A biblioteca é um local representativo para a cidadania, portanto é necessário que sua estrutura física e/ou digital ofereça a seu público a inclusão.

  1. Acessibilidade
  2. Tipos de Adequação para promover acessibilidade
    2.1 Acessibilidade Física
    2.2 Acessibilidade Digital
  3. Biblioteca Digital
  4.  Boas Práticas para promover Acessibilidade

Vamos ver como deixar nossa biblioteca mais inclusiva no sentido da Acessibilidade?! Vamos iniciar compreendendo o conceito de Acessibilidade?! Boa leitura!

Acessibilidade

Segundo o Art. 3° da Lei Brasileira de Inclusão Lei n° 13.146/2015, acessibilidade resumidamente é:

Possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público.

Para o site Guia de Rodas em uma linguagem mais simples acessibilidade é:

A possibilidade de acessar um lugar, serviço, produto ou informação de maneira segura e autônoma, sem nenhum tipo de barreira, beneficiando a todas as pessoas, com ou sem deficiência, em todas as fases da vida. 

Para mim acessibilidade é a democratização do acesso de qualquer pessoa independente de suas limitações, aos ambientes físico e/ou digital de um espaço destinado ao público.

[COLUNA INSIDE HED] 👉 Dicas práticas para adequação da biblioteca universitária para avaliação in loco do MEC

Tipos de Adequação para promover acessibilidade

como deixar a biblioteca mais acessivel tipo de acessibilidade

Vamos conhecer os tipos de adequação que podemos realizar em nossa biblioteca para se tornar um lugar de qualidade para todos?! Então continue lendo.

  • Adequação física (de infraestrutura) essa é a mais complexa pois envolve desde de padronização simples no espaço e mobiliários até modificações na parte estrutural da biblioteca.
  • Adequação digital se trata de projetar ou tornar os sistemas/softwares/web utilizados na instituição, acessíveis a todos e para isso atualmente existem alguns recursos de acesso livre disponíveis.

Adiante vamos ver alguns recursos e dicas para que nós bibliotecários consigamos adequar a nossa biblioteca de maneira eficaz para nossa comunidade.

Bom Saber! Para adequação da infraestrutura existe a Norma ABNT 9050/2020 que está em sua quarta edição e traz orientações sobre acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços equipamentos urbanos.

Acessibilidade Física

tipo de acessibilidade fisica

Como mencionei, a acessibilidade física está relacionada a parte de estrutura do espaço, como por exemplo a sinalização nas paredes, pisos e os mobiliários e espaços com medidas especiais.

Agora vamos conhecer algumas das adequações que devemos ter no espaço físico da nossa biblioteca?! Então veja os tópicos abaixo quanto à sinalização:

  • Piso tátil: serve para orientar pessoas com deficiência visual ou baixa visão
  • Placas em braile: indica o ambiente de um determinado espaço que tem o objetivo de orientar com deficiência visual ou baixa visão
  • Sinalização indicativa em mobiliários com medidas especiais: a indicação de acessibilidade do mobiliário
  • Sinalização em locais com acessibilidade: a indicação de acessibilidade dos ambientes físicos
Lembre-se! A indicação de acessibilidade das edificações, do mobiliário, dos espaços e dos equipamentos urbanos deve ser feita por meio do símbolo internacional de acesso (S.I.A) descrita na ABNT 9050/2020.

Acessibilidade Digital

Para acessibilidade digital podemos utilizar algumas ferramentas digitais desenvolvidas no formato de acesso aberto, ou seja, sem custo financeiro para a instituição, vamos ver a seguir algumas ferramentas que eu uso e você também pode usar para adequar a sua biblioteca:

  • Dosvox é um sistema computacional sintetizador de voz, desenvolvido pelo Instituto Tércio Paciti, que se destina a facilitar o acesso de pessoas com deficiência visual ou baixa visão a microcomputadores
  • Expressia é software de comunicação alternativa simplificada para pessoas não verbais
  • VLibras é um conjunto de ferramentas que traduz conteúdos digitais (texto, áudio e vídeo) em Português para Libras, tornando computadores, celulares e plataformas web mais acessíveis para as pessoas com deficiência auditiva

Links para bibliotecas digitais que promovem acessibilidade como:

  • A Biblioteca Digital Dorinateca: Biblioteca online de livros acessíveis da Fundação Dorina Nowill para pessoas com deficiência visual. Livros em formato DAISY, áudio, braille e EPUB
  • A Bibliolibras é uma Biblioteca Bilíngue de Literatura Infantil e Juvenil – Libras / Português

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Biblioteca Digital

Dentro do tópico biblioteca digital podemos ampliar um pouco mais o conceito de acessibilidade do qual falamos até agora para um outro tipo de inclusão é a da pessoa com dificuldade de locomoção seja por limitações físicas ou de distância.

