No mês dos professores, a Pearson Higher Education realizou uma entrevista exclusiva com Alexandre Gracioso para conhecer sua história na área da docência.  


  1. A influência da família no caminho da docência 
  2. A inspiração que o motivou a lecionar 
  3. Então, o que é ser professor?  
    3.1. Qual é sua visão sobre o papel do professor hoje? 

Alexandre Gracioso é um líder experiente no setor de educação superior, com mais de 20 anos de atuação em instituição de ensino superior. Como Vice-presidente Acadêmico na ESPM, consolidou a posição da instituição como referência em qualidade acadêmica e inovação no Brasil. Percebeu a carência no desenvolvimento em competências comportamentais e cognitivas entre os universitários e liderou a criação de um eixo de competências do século XXI que transformou significativamente a composição dos programas de graduação da instituição. 

Doutor em Administração pela FGV-EAESP, com MBA pela Universidade de Rochester e formação em Liderança Acadêmica pela Universidade de Harvard, Alexandre destaca-se na capacitação docente e na implementação de padrões de qualidade. Seu estilo de liderança valoriza a diversidade e o desenvolvimento humano. Como professor e pesquisador, tem interesse nas áreas de Liderança Transformacional e Consciente, Inovação Pedagógica e técnicas contemplativas aplicadas à aprendizagem. Atualmente, é sócio da Ideasense, empresa focada em capacitação corporativa no universo das soft skills e life skills.

A influência da família no caminho da docência 

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Por que eu me tornei professor? Por que eu escolhi a carreira docente? A minha família teve uma tradição de educação. Além dos meus pais valorizarem muito a educação, existem pelo menos dois professores na minha família. 

Mas o meu bisavô materno, na Itália, era professor. O meu pai foi professor. Minha família veio da Itália, como tantas. Em 1910, minha família chegou no Brasil, em São Paulo, foram para a Mooca. Meu pai e minha mãe eram de cidades diferentes. 

Meu pai da região no Sul, minha mãe da região Norte. Foram se conhecer aqui em São Paulo. Aqui, meu avô paterno era mestre sapateiro. Meu avô materno vendia vinho de carroça na Mooca. Ele importava vinho barrica e vendia na rua, na Mooca. 

E sempre dando muita importância que os filhos se educassem. Que os filhos estudassem e se educassem. E tanto minha mãe quanto meu pai, eles tiveram a chance de fazer curso superior. 

Meu pai acabou seguindo carreira. O costume naquela época era assim que a mulher engravidasse, tinha filho, parar a carreira para cuidar dos filhos. Não tinha outra opção. Então, minha mãe era uma mulher muito inteligente que sempre valorizou a educação, mas acabou parando a carreira para trabalhar em prol da família, em prol do progresso familiar. 

Ela nunca lamentou isso. Mas talvez eu lamente que ela não pôde expressar toda a capacidade que ela teria para ter uma carreira para além do apoio à família e o apoio ao meu pai. Ela sempre demonstrou muita tranquilidade e muita felicidade no que ela fazia em prol da família. E com as escolhas dela. Meu pai, então, seguiu carreira. 

Inicialmente em administração, depois na propaganda. Foi um publicitário muito famoso. Na década de 1970, ele já estava dando aula na ESPM, que ele veio a presidir a partir de 1981. Enfim, aí foi a última fase da carreira dele. Uma fase longa. 

Ele presidiu a ESPM até 2007. E com isso, consolidou a carreira, e consolidou as condições que ele deu à família. O meu tio, irmão do meu pai, a mesma coisa. 

Os dois começara a trabalhar na Antártica. Meu pai, em algum momento, inclusive, Antártica naquela época, na década de 1950, tinha fazendas de café. Ele supervisava as fazendas de café da Antártica. Fez uma atuação muito diferente lá, já que sempre gostou de campo. 

E o meu tio já na área de vendas. Meu tio seguiu carreira na Antártica, na área de vendas. Participou da fusão que criou a Ambev. Enfim, ele teve uma carreira também muito bem-sucedida lá. Além disso, sempre reputou esse sucesso profissional que ele teve à educação. 

E sempre meu avô materno, minha avó materna, sempre insistindo para que eles seguissem o estudo e se dedicassem aos estudos. Então, na minha família, em duas gerações, se eu pegar meus pais primeira geração e eu segunda geração. Em duas gerações, mudou totalmente a história da família. 

