Inovar na educação não é apenas agilizar processos e otimizar custos. Acima de tudo, é formar alunos capazes de criar um mundo melhor.
- Questões-chave para orientar a inovação no ensino superior
- 4 maneiras de promover a inovação na educação que qualquer universidade pode implementar
2.1. Fazer perguntas distintas
2.2. Design thinking
2.3. Currículo flexível, transversalidade e caminhos de aprendizagem para a liderança humanística e digital
2.4. Colaboração interdisciplinar entre alunos e professores
De acordo com a Unicef, inovar na educação significa encontrar maneiras novas e simples de resolver problemas reais. Quando falamos em problemas “reais”, referimo-nos a situações que afetam a qualidade de vida de indivíduos e comunidades. Partir dessa definição nos ajuda a evitar que o conceito de inovação educativa se confunda com estratégias ou metodologias cujo único objetivo é apenas aumentar a empregabilidade, facilitar a entrega de informação, agilizar o tempo e/ou reduzir os custos.
Embora todos esses aspectos sejam muito valiosos na formação universitária, a inovação vai muito além, pois está sempre ligada a uma intenção em que os objetivos perseguidos respondam às necessidades do ser humano integral inserido em determinado contexto. Em outras palavras, inovar é promover a criação de um mundo melhor para todos.
A inovação no ensino superior não exige investimentos milionários ou tecnologias exclusivas. A verdadeira inovação parte do compromisso de ousar empregar os recursos disponíveis de maneiras novas e flexíveis a fim de criar soluções mais simples e acessíveis que melhorem direta ou indiretamente a qualidade de vida das pessoas. Por exemplo, ajudando diretamente uma comunidade com escassez a tornar a água potável, ou indiretamente a aumentar a lucratividade de uma indústria que gera inúmeras fontes de emprego na região. Acompanhe!
Questões-chave para orientar a inovação no ensino superior
Há tantas maneiras de inovar quanto de pensar. No entanto, alguns aspectos são comuns em todos os esforços de inovação pedagógica:
- Geram melhores soluções para problemas relevantes.
- Formam seres humanos integrais.
- Confrontam o aluno com a responsabilidade social dele.
- Preparam os alunos para a economia moderna.
- Promovem a criatividade.
- Criam conexões entre os próprios conhecimentos e interesses e os alheios.
A maioria das instituições de ensino superior tem uma longa tradição curricular que lhes confere credibilidade e autoridade acadêmica, mas, ao mesmo tempo, essa tradição muitas vezes restringe as possibilidades de inovação pedagógica e retarda a mudança. Por isso, é bom ter sempre em mente algumas questões estratégicas voltadas para a inovação educacional. Isso pode ser de grande ajuda para tomar melhores decisões sobre o que ensinamos e como ensinamos.
- O que minha instituição de ensino oferece, além de um diploma oficialmente reconhecido, que um aluno não pode aprender ou experimentar pesquisando o tema por conta própria?
- Como a instituição está relacionando o aprendizado do aluno com as necessidades sociais do contexto dele?
- Como estamos identificando e aproveitando os avanços tecnológicos e metodológicos que surgem em diferentes áreas de estudo em nível global?
- Como a interdisciplinaridade pode ajudar os alunos a gerar uma visão mais objetiva e global do mundo que irão enfrentar?
- Estamos ensinando o “porquê” e o “para quê” do ponto de vista humanista e ético, e não apenas o “o quê” e o “como” da teoria e da técnica?
Em resumo, inovar não significa necessariamente aplicar todas as novas tecnologias e metodologias pedagógicas disruptivas que estão surgindo ano após ano; essa seria uma tarefa difícil para qualquer instituição.
A inovação na educação tem muito mais a ver com nos manter alertas e curiosos sobre todas as ferramentas que podem ajudar nossos alunos a serem mais competitivos na graduação. “Competitividade” também significa converter-se em fator de mudança positiva para seu setor e para sua comunidade.
[Coluna Inside HED] 👉Pedagogia de Bits e a inovação tecnológica na educação.
