Oferecer Soft Skills nas instituições de ensino é uma tendência que veio para ficar. Conheça como desenvolver e quais as melhores tecnologias para isso!

  1. Como desenvolver Soft Skills
  2. Avaliações em Soft Skills
  3. Modismo ou necessidade?
  4. Soft skills e tecnologia

Não é novidade que o tema de soft skills ganhou maior relevância nos últimos anos. Uma famosa expressão de origem incerta diz que “a pessoa é contratada pela hard skill, mas demitida pela soft skills”.

Tal frase, revela explicitamente que a soft skill é essencial para permanência na posição de trabalho e para o próprio desenvolvimento profissional. Independente das críticas que possam surgir em relação à frase, pois é fato que as hard skills também são fundamentais, temos a certeza de que as habilidades socioemocionais são essenciais para o ambiente organizacional e para carreira profissional.  

Fato é que, por muitos anos o ambiente acadêmico se desconectou do mercado de trabalho, não preparando os egressos para as atividades cruciais que lhes seriam cobradas no mundo do trabalho, principalmente na área de negócios e tecnologia.  

Um currículo desconectado da realidade não promovia a formação de hard ou soft skills. Este fato levou as empresas a buscarem pessoas com boas habilidades de pensamento computacional, liderança, trabalho em equipe, resiliência dentre outras habilidades, pois caberia às empresas a capacitação em hard skills, ou seja, as empresas buscam pessoas com boas habilidades socioemocionais, pois a partir deste pré-requisito, seria mais fácil capacitar em hard skills.  

Neste sentido, uma pesquisa realizada pela Zi Recruiter indica que:  

“93% dos empregadores afirmam que as competências socioemocionais desempenham um papel crítico na decisão sobre quem contratar. Essas habilidades interpessoais incluem coisas como chegar na hora certa, disposição para aprender, entusiasmo e uma atitude positiva. Quando você não tem experiência de trabalho para vender, lembre-se de que você ainda pode se vender"  (Ian Siegel, ZipRecruiter Co-Founder and CEO, in Get Hired Now!)  

A mesma pesquisa elenca quais são as 20 soft skills mais buscadas por recrutadores entrevistados. Dentre as 20, as cinco primeiras são: Comunicação, atendimento, planejamento, gestão do tempo e pensamento analítico. Portanto, as instituições de ensino que querem, de fato, promover empregabilidade de seus alunos, não podem deixar esse tema de lado.  Além de buscarem constante atualização dos currículos, para que abordem as hard skills certas de cada curso, preparar os alunos para as habilidades socioemocionais é tão importante quanto.  

Leia também: 👉 Soft Skills é estratégia para competitividade na IES

Como desenvolver Soft Skills

Como-desenvolver-Soft-Skills-na-universidade

A grande vantagem de se trabalhar soft skills é que ela não necessariamente depende de um conteúdo curricular fixo e pré-determinado. O ideal é que as soft skills sejam trabalhadas de forma transversal em diversos componentes curriculares.  

Por exemplo, em uma aula de métodos ágeis, pode-se trabalhar as habilidades de comunicação, planejamento e trabalho em equipe. Portanto, cabe ao professor avaliar qual soft skills mais combina com seu conteúdo. E é claro, que o aluno também deve conhecer quais são essas soft skills que irão ser trabalhadas. Para isso, um ambiente de educação online ou híbrido que ofereça conteúdos sobre o tema de forma complementar ao currículo é uma boa medida.  

Leia também: 👉 Personabilities: complemente a grade curricular com soft skills!

soft skills no plano academico

Avaliações em Soft Skills

A grande questão é como garantir o desenvolvimento das soft skills, uma vez que quando falamos de comportamento, estamos partindo de uma análise discricionária e subjetiva sobre o comportamento do indivíduo. Por este motivo, a avaliação cruzada entre autoavaliação e avaliação de um professor é fundamental para minimizar a tendenciosidade de uma avaliação de soft skill

Modismo ou necessidade?  

Qualquer tema emergente na sociedade que ganha grande projeção pode, de fato, se transformar de certo modo em um modismo ou um grande frenesi. Na área da educação, observamos isso ao falarmos de metodologias ativas, inteligência artificial dentre outros temas. Porém, a questão da Soft Skill, vai além pelos seguintes fatos: A inteligência artificial está para executar e aperfeiçoar tudo que é mecânico e repetitivo.  

Se as automatizações em uma simples planilha já ajudavam, ter um pensamento analítico e proativo ajudará a pensar em como aplicar as automatizações. A inteligência artificial ainda não é capaz de reproduzir as emoções humanas. Neste sentido, o conhecimento hard pode de certo modo ser aplicado pela I.A., mas por outro lado, o conhecimento soft requer ser trabalhado na essência humana.  

Soft skills e tecnologia  

Soft-skills-e-tecnologia-educacional

O grande desafio tecnológico é mensurar o desenvolvimento de uma Soft Skill, isso, devido a subjetividade deste processo de avaliação. Além de um contexto subjetivo, também estamos em ambiente muito relativo, pois o conceito de ser resiliente se difere de pessoa para pessoa ou de organização para organização.   

Contudo, essa dificuldade não impede que as instituições busquem desenvolver as Soft Skills de uma forma personalizada e até mesmo baseada em uma autoavaliação do aluno como falamos anteriormente. 

A tecnologia, pode oferecer trilhas personalizadas de desenvolvimento de Soft Skills de acordo com aquilo que o aluno ou professor identifica em sua jornada acadêmica.  Atualmente, por meio de questionários bem estruturados, é possível liberar trilhas específicas com base nas respostas obtidas, com isso, o aluno teria o conteúdo de Soft Skills sob medida.  

A partir do momento em que o aluno possui acesso a um conteúdo de ponta que aborda a necessidade do desenvolvimento socioemocional de forma personalizada, ele poderá buscar esse desenvolvimento em seu dia a dia, independente do conteúdo curricular. Por exemplo, se o professor propõe uma atividade em grupo para um trabalho de física, mas antes da atividade prática, solicita que os alunos cursem a trilha de soft skills sobre como trabalhar em equipe, certamente os alunos durante a atividade prática estarão mais integrados e saberão que, além do conteúdo hard de física, eles também trabalharão a soft skills necessária para atividade.  

 Para finalizar o texto, fica a provocação: Será que nossas instituições já estão alinhadas a esse contexto educacional? Em um mundo de constante transformação, a agilidade das instituições em se adaptar em relação a temas como esse é a chave para sua própria sobrevivência.  

Nova call to action

Leandro Ortunes
Leandro Ortunes

Leandro Ortunes é Doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP, Diretor de Novos Negócios na UniFECAF, Consultor de tecnologias no Instituto Sidarta e Avaliador do INEP/MEC. Atua com aplicação de tecnologias para ensino básico e superior no setor público e privado.

Inscreva-se em nosso Blog

Deixe um comentário

Posts relacionados