A educação disruptiva torna possível que as pessoas tenham acesso a oportunidades que não tinham, além de ser um excelente investimento para sua instituição.

  1. Quais são os paradigmas que a educação disruptiva quebra?
    1.1 “Nem todos podem ter acesso ao ensino superior”
    1.2 “As disciplinas têm limites claros e devem ser estudadas separadamente”
    1.3 A educação universitária tem como principal objetivo formar indivíduos economicamente bem-sucedidos
    1.4 Todos os alunos devem aprender da mesma forma e no mesmo ritmo
  2. Como a educação disruptiva está relacionada à competitividade das instituições universitárias?
  3. O perigo latente de não ser disruptivo
  4. Exemplos da disrupção tecnológica no mundo

A principal característica da educação disruptiva não é a inovação em si, mas sua capacidade de quebrar paradigmas tradicionais sobre o que pode ou não ser feito e, sobretudo, quem pode ou não fazer, em um contexto de ensino-aprendizagem.

Ou seja, há inovações tecnológicas e processuais que possibilitam realizar com muito mais eficiência e rapidez o que já estava sendo feito. Por sua vez, a disrupção na educação também tende a tirar proveito das novas tecnologias, mas para cumprir o que nunca foi feito antes.

Durante décadas, o modelo educacional tradicional estabeleceu os limites do como, quando, onde e quem no ensino. Embora isso tenha permitido padronizar os planos de estudo, por outro lado deixou milhares de pessoas à margem do ensino universitário, seja por questões de distância, economia ou mesmo estilos de aprendizagem.

A disrupção na educação é tudo aquilo que gera oportunidades viáveis para que essas pessoas adquiram conhecimentos e habilidades que proporcionem vantagens iguais ou muito semelhantes às usufruídas pelos alunos no modelo tradicional. Em outras palavras, ela visa a um setor da população que tradicionalmente era afastado do ensino superior.

Quais são os paradigmas que a educação disruptiva quebra?

ptofessor universitario aplicando educação disruptiva em sala de aula

Para entender um pouco melhor esse conceito, vamos dar uma olhada no que vem à mente quando pensamos em educação universitária de alta qualidade. Dificilmente deixaremos de pensar em aspectos como seu alto custo, seu caráter presencial e o fato de demandar praticamente todo o tempo e toda a energia disponíveis dos alunos.

Alguns dos paradigmas que a ruptura na educação combate são discutidos a seguir.

1. “Nem todos podem ter acesso ao ensino superior”

Graças à ruptura educacional que a educação on-line significou, o paradigma atual não é mais “nem todos podem estudar”, mas "qualquer pessoa com um dispositivo móvel e conexão à internet pode acessar, ao menos, uma boa quantidade de recursos educacionais de qualidade”.

Essa foi uma das revoluções sociais mais importantes de nosso tempo. No entanto, como veremos mais adiante, a educação on-line e tudo o que ela implica (MOOCs, plataformas de aprendizagem, salas de aula virtuais, bibliotecas digitais etc.) estão deixando de ser “disruptivos” e se tornando a nova norma.

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2. “As disciplinas têm limites claros e devem ser estudadas separadamente”

Nesse sentido, a educação disruptiva entendeu que o atual sistema econômico e a sociedade demandam profissionais capazes de integrar diferentes áreas do conhecimento e colocá-lo a serviço de problemas da vida real raramente bem definidos em um único campo fenomenológico.

Por meio de tecnologias e metodologias como aprendizagem integrativa baseada em projetos, learning by doing, trilhas de aprendizagem e formação transversal, tornou-se possível aos alunos obter experiência prática e multidisciplinar.

Além disso, é possível oferecer-lhes a abordagem que consideram mais adequada a seus interesses, em vez de terem de cumprir um currículo acadêmico inflexível, elaborado para aprender conceitos, e não para se adaptar a novas realidades.

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3. A educação universitária tem como principal objetivo formar indivíduos economicamente bem-sucedidos

Durante décadas, as pessoas estudaram uma carreira com o objetivo principal de acessar melhores condições econômicas. Hoje, outros benefícios do ensino superior estão ganhando igual ou maior importância.

Embora a formação acadêmica continue sendo uma das formas mais eficientes de se ter um melhor padrão de vida, a educação disruptiva foca em aspectos como sustentabilidade, responsabilidade social, ética e desenvolvimento psicossocial e emocional dos alunos.

Por exemplo, metodologias como o design thinking não apenas testam o conhecimento teórico e as habilidades práticas dos alunos, mas também os levam a uma postura mais sensível em relação aos problemas e aos desafios enfrentados pela própria comunidade.

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4. Todos os alunos devem aprender da mesma forma e no mesmo ritmo

Graças aos avanços da neurociência, hoje sabemos que pode haver grande variabilidade entre os estilos de aprendizagem dos alunos, e não há absolutamente nada de errado ou anormal nisso.

Além do mais, a formação de muitos alunos pode impedi-los de passar duas ou três horas seguidas estudando, ou oferecer-lhes avaliações muito longas, o que representava um impedimento ao acesso à maioria das aulas e dos exames universitários.

A aprendizagem adaptativa, a microaprendizagem e a gamificação são apenas três exemplos de metodologias que abrem a possibilidade de aprender de outras formas e que continuam a ser disruptivas, pois não só se adaptam melhor à forma natural como o cérebro adquire conhecimento, como também permitiram a milhares de pessoas obterem certificações que não conseguiriam com a educação convencional.