4 maneiras de promover a inovação na educação que qualquer universidade pode implementar
Prestamos muita atenção ao fato de que esta lista de estratégias de inovação pedagógica é baseada em propostas acessíveis, realizáveis e realistas para qualquer instituição de ensino superior, seja pública ou privada.
O ideal é que a inovação educacional do futuro envolva ferramentas tecnológicas incrivelmente sofisticadas. Por exemplo, realidade aumentada permanente, inteligência artificial 100% adaptada ao estilo de aprendizagem de cada aluno e software de tradução simultânea que permite que um professor na Austrália dê uma palestra para alunos em Pequim e Nova Délhi.
Mas tudo se começa em algum lugar, e não há melhor maneira de alcançar isso do que nos abrirmos para as possibilidades de inovação em educação que temos aqui e agora e que, aliás, ainda são muitas.
1. Fazer perguntas distintas
Antes de começarmos a pensar em equipamentos tecnológicos de última geração e trilhas de aprendizagem mapeadas detalhadamente pela neurociência, vamos parar para analisar o tipo de perguntas que estão sendo feitas pelos professores e que estão surgindo entre os alunos.
Uma boa pergunta pode fazer muito mais pela aprendizagem significativa do que simplesmente ensinar as respostas padronizadas que o aluno deve responder no teste.
De fato, os planos curriculares que surgem a partir de questões estratégicas são muito mais propensos a fazer o aluno conectar a aprendizagem com situações importantes da vida cotidiana. Estas são algumas das características das questões capazes de sustentar a inovação educacional:
- São relevantes em nível individual e coletivo: desencadeiam associações com experiências e expectativas pessoais e com problemas sociais.
- Ajudam a medir a complexidade de um problema ou tema, em vez de isolá-lo e simplificá-lo.
- Tornam visíveis e expõem interesses adquiridos que ameaçam o bem-estar das pessoas.
- Não costumam ter uma resposta única ou óbvia, mas devem ser analisadas sob vários pontos de vista.
- Exigem que os alunos investiguem, analisem evidências e compartilhem ideias.
- Abrem novas questões em outros campos de estudo ou disciplinas.
- Confrontam-nos com nossas dissonâncias e/ou vieses cognitivos.
- Levam-nos a uma postura ética por meio do pensamento crítico.
Um professor inovador sabe que sua missão não é ensinar respostas que os alunos devem memorizar, mas sim ajudá-los a gerar perguntas capacitadoras e descobrir maneiras de ampliar o conhecimento a partir delas.
Alguns exemplos de perguntas que podem estimular a inovação educacional em salas de aula universitárias são:
- Que consequências uma lei que proíbe a venda de qualquer medicamento sem receita médica teria para a indústria farmacêutica, para a comunidade médica e para as pessoas em geral?
- O que aconteceria com a economia mundial se as empresas não pudessem mais coletar qualquer tipo de informação digital sobre os usuários, mesmo com consentimento explícito?
- Seria adequado produzir sementes transgênicas capazes de germinar e fornecer alimentos em áreas desérticas?
- Se um cientista maligno quisesse criar um vírus para transformar as pessoas em zumbis, quais partes do cérebro o vírus teria que afetar e como?
- O que a indústria de refrigerantes poderia fazer para reduzir substancialmente seu impacto negativo nas fontes hídricas?
2. Design thinking
Aprender a fazer perguntas capacitadoras é uma excelente maneira de estimular a inovação na educação, mas, para gerar aprendizagem significativa, experiência, competência e mudança, é importante passar da teoria à prática, e é exatamente para isso que serve o design thinking.
Trata-se de uma metodologia/filosofia que coloca o aprendizado em ação e o transforma em soluções inovadoras. Algumas de suas características mais importantes são:
- Concentra-se em encontrar soluções viáveis para problemas relevantes que afetam a qualidade de vida das pessoas.
- O professor assume o papel de facilitador da pesquisa dos alunos, mas eles encontram os próprios caminhos e estratégias para encontrar respostas e gerar soluções.
