A avaliação de aprendizagem é essencial para a qualidade da educação. Conheça o que há de mais relevante nesse instrumento para aplicá-lo em sua instituição.


  1. Como evoluiu a avaliação de aprendizagem?
  2. Avaliação formativa e somativa, por que são tão importantes?
  3. Avaliação DA aprendizagem e avaliação PARA a aprendizagem: quais são as diferenças?
  4. Como funciona a avaliação da aprendizagem em cada nível educacional?
    4.1 Ensino médio
    4.2 Ensino superior

A avaliação da aprendizagem é o instrumento que conecta o processo de ensino com a aquisição de conhecimento. Desenvolver um processo de avaliação pedagógica correto é vital para medir e diagnosticar efetivamente o desempenho dos estudantes.

A seguir, trouxemos um breve panorama geral das questões mais relevantes quanto à avaliação da aprendizagem. Você conhecerá informações úteis para melhorar e enriquecer as práticas aplicadas pelos docentes, com o objetivo de desenvolver estratégias eficazes na avaliação do conhecimento dos estudantes do ensino superior.

1. Como evoluiu a avaliação de aprendizagem?

Há dois momentos históricos que transformaram para sempre a metodologia de avaliação de aprendizagem: o primeiro ocorreu na década de 1960, com Michael Scriven, e o segundo em 1989, com Royce Adler.

Michael Scriven revolucionou os programas de avaliação pedagógica ao declarar que não apenas os resultados finais do aluno devem ser avaliados, mas também que o aluno deve ser observado durante o processo para tornar a avaliação da aprendizagem um verdadeiro instrumento que permitiria ao professor e ao aluno tomarem melhores decisões.

Em seu ensaio intitulado “A metodologia da avaliação” (1967), Scriven denuncia o atraso metodológico dos instrumentos de avaliação pedagógica: estes se concentravam principalmente em medir o resultado final da aprendizagem, independentemente de como o aluno havia alcançado seu nível de aproveitamento.

Naquela época, a avaliação da aprendizagem era mais uma “responsabilização”, Então, Scriven propôs uma nova metodologia: uma avaliação formativa e somativa que teria repercussões reais no desenvolvimento acadêmico dos alunos e, ao mesmo tempo, que permitisse que o professor avaliasse de modo integral cada aspecto do processo.

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2. Avaliação formativa e somativa, por que são tão importantes?

A avaliação formativa é assim chamada porque está diretamente envolvida no processo de aprendizagem. Isso significa que mede de modo imediato e vivencial, diagnosticando a forma como o aluno experiencia a aprendizagem.

Existem três benefícios principais da avaliação formativa, veja:

  • Detecta vantagens e desvantagens durante a gestão do aprendizado: a avaliação do professor identifica deficiências e limitações, mas também habilidades e competências marcantes que o professor pode usar a favor do aluno.
  • Oferece instrumentos de feedback: o aluno é aconselhado em tempo real pelo professor, com o objetivo de detectar os próprios pontos fortes e fracos.
  • Permite traçar mudanças de rota na estratégia pedagógica: em vez de analisar as avaliações até o final (quando a aprendizagem já terminou e os erros já foram cometidos), a avaliação formativa permite que possíveis ameaças sejam alertadas a tempo de reverter o seu impacto.

E a avaliação somativa? Ela é realizada uma vez concluído o programa, como produto final, e permitirá ao docente analisar e avaliar os resultados obtidos. Com base nesses resultados, é possível desenhar novas estratégias de melhoria contínua.

O segundo momento importante da avaliação ocorreu em 1989, quando Royce Adler apontou para a comunidade pedagógica que durante décadas o aluno teve uma participação passiva no processo de aprendizagem e que era hora de ter uma participação ativa e responsável em sua própria construção de conhecimento.

Ele observou que a avaliação formativa encorajou os alunos a serem mais proativos e a tomarem decisões sobre a própria aprendizagem. Para colocar essa ideia em perspectiva, considerou que existem três fases:

  1. Definição de um objetivo: o aluno não está mais estático esperando receber conhecimento, mas agora pode definir quais objetivos deve perseguir enquanto aprende.
  2. Ponto de partida: pensar que todos os alunos começam a aprender com as mesmas vantagens é um erro. Para Adler, é fundamental diagnosticar em que condições cada aluno começa a aprender.
  3. Ação educativa: o aluno e o professor se unem para traçar o melhor caminho de aprendizagem com foco na empregabilidade.

Dessa forma, Adler observou que a avaliação DA aprendizagem precisava de um complemento, uma metodologia que ajudasse não só a avaliar o resultado final, mas também os progressos intermediários durante a aprendizagem. Foi assim que surgiu a avaliação PARA a aprendizagem.

