A inteligência artificial na educação já é uma realidade e, além de se adaptar a ela, é hora de aproveitá-la ao máximo por meio da liderança docente. 

  1. IA na educação: vantagem ou ameaça?
  2. 4 mitos e realidades da IA no ensino superior
    2.1. Uma IA pode substituir a figura do professor
    2.2. A IA na educação promove a perda do pensamento crítico
    2.3. A qualidade e a veracidade das informações fornecidas pelas IAs não são confiáveis
    2.4. As IAs aumentarão a desigualdade social
  3. Impacto da IA em professores do ensino superior
  4. Para onde vai a IA no ensino superior?

A inteligência artificial (IA) na educação tem sido objeto de grande polêmica e debate nos últimos anos. Alguns a veem como uma ameaça que poderia substituir os professores e dificultar o desenvolvimento de habilidades cognitivas nos alunos. 

Hoje, vamos analisar o que realmente está desencadeando o uso da IA no contexto da educação a partir dos mitos mais comuns que tornam professores, funcionários acadêmicos e pais tão relutantes em adotar essas tecnologias.

IA na educação: vantagem ou ameaça?

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O gênero de ficção científica vem incutindo há mais de duzentos anos na sociedade a ideia de que máquinas criadas por humanos podem se tornar autoconscientes, iguais ou mais inteligentes do que as pessoas e até prejudicá-las voluntariamente. 

Desde a Revolução Industrial, tão grande era a preocupação do que a tecnologia poderia fazer se estivesse no controle que, já em 1942, Isaac Asimov propôs uma série de “leis” ou princípios éticos que deveriam regular o comportamento dos robôs e que quase todo mundo conhece, graças ao filme Eu, robô: não prejudicar um ser humano, obedecer e, opcionalmente, proteger a própria existência. 

Nos anos oitenta, as telas de todos os cinemas mostravam um futuro pós-apocalíptico em que as máquinas haviam entrado em guerra com os humanos. Em 2008, uma adorável personagem chamada Wall-E nos alertou sobre a indiferença e a irresponsabilidade que pode levar ao uso de tecnologias imersivas, e, em 2013, no filme Her, vimos como uma IA desencarnada chamada Samantha também tinha o imenso poder de fazer um ser humano de carne e osso (ou milhares deles) se apaixonar por ela. 

Esses são apenas alguns exemplos que nos dão uma amostra da ideia que foi construída sobre IAs em nosso imaginário coletivo. Com esse pano de fundo, não é surpresa que os programas de IA e machine learning, que já estão transformando as ideias mais malucas da ficção científica em realidade e que também evoluem em ritmo vertiginoso, ao mesmo tempo parecem estar prevendo o começo do fim. 

Preocupações com as ameaças da IA estão surgindo em cada um dos ramos em que ela tem aplicações – ou seja, quase todos, e o da educação não é exceção. Muitos professores não sabem como lidar com esse cenário. 

Nossos medos nesse sentido estão relacionados menos à guerra das máquinas contra o homem e mais à substituição do vínculo humano na aprendizagem por um vínculo artificial máquina-aluno e à atrofia das habilidades cognitivas nos alunos relacionadas a tudo o que já pode ser automatizado com um chatbot. Tanto que há quem defenda a abolição de qualquer uso de tecnologias desse tipo no ensino.  

No entanto, não vale a pena tentar ir no caminho contrário neste momento, primeiro porque equivaleria a ter vetado o uso de computadores nas escolas nos anos noventa e, em segundo lugar, a realidade é que as IAs, se bem utilizadas, oferecem muitas vantagens reais que já estão mudando o paradigma da educação e nas quais temos de nos concentrar para nos mantermos competitivos.

Leia também: 👉 A tecnologia educacional substituirá os professores universitários?

4 mitos e realidades da IA no ensino superior

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Embora algumas das preocupações levantadas pelo uso da IA na educação tenham um fundamento, a desinformação, permeada pelos resquícios da ficção científica, muitas vezes nos faz transformar preocupações válidas e perfeitamente gerenciáveis em terríveis mitos sem fundamento.

1. Uma IA pode substituir a figura do professor

Para que a IA na educação substituísse os professores, ela teria que se tornar igual a eles ou melhor. Isso provavelmente nunca acontecerá porque o ensino vai muito além de transmitir ou trocar informações com os alunos, envolve também uma enorme dose de traços inerentemente humanos: empatia, intuição e criatividade, para citar apenas alguns.  

Então, quem deseja continuar sendo líder em educação agora deve focar justamente no fortalecimento dessas características. O que uma IA faz é fornecer ferramentas e recursos para simplificar, automatizar e personalizar processos. 

Agora, o medo aqui não deve ser que as IAs substituam efetivamente os humanos, mas que se finja que elas podem fazer isso e que comecem a projetar experiências de aprendizagem 100% baseadas em chatbots, como se tivessem a mesma qualidade e o mesmo impacto oferecidos pelo acompanhamento humano.

2. A IA na educação promove a perda do pensamento crítico

Teme-se que as IAs facilitem tanto a busca e a síntese de informações para a lição de casa ou trabalhos escolares, que os alunos percam a capacidade de análise e raciocínio complexo. Além disso, persiste a crença de que a IA pode gerar tanta dependência nos alunos quanto as redes sociais o fazem atualmente. 