- O trabalho em equipe e multidisciplinar é essencial.
- Protótipos de soluções são gerados desde o início, otimizados por meio da integração de ferramentas, dados, tentativa e erro.
3. Currículo flexível, transversalidade e caminhos de aprendizagem para a liderança humanística e digital
Qual é a serventia de um curso de psicologia das emoções a um programador? De que adianta um curso de programação a um psicólogo? Como um enfermeiro se beneficia de um curso de análise de dados? Com que intuito um graduado em relações internacionais conheceria sobre sustentabilidade?
Todos os cursos universitários e de pós-graduação têm determinados requisitos curriculares, ou seja, para obter uma formação em medicina, engenharia ou marketing, é necessário ter certo número de créditos em determinadas disciplinas preestabelecidas.
Entretanto, lembremos que a educação universitária visa formar seres humanos integralmente, não apenas “funcionários capacitados”. Isso significa que parte da inovação pedagógica diz respeito a garantir uma boa margem de personalização do aprendizado para que os alunos vinculem o conhecimento de sua carreira com outras disciplinas de interesse – especialmente aquelas que os ajudem a gerar liderança digital em sua área, consciência de sua responsabilidade social e senso humano para seu trabalho profissional.
As competências relacionadas com a liderança digital e a responsabilidade social apresentam a virtude de terem transversalidade disciplinar, ou seja, têm aplicações fantásticas em muitas áreas do conhecimento. Alguns dos tópicos mais inovadores que você pode começar a integrar em seu currículo flexível estão relacionados a:
- Sustentabilidade.
- Bioética e ética de consumo.
- Impressão 3D.
- Análise de dados.
- Realidade virtual e realidade aumentada.
- Inteligência artificial.
- Machine learning.
- Programação.
- Robótica.
- Neuroaprendizagem.
4. Colaboração interdisciplinar entre alunos e professores
O trabalho em equipe é uma parte comum e atual da formação universitária, mas, se pararmos para pensar um pouco, uma equipe de pessoas com o mesmo nível de conhecimento e habilidade pode contribuir com qual inovação?
No contexto da inovação na educação, trabalhar em equipe não significa dividir entre vários alunos atividades que qualquer um deles poderia fazer (como pesquisar as respostas para uma lista de perguntas, formatar uma apresentação e apresentá-la diante do grupo), mas sim combinar diferentes conhecimentos, interesses e pontos de vista, às vezes de modo radical, a fim de criar algo novo.
Por exemplo, o que aconteceria se juntássemos uma equipe com alunos de Psicologia, Pedagogia, Programação e Design para apresentar como projeto final uma solução viável ao problema “Os alunos do Ensino Médio da região têm um nível de compreensão de leitura muito inferior ao de seus pares em outros países”?
Outro exemplo: O que aconteceria se juntássemos uma equipe interdisciplinar com estudantes de Medicina, Robótica, Informática e Assistência Social para propor uma solução para “Pessoas com deficiência motora e poucos recursos têm muito menos oportunidades de trabalho”?
E os professores? O trabalho em equipe também é essencial para que eles e as instituições encontrem melhores soluções aos desafios que a universidade enfrenta todos os dias.
Diante de problemas como baixo rendimento escolar, absenteísmo, evasão escolar, burnout, problemas de gestão de tempo etc., valeria a pena dar oportunidade para que equipes multidisciplinares de docentes e de gestão construíssem, de suas diferentes áreas de especialidade, soluções transversais, inovadoras e integrais.
Na Pearson Higher Education, somos conhecidos pela constante busca e pelo desenvolvimento das ferramentas mais inovadoras para sua instituição.
Desde a nossa pioneira e aclamada Biblioteca Virtual às plataformas digitais de aprendizagem, somos um grande aliado para que seus estudantes e seus professores possam focar no que é realmente importante: tornar este mundo um lugar melhor. Conheça as soluções específicas para o ensino superior!
Deixe um comentário