Lifelong learning é um conceito importante para a competitividade na vida profissional. Descubra como ele impacta a vida do estudante universitário.
- Educação antes da lifelong learning
- O que é lifelong learning?
- Por que a lifelong learning é tão importante hoje em dia?
3.1 Evitar a obsolescência do trabalho
3.2 Expandir o leque de oportunidades em outros setores - Como a lifelong learning impacta os estudantes universitários?
4.1 Desenvolvem habilidades autodidatas
4.2 Adquirem um interesse genuíno por aprender
4.3 Reivindicam a visão do aprendiz sobre o especialista
Lifelong learning é a filosofia de aprendizagem ao longo da vida. Hoje, mais do que nunca, é essencial que as instituições de ensino superior motivem os estudantes universitários a praticá-la e a aproveitar seus benefícios.
Convidamos você a descobrir por que a lifelong learning é tão relevante hoje e como essa filosofia pode impactar a vida dos estudantes do ensino superior durante e após a conclusão da trajetória universitária.
Educação antes da lifelong learning
Até o final do século XX, a formação universitária representava o fim do ciclo da vida acadêmica. Ter um diploma profissional era suficiente para se inserir no mundo do trabalho e ter acesso a boas oportunidades de emprego.
Para as gerações anteriores, terminar a universidade também era a etapa final do processo de aprendizagem. Compreendeu-se que a partir desse momento novos conhecimentos poderiam ser adquiridos por meio de treinamento e da experiência de trabalho.
Dessa forma, a educação formal era substituída por jornadas de instrução profissional, ou seja, por meio de aprendizado específico para desenvolver habilidades diretamente relacionadas às necessidades de uma empresa ou área de atuação.
No entanto, no início do século XXI, a tendência profissional mudou radicalmente: a formação universitária continuou a ter prestígio, mas já sem o mesmo valor diante de um mercado de trabalho que exigia cada vez mais pessoal em constante aprendizagem ao longo da vida.
Hoje, as estatísticas de desemprego entre a população universitária são um exemplo claro da importância da lifelong learning. De acordo com o Global Employment Trends for Youth 2020, na América Latina e no Caribe:
Há 9,4 milhões de jovens desempregados, 23 milhões não estudam nem trabalham, e mais de 30 milhões só encontram emprego na informalidade.
O relatório foi apresentado no início do surto de Covid-19. Portanto, devemos considerar que, atualmente, os efeitos socioeconômicos da pandemia global afetaram ainda mais os números do desemprego entre a população universitária.
Em meio a esse cenário, qual é a recomendação que os especialistas fazem aos jovens que estão concluindo a graduação ou que já estão em busca de emprego? A recomendação é: continue aprendendo. Mantenha-se em constante formação profissional, ou seja, transforme a lifelong learning sua melhor estratégia para enfrentar os desafios do presente e do futuro.
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O que é lifelong learning?
O termo em inglês refere-se a um processo de aprendizagem ao longo da vida e a uma filosofia focada em permanecer em constante treinamento, seja por meio de cursos, treinamentos, diplomas ou uma carreira alternativa.
É necessário salientar que o conceito é relativamente novo, pois durante muitos anos se considerou que a educação ao longo da vida não era realmente necessária para se obter um bom emprego ou melhorar as condições de trabalho.
De fato, para as gerações passadas, não era bem-visto que os jovens estendessem o próprio período de aprendizagem: era comum os pais – ou a sociedade em geral – considerarem que continuar a estudar indefinidamente era uma forma de “evitar responsabilidades” e dar o próximo passo para entrar no mundo do trabalho.
Agora sabemos que a situação é muito diferente. Como mostram as estatísticas, a aprendizagem ao longo da vida não apenas é importante, mas indispensável para que os jovens universitários se enquadrem no mundo do trabalho, cada vez mais exigente e competitivo.
Embora à primeira vista pareça que o termo se refira apenas a permanecer em constante aprendizado, o conceito é muito mais complexo, pois um verdadeiro processo de aprendizagem ao longo da vida requer certos recursos e características para ser cumprido com sucesso.
Por que a lifelong learning é tão importante hoje em dia?
A resposta mais óbvia tem a ver com a possibilidade de abrir novas oportunidades de emprego para jovens universitários, tornando seus perfis profissionais mais atrativos e mais competitivos, mas há outras razões que também devemos levar em conta. Confira:
1. Evitar a obsolescência do trabalho
De acordo com Roger Kaufman, especialista em tecnologia educacional, a obsolescência do trabalho ocorre de duas formas:
- Obsolescência das habilidades físicas: refere-se à diminuição das capacidades do indivíduo em termos de desempenho físico, por conta da deterioração natural.
- Obsolescência das habilidades intelectuais: quando habilidades e outros recursos (como técnica e experiência) não são mais necessários ou são substituídos por outros recursos mais inovadores.
