A tecnologia da educação é imprescindível para as instituições. Conheça as tendências e os recursos tecnológicos para a educação do futuro.
- Será que realmente sabemos o que é tecnologia?
- 5 tendências da tecnologia da educação
- 4 recursos tecnológicos que vão mudar o paradigma educacional
3.1 Plataformas LMS
3.2 Biblioteca virtual
3.3 Laboratório Virtual
3.4 Gestão de cursos e capacitação
A tecnologia educacional é uma prioridade para impulsionar o processo de ensino-aprendizagem. Mais do que nunca, as instituições de ensino superior (IES) têm a grande oportunidade de aproveitar os benefícios que a era digital oferece.
O uso da tecnologia na educação não pode ser considerado uma alternativa complementar. Hoje podemos confirmar que o êxito acadêmico das universidades depende de todo o seu desenvolvimento tecnológico.
Conheça os elementos que definem a tecnologia da educação do futuro, assim como os recursos que atualmente têm prioridade para sanar as necessidades de aprendizagem no ensino superior.
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Será que realmente sabemos o que é tecnologia?
Quando falamos em “tecnologia”, qual é a primeira coisa que vem à mente? Exatamente: pensamos em computadores, celulares e telas inteligentes. Essa é uma confusão muito frequente na vida moderna, pois a tecnologia é um conceito de progresso científico, e não um conjunto de dispositivos eletrônicos que facilitam a nossa vida.
A tecnologia não é um instrumento ou uma ferramenta física, mas um processo inovador da técnica científica.
Tanto os dispositivos eletrônicos quanto as plataformas virtuais de ensino, os sistemas LMS ou as bibliotecas digitais são, na verdade, o resultado final do progresso tecnológico.
Então, o que a tecnologia realmente significa? Vem do grego “téchnē-lógos” e se traduz como a arte da técnica. A Academia Brasileira de Letras a define como:
Um conjunto de teorias e técnicas que permitem o uso prático do conhecimento científico.
Agora é mais fácil entender que, quando dizemos “tecnologia da educação”, não nos referimos diretamente aos dispositivos eletrônicos ou ao desenvolvimento de software, mas sim às técnicas inovadoras que hoje, graças à habilidade científica, nos permitem gerar mais e melhores estratégicas de aprendizagem focadas nas necessidades da educação do futuro.
Tecnologia da educação: o que dizem os especialistas?
Na última década, muito se falou sobre o crescimento exponencial da tecnologia e dos benefícios que ela oferece para o ensino. Mas pouco se comenta sobre o impacto que ela terá no futuro para os jovens que estudam atualmente na universidade.
Pouco antes da pandemia global, várias organizações dedicadas à consultoria acadêmica questionaram o seguinte: que rumo está seguindo a tecnologia da educação do futuro?
É o caso da consultoria Educause: em seu relatório de 2017, apontou que indicadores acadêmicos em todo o mundo mostram 5 tendências que vão acelerar o uso de novas tecnologias nos próximos 5 anos. São elas:
- Cultura de inovação: estimular a geração de novas ideias e modelos de aprendizagem, priorizando a criatividade e o pensamento divergente.
- Aprendizagem profunda e significativa: desenvolver dinâmicas de aprendizagem que interajam com o ambiente e os interesses do aluno, tornando o conhecimento um recurso prático e útil para a vida cotidiana.
- Mudanças no modelo de avaliação da aprendizagem: avaliar competências e habilidades sobre o conhecimento estático.
- Reformulação de espaços educacionais: ampliar as possibilidades do ambiente acadêmico, abrindo novos canais de comunicação de modo a aproveitar os avanços das novas tecnologias da informação e comunicação (NTIC).
- Aprendizagem híbrida e colaborativa: trabalhar de maneira equilibrada com os dois modelos de aprendizagem (presencial e a distância), promovendo a participação simultânea entre os dois sistemas.
Quatro anos depois, após o primeiro ano de confinamento causado pela pandemia global, a Educause apresentou seu relatório 2021, no qual as tendências deram uma virada significativa.
As mudanças na educação – como resultado dessa nova normalidade social – forçaram as instituições educacionais de todo o mundo a criar alternativas de ensino remoto, “o que tornou as tecnologias digitais ainda mais vitais para o ensino superior”.
No campo tecnológico, o relatório aponta que a velocidade com que as novas tecnologias da educação evoluem “pode muito bem definir a história do ensino superior nos próximos anos” e, para melhor compreensão, destaca 2 tendências de aprendizagem para o futuro:
1. Adoção generalizada de modelos de aprendizagem híbridos
A aprendizagem híbrida tem proporcionado grande flexibilidade entre sistemas presenciais e remotos, permitindo às instituições que garantam a continuidade do processo educacional.
A chamada “nova realidade” deixou claro que a maioria das instituições de ensino não tinha um plano estratégico para lidar com a pandemia: segundo dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Covid-19 afetou 1,5 bilhão de estudantes em todo o mundo, dos quais 200 milhões estavam no ensino superior.
No caso da América Latina e do Caribe, a pandemia “revelou as deficiências da infraestrutura escolar”, forçando os países latino-americanos a reconfigurar a própria estratégia em muito pouco tempo.