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3. Avaliação DA aprendizagem e avaliação PARA a aprendizagem: quais são as diferenças?

Vamos aprender a identificar a diferença entre esses dois conceitos fundamentais na avaliação educacional: já sabemos que a avaliação da aprendizagem se concentra nos resultados finais, ou seja, nas métricas que relatam o aproveitamento do aluno após a finalização do curso.

Por sua vez, a avaliação para a aprendizagem tem como foco os resultados contínuos, aqueles que o aluno relata no dia a dia do processo, e que podem melhorar – ou piorar –, dependendo do apoio do professor. Veja uma tabela prática!

Tabela

Como podemos perceber no quadro anterior, para realizar uma avaliação autêntica, com abrangência real, mensurável quantitativa e qualitativa, é necessário combinar os dois modelos: a avaliação formativa e a avaliação somatória.

4. Como funciona a avaliação da aprendizagem em cada nível educacional?

Como aponta Saavedra (2008) em seu livro Evaluación del aprendizaje: não é possível aplicar as mesmas metodologias de avaliação em diferentes níveis acadêmicos, pois os seres humanos percebem a realidade e aprendem com ela de modo distinto, de acordo com o desenvolvimento biológico, psicológico e social.

Para entender melhor essa afirmação, vamos dar uma breve olhada nos objetivos da avaliação da aprendizagem nos dois níveis de ensino: médio e superior.

Ensino médio

A prioridade da avaliação está centrada em dotar o aluno de competências acadêmicas para compreender seu papel ativo no processo de formação. O aluno começa a ser visto como protagonista da sua própria aprendizagem.

Por sua vez, o professor deve aplicar instrumentos de avaliação autênticos focados em medir e diagnosticar o aproveitamento dos alunos em termos de conteúdos acadêmicos e planos de estudo e, no final do curso, a avaliação da aprendizagem incidirá no domínio das seguintes competências:

  • Raciocínio lógico-prático, focado na resolução de problemas.
  • Trabalho colaborativo.
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Educação superior

A avaliação da aprendizagem no ensino superior centra-se em outras prioridades: pressupõe que os alunos tenham passado por um processo de formação que lhes tenha proporcionado maiores ferramentas cognitivas, focadas no desenvolvimento de competências relacionadas às próprias expectativas profissionais.

No ensino superior, os conteúdos gerais foram deixados para trás. Agora, o processo de aprendizagem está concentrado na preparação acadêmica de uma ciência ou área do conhecimento especializado.

Em outras palavras, a avaliação de aprendizagem no nível superior não incide diretamente nos objetivos pedagógicos (na forma como o aluno adquire conhecimento), mas nos objetivos projetivos e funcionais, ou seja, no que o aluno é potencialmente capaz de fazer com o conhecimento adquirido.

Tema complementar: 👉 Conheça 4 melhores práticas pedagógicas de gestão da aprendizagem!

Mas do que aspectos objetivos, a avaliação da aprendizagem nas universidades leva em conta:

  1. Planejamento educacional: desde as atividades realizadas em sala de aula até a metodologia de avaliação.
  2. As habilidades desenvolvidas por indivíduo com base em conteúdos específicos.
  3. A utilização de várias formas de autoavaliação para que o aluno se reconheça como parte ativa e crítica do processo:
  • Avaliação professor-aluno.
  • Avaliação por pares.
  • Avaliação em grupo e individual.
  • Heteroavaliação.

Uma avaliação integral na educação superior está diretamente relacionada à estrutura pedagógica que Jack Delors, em seu relatório sobre Educação para o século XXI, chamou de quatro pilares da educação.

  • Aprender a conhecer: apropriar-se do conhecimento e ter domínio na análise de informações com o propósito de desenvolver habilidades específicas.
  • Aprender a fazer: desenvolver habilidades pragmáticas e objetivas. Saber transformar o conhecimento adquirido em oportunidades.
  • Aprender a conviver: saber interagir em seu ambiente, reconhecendo a importância da diversidade e da universalidade.
  • Aprender a ser: reconhecer-se como indivíduo em constante formação dentro de uma sociedade em permanente transformação.

Ao contrário do século passado, na atual era digital, os sistemas de avaliação da aprendizagem não se concentram mais em medir apenas a quantidade de informações que um aluno pode absorver. Hoje focam em registrar e analisar o impacto da educação em seu cotidiano, em suas expectativas profissionais a curto e médio prazo.

Com o crescimento exponencial da tecnologia na educação, a avaliação autêntica da aprendizagem no ensino superior tem um grande desafio: diagnosticar e mensurar o aproveitamento dos alunos com base em sua capacidade de desenvolver as principais competências que definirão sua competitividade no mundo.

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