadêmico, mas a essência da educação ainda reside na relação entre professor e aluno. O papel dos docentes se transforma para incluir novas habilidades e tecnologias, porém, sua capacidade de inspirar, mediar conflitos e promover um ambiente de reflexão crítica e empatia continua insubstituível.
Na era digital, o equilíbrio entre inovação tecnológica e humanização será o diferencial para preparar estudantes para um futuro dinâmico e desafiador.
Neurismene Oliveira
Coordenadora-geral de graduação da Faculdade CDL, professora de Comunicação Empresarial, História da África História Indígena e Metodologia Científica. Mestre em Educação e formada em Letras. Acredita no poder transformador da leitura e da educação.
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