Felizmente, as IES em várias regiões da América Latina já contavam com oferta de educação a distância e plataformas de modelo híbrido, o que tornou o impacto menos intenso, como aponta o autor do livro: A nova educação híbrida, Claudio Rama, que destaca o sucesso do modelo de educação híbrida em países como Brasil, Colômbia e México.
Leia também: 👉 O que é educação híbrida e as vantagens para ensino superior
2. Aumento exponencial de recursos e da tecnologia da educação
A velocidade com que a tecnologia da educação se desenvolve implica que as instituições e toda a comunidade acadêmica devem se manter em permanente processo de atualização.
A tecnologia na educação mostrou que o uso de recursos digitais atualizados, bem como a aplicação de estratégias inovadoras de aprendizagem, são a combinação perfeita para garantir o sucesso da educação no futuro.
Em 2021, a Revista Iberoamericana de Educación a Distancia dividiu os avanços tecnológicos que definirão a educação do futuro em 5 categorias:
- Nova realidade: adaptação aos protocolos sanitários emitidos por causa da pandemia.
- Computação: integração do pensamento lógico, uso da inteligência artificial.
- Macrodados: análise de componentes estatísticos e comportamento dos dados.
- Conectividade: integração síncrona de plataformas, dispositivos e softwares destinados à aprendizagem.
- Ferramentas: atualização de LMS, aplicativos e dinâmicas pedagógicas voltadas para a educação do futuro (gamificação, virtualidade, colaboração a distância).
4 recursos tecnológicos que vão mudar o paradigma educacional
Quando falamos de recursos tecnológicos, referimo-nos àqueles sistemas físicos ou digitais que suportam os modelos de aprendizagem. Esses recursos podem ser presenciais, remotos, virtuais ou híbridos.
Esses 4 recursos tecnológicos não podem faltar em nenhuma IES que queira se manter competitiva nos próximos anos. Veja quais são:
1. Plataformas LMS
Nenhuma instituição de ensino poderia oferecer uma experiência de aprendizagem de qualidade sem um sistema de gestão de aprendizagem capaz de suportar todos os recursos virtuais atualizados diariamente.
O LMS (learning management system, na sigla em inglês) é projetado para administrar e gerenciar recursos digitais de aprendizagem: do gerenciamento de conteúdo ao planejamento de cursos.
Embora existam algumas plataformas gratuitas, a maioria conta com serviços muito limitados, ao contrário das plataformas personalizadas, que permitem que cada recurso interno do LMS seja ajustado às necessidades da instituição.
2. Biblioteca virtual
A Biblioteca Virtual e digital é o cérebro computacional e intelectual de uma instituição de educação. A plataforma de conteúdo oferece mais do que um simples repositório de livros digitais. A diversidade multimídia permite aos professores e alunos que acessem todo tipo de informação em uma ampla variedade de formatos.
Além disso, muitas vezes a biblioteca pode ser customizada, de acordo com as necessidades de cada instituição. E, se essas vantagens não forem suficientes, devemos levar em conta a grande economia de espaço, tempo, pessoal administrativo e recursos econômicos que faz da Biblioteca Virtual o melhor investimento.
3. Laboratório virtual
Os recursos digitais mais inovadores buscam tornar seus ambientes cada vez mais imersivos, focados em gerar experiências de realidade virtual mais próximas possível da realidade física.
Sabemos que, no passado, as práticas laboratoriais eram destinadas a testar processos físicos, o que tornava a experimentação com objetos concretos (instrumentação, substâncias químicas) um requisito essencial.
Hoje é possível realizar práticas em laboratórios virtuais com a mesma precisão exigida em um laboratório presencial. E, assim como as bibliotecas, os laboratórios virtuais proporcionam uma grande economia, pois não é necessário comprar materiais, instrumentação e substâncias, que, em um laboratório físico, representam um gasto considerável para as instituições.
4. Gestão de cursos e capacitação
Um dos benefícios mais notáveis da aprendizagem virtual e híbrida é a promoção da interdependência e do trabalho colaborativo na comunidade acadêmica. Isso resultou em muitas turmas com maior flexibilidade, permitindo aos alunos que acessem seus cursos em horário e local que funcionem melhor para eles.
Ter uma plataforma que gerencia as aulas implica também ter um repositório de cursos profissionalizantes que podem ser realizados 100% a distância ou em seu modelo híbrido.
Contar com uma grande variedade de cursos possibilita às IES apoiar os professores com recursos e materiais e, ao mesmo tempo, criar uma ponte de integração entre as aulas presenciais e os modelos virtuais, ampliando a oferta de educação.
Continuar usando as mesmas ferramentas pedagógicas dos últimos 20 anos pode gerar sérios conflitos no desempenho universitário. Hoje, mais do que nunca, é importante reconhecer que o uso da tecnologia na educação não é mais uma alternativa, e sim uma necessidade para qualquer instituição que deseja aumentar as oportunidades de crescimento acadêmico.
Sabemos muito bem quais são as estratégias educacionais e os recursos tecnológicos voltados para atender às demandas dos jovens que, no futuro, precisarão das melhores ferramentas com o intuito de competir no mercado de trabalho.
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