Mais uma vez, esse mito tem algum fundamento, já que um texto gerado inteiramente por IA pode parecer, à primeira vista e para quem não tem conhecimento profundo do assunto, algo escrito por uma pessoa. Mas, ao mesmo tempo, esse mito é um exagero que se baseia em uma concepção equivocada do que uma IA pode ou não fazer, especificamente enganar um bom professor (aquele com as características que acabamos de mencionar).

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3. A qualidade e a veracidade das informações fornecidas pelas IAs não são confiáveis

Da mesma forma que alimentamos nossa memória e nosso conhecimento do mundo a nosso redor com os dados sensoriais e significados que temos em mãos, as IAs obtêm informações de seus próprios bancos de dados. Existem bancos de dados mais atualizados, completos, parciais ou tendenciosos do que outros, e existem algoritmos mais complexos ou sofisticados do que outros que podem lidar com essas enormes doses de informação de uma maneira melhor ou pior, obtendo conclusões mais ou menos adequadas. 

Parece muito exagerado? É, mas essa complexidade não é, nem de longe, o que enfrentamos todos os dias quando temos que discriminar a validade ou a veracidade da quantidade imensurável de informações – muitas vezes contraditórias – que nos cercam de qualquer maneira. 

A ameaça aqui não é que as IAs gerem falsidade, mas que percamos de vista o fato de que, como qualquer outro tipo de processamento de informações, ele está sujeito a vieses, erros, omissões e limitações, assim como nós.

4. As IAs aumentarão a desigualdade social

É verdade que a falta de acesso à IA na educação pode gerar disparidades na aprendizagem, mas também é importante considerar as oportunidades que se abrem para reduzir a desigualdade educacional e melhorar a acessibilidade. 

Primeiro, a integração da IA na educação tem o potencial de fornecer educação personalizada em escala. Além disso, a IA pode oferecer recursos e materiais educacionais em diferentes formatos e em vários idiomas, o que beneficia especialmente os alunos que vêm de comunidades desfavorecidas ou que têm barreiras linguísticas. 

Em conclusão, as preocupações são reais e devemos levá-las em conta, fazendo algo a respeito, mas, quando se tornam mitos, impedem os professores de aproveitar todas as vantagens oferecidas pela IA na educação.

Leia também: 👉 Transformação digital não é somente investir em tecnologias educacionais

Impacto da IA em professores do ensino superior

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A IA está transformando o ensino superior de várias maneiras. Embora existam desafios associados à integração tecnológica, é importante destacar as vantagens que a IA oferece aos professores, especialmente nas instituições de ensino superior (IES), por exemplo:

  • Automatização de tarefas administrativas e rotineiras: pode ajudar os professores a economizar tempo assumindo tarefas repetitivas, permitindo a eles que se concentrem em atividades de maior valor pedagógico.
  • Personalização da aprendizagem: proporciona a possibilidade de adaptar conteúdos e atividades de aprendizagem às necessidades individuais de cada aluno.
  • Análise de dados para a tomada de decisão educacional: permite coletar e analisar grandes volumes de dados relacionados ao desempenho acadêmico e ao contexto dos alunos.
  • Ampliar tópicos acadêmicos com uma abordagem inovadora: abre novas possibilidades no ensino de disciplinas complexas, como ciências ou matemática, fornecendo visualizações interativas, simulações e experiências imersivas de aprendizagem.

Além das vantagens mencionadas, a IA no ensino superior tem um impacto significativo em vários aspectos, como na capacidade de analisar dados a nível macro para identificar tendências, padrões e áreas de melhoria nas universidades; no apoio na gestão administrativa; e no reforço e no barateamento da infraestrutura digital – e até na governança institucional de maneiras mais democráticas e transparentes.

Leia também: 👉 5 aplicações da inteligência artificial na educação

Para onde vai a IA no ensino superior?

O futuro da IA no ensino superior é promissor. Com uma boa gestão e uma forte liderança humana, professores e alunos continuarão a protagonizar a aprendizagem, mas trabalharão em colaboração com as ferramentas disponíveis, aproveitando os pontos fortes de ambas as partes. 

A IA também deve se combinar com outras tecnologias, como aprendizado automático, realidade virtual e análise preditiva para criar ambientes de aprendizagem mais imersivos, interativos e adaptativos. 

Na Pearson Higher Education, temos o compromisso de facilitar o processo de ensino-aprendizagem dos professores por meio da inovação tecnológica, adaptando-se às tendências, desafios e novos modelos de aprendizagem, em prol de uma educação superior de qualidade, que se une à vanguarda tecnológica liderada pela IA

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Referências

1. GANASCIA, Jean-Gabriel. Inteligencia artificial: entre el mito y la realidad. Unesco. 2018. Disponível em: https://es.unesco.org/courier/2018-3/inteligencia-artificial-mito-y-realidad. Acesso em: 26 jul. 2023. 

2. SÁNCHEZ VERA, M. D. M. Hasta chat GPT y más allá: una breve guía reflexiva sobre el impacto de la Inteligencia Artificial en la educación. 2023. Disponível em: https://digitum.um.es/digitum/bitstream/10201/131973/1/Hasta-GPT-y-mas-alla.pdf. Acesso em: 26 jul. 2023.  

3. VERA, F. Integración de la inteligencia artificial en la educación superior: desafíos y oportunidades. Transformar. 2023. Disponível em: https://www.revistatransformar.cl/index.php/transformar/article/view/84/44. Acesso em: 26 jul. 2023. 

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