Graças ao esforço do meu avô de educar os filhos, graças ao esforço dos meus pais também de passar à frente essa ética do trabalho, essa ética da educação, essa preocupação com a educação, eu, meus irmãos, enfim, a gente já pôde crescer em condições muito diferentes e almejar carreiras muito mais sofisticadas do que eles almejaram na época deles. Então, em duas gerações, a história da família mudou totalmente. Então, essa é a importância e o impacto da educação na minha família que me levou a atuar na docência. 

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A inspiração que o motivou a lecionar 

Eu cresci com a minha mãe contando as histórias de professor da família dela, meu pai contando as histórias do professor dele e, especialmente na faculdade, eu conheci professores que eu considerava pessoas muito interessantes, pessoas que tinham atuações profissionais que eu gostava de ouvir. 

Eram pessoas que combinavam uma atuação no mercado, às vezes como consultor, como executiva, com atuação em sala de aula, e eu achava aquilo muito interessante, eu realmente me inspirava naqueles exemplos. Eu pensava: “Poxa, tá aí algo que eu gostaria de fazer.” 

E depois que eu me formei, me formei em administração, eu tive vários anos como consultor. Em 2001 eu já dava aula na ESPM, como professor horista, eu comecei a dar aula lá em Estatística e Finanças em 95. E então, surgiu a oportunidade, me fizeram um convite para assumir uma cadeira de funcionário de tempo integral na escola para trabalhar com implantação de sistemas e de serviços a estudantes. 

Naquela época, a gente está falando de quase 25 anos atrás, por exemplo, matrícula pela web, tudo isso era absolutamente novidade, não se falava nisso. Então, eu comecei a implantar serviços a estudantes, automatizar serviços de secretaria, automatizar operações lá no início da década de 2000, e eu acabei naquele momento fazendo uma opção de seguir carreira em instituição de ensino 

Nunca deixei a sala de aula, combinei a atuação executiva com a sala de aula na ESPM. Eu sempre gostei muito das duas frentes de trabalho, mas a sala de aula para mim tem um encanto que acho que nenhuma outra atividade para tem igual, é na sala de aula que eu me sentia realmente contribuindo com a sociedade, contribuindo com as famílias que confiavam as suas filhas, os seus filhos à instituição, é na sala de aula que eu sentia que eu estava cumprindo um papel realmente importante 

Então, o que é ser professor?  

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Eu acho que ser professor é, conscientemente ou não, é inspirar as novas gerações. 

Eu acho que ser professor é a gente trabalhar em prol da melhoria da sociedade e da motivação dos jovens, em qualquer nível que a gente estiver falando. Desde a educação básica, ensino médio, ensino superior, ensino profissional, aprendizagem profissional, é a gente ter a oportunidade de ter um pedacinho da gente seguindo com aquelas pessoas e, quem sabe, ajudando-as a encontrar caminhos novos na vida.  

Então, eu respeito muito o papel do professor, eu gosto muito de estar com professores, para mim são profissionais incríveis que me inspiraram, me ajudaram a transformar a vida da minha família, ajudaram eu a repensar meus caminhos e é essa a natureza básica. 

Qual é sua visão sobre o papel do professor hoje? 

A minha visão hoje é de que o educador deve ser um agente transformador na vida dos alunos. Acredito que o professor não deve apenas transmitir conhecimento, mas também inspirar e motivar os estudantes, ajudando-os a desenvolver habilidades críticas e a se tornarem cidadãos conscientes e ativos na sociedade. 

Vejo a importância da educação na formação do caráter e na construção de um futuro melhor, tanto para os alunos quanto para a sociedade como um todo. O professor é alguém que deve estar sempre em busca de atualização e inovação, adaptando-se às novas demandas e desafios do mundo contemporâneo. Essa abordagem reflete uma compreensão profunda do papel do educador como facilitador do aprendizado e como modelo a ser seguido pelos alunos. 

Assista abaixo uma mensagem especial de Alexandre Gracioso a todos os professores.

 

 

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Alexandre Gracioso

Profissional com mais de 20 anos de experiência no ensino superior. Especializou-se em aprendizagem, desenvolvimento de competências socioemocionais e formação de líderes.

 

 

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Constantemente criando e inovando em soluções educacionais para ajudar as instituições de ensino a prosperarem no mercado de Educação Superior.

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