As tendências na educação que devemos adotar urgentemente nas instituições de ensino superior são aquelas que combinam empregabilidade com responsabilidade social.

  1. O que aprendemos e por quê: o futuro das tendências na educação
  2. 7 tendências na educação para um novo contrato social
    2.1. Devolver ao aluno protagonismo total em seu processo de aprendizagem
    2.2. Descolonizar os planos de estudo
    2.3. Incentivar a aprendizagem social e emocional
    2.4. Reduzir a exclusão digital
    2.5. Fortalecer a cidadania ativa e intercultural
    2.6. Promover inovação e interdisciplinaridade
    2.7. Aproveitar as novas tecnologias educacionais

A educação em todo o mundo vive um momento decisivo em relação a seu papel na construção de uma sociedade melhor. As tendências mais importantes na educação não buscam apenas a empregabilidade do indivíduo, mas também sua participação ativa na solução dos problemas e desafios de sua comunidade.

Recentemente, a Comissão Internacional sobre os Futuros da Educação da Unesco publicou o relatório Reimagining our futures together: a new social contract for education, no qual se tornam visíveis algumas tendências pedagógicas que, segundo especialistas, podem impulsionar a educação como principal pilar para a transformação da humanidade e do planeta.

Essa comissão foi criada pela Unesco em 2019 com o objetivo de debater e analisar como a educação deve ser repensada em uma realidade social, cultural e econômica cada vez mais complexa, incerta e aparentemente imprevisível, como a que vivemos atualmente.

A seguir, vamos elencar os pontos mais importantes do relatório e, sobretudo, as tendências do ensino superior que devemos dar maior prioridade enquanto tomadores de decisão nas instituições universitárias.

O que aprendemos e por quê: o futuro das tendências na educação

futuro das tendências na educação superior

Entendemos o termo “educação” como a estruturação do ensino e da aprendizagem ao longo da vida e, ao mesmo tempo, como um contrato social que busca um benefício comum. Anteriormente, dois dos principais objetivos que ela perseguia eram a conformidade social e a formação para exercer uma profissão definida por um ambiente econômico estável e previsível.

No entanto, graças a muitos fatores, especialmente às mudanças tecnológicas, políticas e culturais que estão dando lugar à Quarta Revolução Industrial, esse modelo educacional está ficando ultrapassado, pois a humanidade está plenamente em um ambiente chamado “VUCA” (que em inglês quer dizer Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo).

Além disso, em todo o mundo, a educação está repetidamente falhando em alcançar o que deveria ser seu objetivo mais importante, segundo a Unesco: promover um mundo pacífico, justo e sustentável, no qual as pessoas possam viver em plenitude e bem-estar.

De acordo com o relatório, alguns dos problemas mais urgentes que a educação deve enfrentar, especialmente na formação profissional, são os seguintes:

  • Desequilíbrio ambiental causado pela indústria e por diversas atividades humanas.
  • As profundas desigualdades sociais que existem entre as classes altas e as classes baixas e entre as regiões desenvolvidas e em desenvolvimento.
  • O enfraquecimento da democracia e a crescente polarização social decorrente de situações políticas, econômicas e culturais adversas.
  • Os avanços tecnológicos que promovem a desigualdade, a insegurança e a precarização do trabalho, em vez de servirem ao bem comum.
  • A crescente falta de acesso à educação de qualidade por parte daqueles que não contam com Internet e equipamentos de informática.
  • A violação normalizada e contínua dos direitos humanos básicos de grande parte da população, por motivos de raça, classe social, gênero, deficiência, entre outros.

Quando dizemos que o ensino superior tem que “resolver” esses problemas, não nos referimos apenas a torná-los visíveis ou incluí-los nos materiais de estudo, mas a uma participação ativa e empenhada na procura de soluções reais por parte de todos os envolvidos: estudantes, professores, funcionários administrativos, tomadores de decisão em instituições e governos etc.

7 tendências na educação para um novo contrato social

estudantes discutindo ações de mudanças importantes na sociedade

Atualmente, deparamo-nos com a triste e preocupante realidade de que a formação universitária continua a ser interpretada por muitos como a ferramenta de que alguns jovens privilegiados dispõem para continuar a ter acesso a um emprego e a privilégios econômicos ao longo da vida.

Enquanto a sociedade e as universidades continuarem a promover o ensino superior como instrumento de obtenção de melhores condições individuais, sem ter em conta seu papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e equitativa para todos, será difícil repensar profundamente seus objetivos e suas metodologias.

Nessa lógica, podemos propor sete grandes tendências educacionais que já são uma realidade incipiente em muitas instituições, mas que exigem um empenho muito mais sólido por parte dos atores envolvidos, além de esforços e recursos adicionais.

