Bidimensionalidade e Tridimensionalidade são duas concepções de uma mesma realidade ou estamos falando de conceitos derivados? Se forem uma mesma realidade, preciso ainda vencer uma segunda etapa do Mito da Caverna, no tridimensional?
Acreditando que vivemos sob o manto da razão, negando todas as teorias que esboçam um universo construído a partir da tecnologia que nos precede, que verbalizam estarmos vivendo em uma Matrix, a tridimensionalidade é tangível no contexto de uma realidade paralela, ou como mais recentemente estamos chamando esse lado de lá, metaverso.
Nesse mesmo tempo no qual eu sugiro para vocês a diferenciação da tridimensionalidade arquitetônica da plástica, recuo em perceber que a primeira deriva da segunda. Logo, o que conseguimos perceber como uma tridimensionalidade arquitetônica concreta, foi antes fruto de nossa imaginação, do desdobramento de nosso pensamento.
Se somos capazes de projetar, para então perceber, por que insistimos tanto em recusar uma realidade que está posta? Conversando com professores, investigando o comportamento de estudantes, percebo, ainda que em caráter não científico, que muito maior que a preocupação com os riscos do avanço das tecnologias, precisamos desesperadamente recuperar a atenção dos alunos.
A resposta não está na gamificação!
Quero levantar uma bandeira que pode me custar muito caro: não acho que o caminho esteja na gamificação, pois entendo que a aproximação do lúdico com o acadêmico na educação de adultos mais pode gerar ranço do que simpatia (ainda que eu acredite que o mesmo recurso aplicado na preparação de concursos públicos e exame da OAB gere resultados magníficos... claro, são cenários e circunstâncias diferentes).
Falando em OAB, deixa eu dar uma dica valiosa para os professores de Direito que estão presentes a partir do oitavo período. Confira esta sugestão de leitura:
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Recentemente fiz uma live com o autor de uma das obras indicadas em nosso último texto, o professor Bernardo de Azevedo e Souza, do Educação Jurídica Onlife, na qual eu tive a oportunidade de explorar a questão fundamental desse artigo: a necessidade de posicionamento do professor de direito em sala de aula, especialmente quando imerso no contexto de grandes IES, nas quais ou estão sujeitos a ambientes de aprendizagem impostos ou, e também em razão disso, estão limitados a ele (duas facetas ruins de um mesmo problema ... ou seria solução?).
Em resposta às minhas indagações, ele me trouxe um cenário muito positivo, construído a partir da postura dinâmica de professores que buscam se destacar do senso comum, que estão correndo para extrair o que de melhor a tecnologia tem para oferecer, lançando-se em experiências acadêmicas que gerem inovação para o ambiente acadêmico. Mas sem esse papo de inovação intangível!
Nos casos concretos que tem como eixo o próprio livro, que traz em seu subtítulo “Um Framework para Implementação e Avaliação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem Imersivos (AVAIs) na Formação Jurídica”, o autor sugere que a criação de situações visuais (termo meu) criadas com a experiência do professor, mas geradas por IA, que trazem para o aluno uma vivência “prática” do conceito a ser estudado, são muito mais ricas que a simples e tradicional docência de power point (mas ainda muito válida e cada vez mais viva, principalmente se já conectada com as interfaces de IA).
Leia também: 👉 Metaverso na educação superior: uma realidade virtual próxima?Quero chegar na reflexão sobre a pergunta: estamos evitando um novo mito da caverna, virtual? O tempo escorre em sequência perversa, apontando novos atores da história, provando que aqueles que não superaram os mitos não estiveram presentes na história, salvo na reflexão de que apodreceram na caverna (ok filósofos... fiz adaptações, licenças poéticas).
Estamos empenhados em trazer esse novo direito, a releitura dele e até a ressignificação (tá na moda essa expressão rsrsr) de antigos julgados. O que não podemos é ignorar que o mundo virou a chave para o virtual.
Sugestões de leituras complementares ao tema:
- Responsabilidade civil e novas tecnologias.
- Tributação e novas tecnologias: software; criptomoedas; disponibilização de conteúdos; inteligência artificial.
- Manual de direito na era digital: processual.
- Direito e inteligência artificial: o que os algoritmos têm a ensinar sobre interpretação, valores e justiça.
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Eu venho destacando que o lado humano das relações “prismadas” pela tecnologia irá apontar uma realidade muito positiva da convivência de profissionais com a IA, especialmente no contexto de sala de aula. Mas nada disso será possível se os operadores (as) não estiverem dispostos em acompanhar as mudanças.
E você, de que lado está na porta da caverna?
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