O aprendizado flexível pode já ser uma realidade na sua universidade, mas será que ele realmente se adapta às novas demandas da geração Z?
- Do que a geração Z precisa dos programas de ensino superior?
1.1. Eles não concebem a educação se ela não andar de mãos dadas com as tecnologias mais recentes
1.2. Flexibilidade e personalização são um padrão, não uma exceção
1.3. Todo o aprendizado deve ser prático e relevante
1.4. Eles querem interação e colaboração em tempo real com seus professores e colegas
1.5. Eles estão conscientes de que o bem-estar holístico deve fazer parte da educação
1.6. Responsabilidade social é uma de suas prioridades
1.7. Eles buscam fortalecer suas soft skills - Como construir uma modalidade flexível e mais atrativa para as novas gerações?
2.1. Aprendizagem baseada em projetos (ABP)
2.2. Plataformas de aprendizagem on-line
2.3. Avaliações através de portfólios de trabalho
2.4. Tutoria e acompanhamento entre pares
2.5. Flexibilidade na escolha de disciplinas e trajetórias acadêmicas
A ascensão da tecnologia levou a uma mudança radical nas expectativas da geração Z em relação à própria educação. A modalidade de ensino flexível tornou-se uma das principais características que os jovens procuram na universidade que vão escolher, e, em resposta a essa exigência, o ensino híbrido está progressivamente migrando de exceção para regra.
Ao contrário das gerações anteriores, às quais os cursos flexíveis eram a única opção para combinar trabalho e estudo, para a geração Z essa modalidade representa um elemento fundamental de um estilo de vida desejável, que lhes permite estudar e formar-se de qualquer lugar, com mais independência de horários e equilíbrio entre pessoal, acadêmico, prática no mundo real e desenvolvimento de seus talentos individuais.
A seguir, vamos explorar como enriquecer o modelo de ensino flexível na sua instituição de ensino superior para que ela se adapte melhor às necessidades e expectativas da geração Z e do mercado de trabalho que ela vai enfrentar.
Do que a geração Z precisa dos programas de ensino superior?
A geração Z, nascida entre meados dos anos 1990 e início dos anos 2000, cresceu em um ambiente muito mais permeado pela tecnologia digital e pela globalização, que nas últimas décadas avançaram em um ritmo vertiginoso que outras gerações nunca tiveram que enfrentar.
Isso não só a levou a ser a primeira geração considerada de “nativos digitais”, como também moldou profundamente suas atitudes e perspectivas sobre educação, trabalho, mundo e vida em geral. Ao contrário de seus pais e avós, seus membros tiveram acesso desde cedo a dispositivos móveis que oferecem infinitas possibilidades, como informações de todos os tipos ao alcance de um clique, inteligências artificiais que resolvem dúvidas complexas e conteúdos infinitos sobre seus temas de interesse.
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Além disso, a pandemia e a necessidade de estudar e trabalhar em casa forçaram a maioria dos alunos da geração Z a se adaptar a um modelo 100% remoto, que está migrando progressivamente para um modelo híbrido, mas decerto não voltará a ser 100% presencial.
Algumas das mudanças mais notáveis que esses fenômenos causaram no modo de aprender e nas expectativas educacionais são as seguintes, confira:
Eles não concebem a educação se ela não andar de mãos dadas com as tecnologias mais recentes
A geração Z cresceu com a tecnologia como parte de suas vidas cotidianas. Portanto, eles esperam que as escolas e os professores a usem e a aproveitem amplamente para melhorar o processo de ensino. É natural que utilizem plataformas de aprendizagem on-line, recursos digitais multimídia e interativos, e até simulações de realidade virtual no contexto acadêmico.
Flexibilidade e personalização são um padrão, não uma exceção
Os estudantes universitários da geração Z valorizam a flexibilidade de seus horários e a capacidade de personalizar a própria experiência educacional, sejam ou não estudantes em tempo integral. Como resultado, eles estão procurando opções que lhes permitam escolher entre aulas on-line e/ou presenciais, módulos de especialização com trilhas de aprendizagem personalizáveis e a possibilidade de progredir no próprio ritmo.
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A geração Z não só valoriza a aprendizagem prática e relevante que a ajuda a desenvolver habilidades aplicáveis ao mundo do trabalho e à vida cotidiana, mas também tem uma atitude bastante negativa em relação aos modelos tradicionais de ensino que não são nem lúdicos, nem interativos, e que não permitem que o conhecimento seja vinculado às próprias necessidades ou às de sua comunidade.
Experiências de aprendizagem baseadas em projetos (ABP) da vida real, estágios, práticas de campo e outras atividades semelhantes tornam os planos acadêmicos muito mais atraentes para ela.
Eles querem interação e colaboração em tempo real com seus professores e colegas
Como bons nativos digitais, os estudantes universitários da geração Z estão acostumados com o imediatismo da interação social on-line. Por isso, esperam uma colaboração mais ágil e próxima com todos os atores do ambiente educacional, tanto com seus professores quanto com seus colegas. Por exemplo, gerenciar projetos de equipe usando redes de mensagens, participar de discussões on-line e usar ferramentas de colaboração digital.
Eles estão conscientes de que o bem-estar holístico deve fazer parte da educação
A geração Z cresceu em um ambiente no qual, pela primeira vez, o bem-estar do aluno foi levado em conta em contextos educacionais, com ênfase na saúde emocional e física, e não apenas no desempenho acadêmico.