Então podemos entender que a biblioteca digital incluí também aqueles que não podem se locomover para uma faculdade ou uma biblioteca física e através de um curso à distância que oferece uma biblioteca digital consegue ter acesso aos livros mais facilmente, muito bom, não é mesmo?!

Além disso a biblioteca digital também possui ferramentas que facilitam a leitura dos livros no formato digital, são elas a ‘leitura em voz alta’ a possibilidade de ‘aumento do tamanho da letra’ e outras.

Vale lembrar! Biblioteca digital válida na avaliação do MEC deve ser contratada, nas avaliações in loco o acervo digital oferecido no PPC não pode ser de bibliotecas de e-books de acesso aberto!

 Boas Práticas para promover Acessibilidade

dicas para acessibilidade biblioteca digital

Você já ouviu falar sobre acessibilidade comportamental? Vamos falar um pouco sobre isso neste tópico.

Acessibilidade comportamental são dicas para o melhor atendimento dos usuários que possuem condições específicas, para cada tipo de deficiência existem orientações adequadas que você pode ler mais detalhadamente no Guia Boas Práticas ANPOCS (link nas referências).

Podemos resumidamente dizer que a empatia é o sentimento que norteia esse comportamento, vamos ver algumas dicas:

  1. Dirija-se cordialmente a pessoa.
  2. Identifique qual a necessidade específica da pessoa.
  3. Informe o tipo de assistência que a sua biblioteca oferece.
  4. Se expresse de maneira clara.
  5. Fale sempre olhando diretamente para a pessoa.
  6. Evite termos e/ou atitudes capacitistas.

Importante prestar um atendimento empático e respeitoso que promova sempre a inclusão de todos da sua comunidade acadêmica.

Para isso nós bibliotecários precisamos estar sempre informados sobre leis, normas, debates sobre o tema para sempre melhorar a acessibilidade oferecida.

Se você conhece alguma outra ferramenta ou tem dicas para promover a acessibilidade na biblioteca comente aqui, vou adorar conhecer.

Nova call to action

 

Referências

GUIA DE BOAS PRÁTICAS PARA ACESSIBILIZAR A ANPOCS. Disponível em: http://anpocs.com/images/stories/41encontro/GuiaBoasPrticasANPOCS-FINAL.pdf Acesso em: 09/08/2022

PROGRAMA DE INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Disponível em: https://inclusao.enap.gov.br/news/principais-conceitos/ Acesso em 09/08/2022

Guia de Rodas. Entenda o que realmente é acessibilidade. Disponível em: https://guiaderodas.com/o-que-e-acessibilidade/ Acesso em: 09/08/2022

GOV.BR (Ministério Da Economia). Acessibilidade digital. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/acessibilidade-digital Acesso em: 09/08/2022

BRASIL. Boas práticas para acessibilidade digital na contratação de desenvolvimento WEB. https://emag.governoeletronico.gov.br/cartilha-contratacao/#:~:text=LEI%20N%C2%BA%2010.098%2C%20DE%2019,reduzida%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias Acesso em: 09/08/2022

GOV.BR (Ministério Da Economia). VLIBRAS. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/vlibras/ Acesso em: 09/08/2022

BIBLIOTECA DIGITAL DORAIN NOWILL. https://www.dorinateca.org.br/ Acesso em: 09/08/2022

 

Denise Camacho
Denise Camacho

Bibliotecária, Pós-graduada em Planejamento e Gerenciamento de Sistemas de Informação. Possui 10 anos de experiência, 07 anos atuando no ensino superior e pesquisa acadêmica, na gestão de bibliotecas, gestão documental e regulação para avaliação in loco MEC nas autorizações de cursos. Membro Comissão Permanente de Avaliação (CPA) institucional. Atualmente é bibliotecária na Faculdade Paulista de Ciências da Saúde, consultora na organização e divulgação de produção acadêmica e estudante de User Experience (UX), Design Thinking.

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