Em suma, enquanto a economia, a cultura e o estilo de vida sofreram mudanças drásticas nas últimas décadas, em muitos aspectos a educação permanece ancorada aos paradigmas e às metodologias do século passado, que já não oferecem soluções reais para as demandas atuais dos alunos.

Muitos especialistas acreditam que a maior parte da educação universitária está falhando na missão de formar profissionais com as habilidades necessárias para progredir na sociedade digital. É por isso que promover uma educação inovadora com metodologias de aprendizagem personalizada é tão importante.

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Como a educação disruptiva está relacionada à competitividade das instituições universitárias?

Quando usamos a inovação para ofertar um produto educacional mais atrativo para o público de sempre, estamos falando em aumentar a competitividade. Quando recorremos a essas mesmas tecnologias para oferecer alternativas a outros segmentos da população ou fazer coisas novas, estamos sendo disruptivos.

Muitas tecnologias inovadoras podem ser empregadas nos dois sentidos. Por exemplo, um software de realidade aumentada de última geração para treinamento de cirurgiões é inovador quando adotado por uma renomada faculdade de medicina, mas disruptivo quando utilizado para ensinar anatomia a alunos de baixa renda em áreas remotas, com muito menos recursos.

Produtos baseados em tecnologias disruptivas são geralmente mais baratos, mais simples e mais convenientes de usar, porém, ao mesmo tempo, oferecem menos margem de lucro para as empresas.

Agora, devemos nos perguntar: Por que as instituições universitárias privadas investiriam em disrupção, que foca em um público menos “rentável”, e não em inovação para conquistar uma fatia maior do mercado de seus potenciais clientes? Veja!

O perigo latente de não ser disruptivo

Um dos expoentes mais reconhecidos da disrupção educacional no mundo é o autor e professor da Harvard Clayton M. Christensen, que explica como a disrupção tecnológica em qualquer setor pode rapidamente tornar obsoletas empresas ou organizações que não a consideram.

Até hoje, no mundo corporativo geralmente se considera que é melhor focar no setor de potenciais clientes, que proporciona uma melhor margem de lucro. No caso das universidades, esse setor costumava ser o de estudantes com tempo e poder aquisitivo para pagar por um mínimo de quatro anos de educação presencial em tempo integral.

Christensen mostrou que, quanto mais avanços tecnológicos existem no mercado, mais perigosa é essa prática. Ele dá como exemplo um grande número de empresas consolidadas gerenciadas com as melhores práticas, que, no entanto, ficaram obsoletas “da noite para o dia” por não investirem em serviços e por considerarem que estes não afetaram seu modelo de negócios ou seu público-alvo.

estudantes universitarios multiétnicos reunidos em uma mesa estudando

Exemplos da disrupção tecnológica no mundo

Quando o telefone foi inventado, a indústria do telégrafo não foi considerada ameaçada. Em seus primórdios, o telefone envolvia redes locais com um raio máximo de três milhas e operava para atender às necessidades de comunicação dos moradores locais, não das grandes empresas ferroviárias e bancos, que eram os principais clientes do telégrafo.

Em pouco tempo, o telefone começou a cobrir distâncias maiores e acabou com toda a indústria do telégrafo em questão de anos, pois ela não acreditava ser necessário investir em tecnologia disruptiva.

A mesma coisa aconteceu na época dos computadores pessoais. O nicho “forte” do negócio eram as grandes empresas que precisavam de equipamentos muito mais potentes. As pessoas interessadas em um computador pessoal eram realmente poucas. Hoje em dia, é difícil pensar no dia a dia sem um desses equipamentos.

Exemplos muito mais recentes são a forma como o Uber afetou a indústria de transporte privado, como a Netflix causou perdas de milhões às empresas de televisão a cabo ou como a indústria fonográfica continua se recuperando em marcha lenta do golpe que representaram as plataformas como o Spotify.

Algo muito semelhante aconteceu com as grandes universidades diante da educação a distância, que mesmo antes da pandemia podia ser considerada uma “opção disruptiva”.

Antes da Covid, milhares de universidades já tentavam se atualizar quanto ao ensino on-line para não perder alunos; após a quarentena, muitas instituições tradicionais sofreram perdas consideráveis, enquanto a educação a distância se consolidava como um dos setores com maior crescimento.

Não foi antes da pandemia que a educação remota deixou de fazer parte da educação disruptiva voltada àqueles que não podiam acessar uma educação universitária convencional e se tornou uma tendência que avança para se tornar a nova norma.

Como você pôde ver, investir em educação disruptiva não é apenas necessário para combater as desigualdades sociais em todo o mundo; é também essencial para que as instituições se mantenham competitivas, pois tem sido comprovado repetidas vezes que o disruptivo tende a se tornar o novo paradigma.

Na Pearson Higher Education, queremos que sua instituição de ensino superior não seja apenas inovadora, mas também disruptiva. É por isso que oferecemos soluções de ensino 100% adaptadas às necessidades atuais dos estudantes e aos novos mercados que você precisa alcançar. Conheça nossas soluções!

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Referencias

JChristensen, C.M. (1997). The innovator’s dilemma: When new technologies cause great firms to fail. Boston: Harvard Business School Press.

Johnson, C. Horn, M. (2008) How Disruptive Innovation Will Change the Way the World Learns. 

International Journal of Humanities and Social Science Invention (2016) Disruptive Innovation in Education: Open Learning, Online Learning, MOOCs and What Next?. Universiti Sains Malaysia, Malaysia 

Clayton M. C.; Aaron, S.; William, C. (2001)  Disruption in education. Hardvard Business School https://er.educause.edu/~/media/files/articles/2007/1/erm0313.pdf?la=en

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