Portanto, ela espera que as instituições de ensino superior ofereçam serviços de aconselhamento, tutoria acadêmica, recursos de saúde mental, espaços de exercícios e programas de bem-estar geral que a ajudem a enfrentar melhor seus desafios pessoais e acadêmicos em conjunto.
Responsabilidade social é uma de suas prioridades
Os estudantes universitários da geração Z tendem a procurar um significado além do dinheiro em sua educação e sua carreira. Eles valorizam instituições de ensino e empregadores que promovem valores como sustentabilidade, responsabilidade social e diversidade, e que oferecem oportunidades de contribuir positivamente para a sociedade.
Eles buscam fortalecer suas soft skills
Embora seja importante para os estudantes universitários da geração Z acessar uma educação tecnologicamente avançada, flexível e prática, eles também sabem a importância das soft skills e como o desenvolvimento de fortes habilidades de comunicação, trabalho em equipe, pensamento crítico e autogestão pode lhes dar uma enorme vantagem competitiva no local de trabalho.
[Coluna Inside Education] Soft Skills entre a educação e o mercado de trabalhoComo construir uma modalidade flexível e mais atrativa para as novas gerações?
A geração Z exige uma educação diferente, inovadora, adaptada tanto a seus valores como às necessidades mais imediatas e realistas da indústria em que ela vai trabalhar. A modalidade flexível é fundamental para atender a essas demandas, mas deve ir muito além de simplesmente oferecer aulas on-line e horários adaptáveis.
As universidades que realmente buscam preparar seus alunos para enfrentar com sucesso os desafios do futuro e prosperar em suas vidas pessoais e profissionais precisam avançar com um passo determinado à integração de novos modelos pedagógicos que aproveitem a tecnologia disponível, mas que também ousem ser mais ambiciosos e abraçar certo grau de incerteza a fim de dar maior liberdade e autonomia aos alunos que querem desenvolver seus talentos ao máximo.
Vamos dar uma olhada em cinco estratégias que sua universidade deve levar em conta em todos os seus planos acadêmicos:
1. Aprendizagem baseada em projetos (ABP)
A integração da ABP à modalidade flexível permite aos alunos que enfrentem problemas do mundo real e desenvolvam habilidades práticas enquanto aprendem e consolidam conceitos-chave.
Em vez de seguir um currículo tradicional, os alunos preferem trabalhar em projetos significativos que exigem pesquisa, colaboração e resolução de problemas. Essa metodologia estimula o pensamento crítico e a criatividade, além de oferecer um grande senso de propósito e relevância na formação.
2. Plataformas de aprendizagem on-line
A adoção de plataformas de aprendizagem on-line nas quais ela pode acessar materiais de estudo altamente envolventes e dinâmicos, incluindo arquivos multimídia e interativos, é algo que a geração Z já pode encontrar diariamente em centenas de páginas de cursos virtuais, e ela espera nada menos que isso de sua universidade.
3. Avaliações através de portfólios de trabalho
A geração Z valoriza a aquisição de habilidades práticas que a prepare para o mundo do trabalho. A substituição dos exames tradicionais pela avaliação baseada em competências permite aos alunos que demonstrem suas habilidades e seus conhecimentos em situações do mundo real de sua própria escolha. Projetos, apresentações, simulações e portfólios são, atualmente, ferramentas mais eficazes para avaliar o progresso e a preparação para o mercado de trabalho.
[Coluna Inside Education] O que alunos querem? A personalização do ensino através da tecnologia4. Tutoria e acompanhamento entre pares
Embora a modalidade flexível ofereça um pouco de autonomia, os alunos da geração Z também valorizam o apoio e a orientação de alunos mais experientes, especialmente quando têm interesses semelhantes ou estão se formando em áreas que lhes interessam.
Por outro lado, tutoria ou mentoria de recém-chegados ou intermediários permite a alunos em níveis mais avançados que exerçam habilidades importantes relacionadas à comunicação, à liderança e à responsabilidade.
5. Flexibilidade na escolha de disciplinas e trajetórias acadêmicas
Na medida do possível, devemos permitir aos alunos que tracem o próprio caminho acadêmico. Isso pode incluir a capacidade de fazer cursos interdisciplinares flexíveis, combinar áreas de estudo ou até mesmo validar créditos com estágios adaptados a aplicações muito específicas dos conhecimentos e técnicas próprios de sua carreira.
A flexibilidade na escolha dos caminhos acadêmicos capacita os alunos a serem protagonistas do próprio processo de aprendizagem e os motiva a explorar diversas áreas do conhecimento em busca de uma formação mais abrangente e alinhada a seus interesses e talentos.
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Referências
GUARNEROS CHÁVEZ, M. A. La cultura digital en las prácticas educativas de la generación Z. Maestría en Investigación Educativa. Universidad Iberoamericana Puebla. 2023. Disponível em: http://repositorio.iberopuebla.mx/handle/20.500.11777/5734. Acesso em: 20 nov. 2023.
MAIOLI, E. Educación y nuevas generaciones. Los desafíos de la generación Z. V Congreso de Creatividad, Diseño y Comunicación para Profesores y Autoridades de Nivel Medio. Buenos Aires, Argentina. 2018. Disponível em: https://fido.palermo.edu/servicios_dyc/publicacionesdc/archivos/695_libro.pdf. Acesso em: 20 nov. 2023.
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