A aprendizagem ao longo da vida não serve apenas para manter-se atualizado em uma empresa, mas também para estar preparado diante de mudanças tecnológicas drásticas e poder considerar novas oportunidades em outras áreas.
2. Expandir o leque de oportunidades em outros setores
O autor Robert Kiyosaki popularizou o conceito de “corrida de ratos” para se referir a um modo de vida em que as pessoas vivem fazendo a mesma coisa: tendo as mesmas dívidas e fazendo o mesmo trabalho, porque não têm a visão de mudar a paisagem, como se estivessem correndo dentro de uma ratoeira.
Algo semelhante acontece com muitos universitários que não continuam aprendendo depois de terminar a universidade: quando param de descobrir coisas novas ou ignoram outros aprendizados (inclusive quando são diferentes dos de sua carreira), começam a reduzir o leque de oportunidades, e isso fará que eles sejam gradualmente descartados pelas empresas por não possuírem outras habilidades.
Na Pearson Higher Education, temos o propósito de promover a lifelong learning, por meio de soluções efetivas que fazem a diferença para toda a comunidade acadêmica. Assista ao vídeo:
Como a lifelong learning impacta os estudantes universitários?
Embora o objetivo da lifelong learning esteja diretamente relacionado à possibilidade de abrir mais oportunidades de emprego e profissionais, na realidade o impacto e os benefícios para os estudantes universitários são muito mais amplos.
A aprendizagem ao longo da vida não é apenas uma filosofia de formação continuada; implica também uma mudança radical no pensamento universitário, uma vez que motiva os jovens a romper com o velho paradigma da educação como um processo que começa e termina na sala de aula.
Especialistas em educação, como Ken Robinson, alertaram sobre a necessidade de mudar esse modelo educacional herdado da Revolução Industrial, no qual as aulas e os métodos de estudo eram sistemáticos e padronizados, mais parecidos com uma fábrica de montagem do que com um espaço de geração de conhecimento.
Os alunos que aderem ao modelo de aprendizagem ao longo da vida tendem a melhorar seus processos de aprendizagem sob vários ângulos:
1. Desenvolvem habilidades autodidatas
Uma pessoa autodidata é, por definição, alguém que tem uma disposição genuína e vontade de aprender por si mesma. Uma competência que está diretamente relacionada com a lifelong learning, pois, à medida que os jovens universitários se identificam com a aprendizagem contínua, exercem competências essenciais como a organização, a autodisciplina e o compromisso com o conhecimento a longo prazo.
2. Adquirem um interesse genuíno por aprender
Devemos reconhecer que aprender não é um processo fácil, especialmente quando não há disposição natural para querer aprender sem benefício imediato. Na educação tradicional, as notas adquirem muita importância, o que faz os alunos se preocuparem mais em tirar boas notas do que em aprender alguma coisa.
A lifelong learning recupera o objetivo principal da educação, fazendo os alunos se concentrarem principalmente nos benefícios da aprendizagem e em seus efeitos práticos, acima das notas de avaliação.
3. Reivindicam a visão do aprendiz sobre o especialista
Pelo bom senso, temos a ideia de que ser especialista é uma qualidade muito valorizada. No entanto, nos últimos anos o mercado de trabalho mudou essa visão: hoje, as empresas consideram quem está disposto a aprender coisas novas como aquele com maior potencial, em detrimento de especialistas que geralmente assumem que não precisam aprender mais.
“Na mente do iniciante há muitas possibilidades; na mente do especialista há poucas”, diz Shunryu Suzuki em seu livro Zen Mind, Beginner's Mind, no qual fala sobre a importância de ter sempre a mente aberta e estar pronto para aprender constantemente e sem limites – uma atitude que os estudantes universitários muitas vezes desenvolvem por meio da lifelong learning.
É verdade que ainda existem instituições de ensino superior que continuam aderindo ao modelo tradicional, gerando nos alunos a ideia de que, uma vez concluído o curso, o processo de aprendizagem estará encerrado.
Entretanto a tendência atual não deixa dúvidas: as universidades que não mudarem seu paradigma de aprendizagem para um modelo de educação ao longo da vida irão desaparecer gradualmente por conta da falta de competitividade e adaptação às necessidades que os estudantes universitários demandam atualmente.
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Referencias
Eisman, L. B., Moreno, E. M. O., & Gijón, G. G. (2009). Lifelong learning: diferentes contextos, diferentes situaciones. Revista de Investigación Educativa, 27(1), 185-202.
Martínez-González, J. S. (2020). Ken Robinson. Una mirada al interior del modelo educativo fomentando la creatividad. Con-Ciencia Serrana Boletín Científico de la Escuela Preparatoria Ixtlahuaco, 2(3), 16-17.
Kiyosaki, R. T. (2012). Padre rico padre pobre para jóvenes. Aguilar.
Suzuki, S. (2015). Mente Zen, mente de principiante (Zen Mind, Beginner's Mind): Charlas informales sobre la Meditación y la Práctica del Zen. Shambhala Publications.
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