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1. Devolver ao aluno protagonismo total em seu processo de aprendizagem

É preciso repensar não apenas os objetivos da educação, mas também a estrutura pela qual ela opera e que historicamente colocou o professor e o currículo em uma posição inflexível de superioridade.

A formação não deve apenas tentar transmitir conhecimentos e desenvolver algumas competências específicas, mas, sobretudo, formar seres humanos com capacidade de ter acesso e contribuir para o conhecimento comum, ou seja, aprender a aprender.

Isso implica uma atitude participativa e uma inércia de aprendizagem autogerida ao longo da vida, não apenas durante o ensino superior. Existem muitas metodologias e tecnologias que podem ser colocadas a serviço desse objetivo (por exemplo, a sala de aula invertida, o design thinking e os planos de estudo flexíveis).

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2. Descolonizar os planos de estudo

O termo descolonialismo é típico do pensamento pós-moderno e, em linhas gerais, implica a capacidade de saber quanta opressão, violência, perpetuação das desigualdades está sendo exercida a partir de contextos institucionalizados ou de “autoridade”.

Descolonizar os planos de estudo acarreta uma profunda revisão dos princípios e paradigmas que norteiam nossa forma de ensinar e que não estão em sintonia com a integração dos saberes em um mundo complexo e inter-relacionado, a partir de uma postura de profundo respeito pelo indivíduo e por seu meio.

Isso significa, entre outras coisas, adaptar a educação às necessidades locais, resistir a discursos guiados por saberes hegemônicos que visam à exploração, rejeitar hierarquias arbitrárias e eliminar barreiras desnecessárias e fronteiras não essenciais entre diferentes estruturas de conhecimento.

3. Incentivar a aprendizagem social e emocional

É cada vez mais evidente que a educação não deve focar apenas nas capacidades intelectuais, mas também nas emocionais, sociais e morais. É inútil ter muito conhecimento se o colocarmos a serviço do benefício a curto prazo de alguns.

Além de soft skills como comunicação e liderança – que estão se tornando uma das prioridades da formação pelo impacto na empregabilidade –, a ética e a responsabilidade social também devem ser desenvolvidas ao máximo.

Isso significa educar não só para o sucesso, mas também para o cuidado com o meio ambiente, para ser sensível e participativo com os problemas de nossa comunidade e para a cooperação e o trabalho em equipe na busca do bem-estar social.

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4. Reduzir a exclusão digital

A alfabetização digital básica é uma tendência educacional que está se tornando um dos requisitos mais importantes para o acesso à educação e ao emprego de qualidade. Embora essa deva ser uma das prioridades dos governos e das instituições de Educação Básica, ao chegar ao estágio universitário a ênfase deve ser colocada na alfabetização digital avançada.

Ela não busca mais apenas reduzir a distância entre as pessoas mais e menos favorecidas de uma região, mas também ajudar a nivelar as oportunidades de desenvolvimento e inovação entre os profissionais de todo o mundo, graças a habilidades de alta demanda, como programação e análise de dados, independentemente de sua área de estudo.

5. Fortalecer a cidadania ativa e intercultural

Para além das soluções técnicas ou metodológicas que podemos desenvolver a partir de nossa área de especialização, deve estar subjacente um profundo compromisso com a dignidade humana, a pluralidade e a diversidade, se quisermos orientar essas ações ao bem comum, para além de nossos estereótipos e preconceitos.

O pensamento crítico é uma das habilidades mais importantes para alcançarmos essa posição a favor dos direitos humanos em tudo o que fazemos, juntamente à cidadania ativa, ou seja, aceitar e agir em consequência da responsabilidade que temos com nossa comunidade e com o mundo, sem permanecermos indiferentes.

Para isso, as universidades precisam reconhecer a importância de áreas como Humanas, Artes, da diversidade linguística e da mobilidade estudantil internacional em todos os cursos que oferecem.

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6. Promover inovação e interdisciplinaridade

Por um lado, a educação universitária deve estar fortemente focada no desenvolvimento ativo de soluções reais e viáveis para os problemas mais prementes de nosso ambiente. Por outro, essa busca por respostas não pode se restringir a um único campo de estudo, pois na vida os problemas costumam ser complexos e respondem a uma combinação de causas, não apenas a uma.

Por isso, a aprendizagem deve ser baseada em problemas (ABP) e interdisciplinar, permitindo aos alunos que aproveitem todo tipo de conhecimento e pontos de vista para alcançar soluções mais criativas e eficientes, além de serem pioneiros em campos de estudo que combinam áreas de diferentes conhecimentos (por exemplo, Bioengenharia ou Ciência de Dados aplicada à saúde mental).

7. Aproveitar as novas tecnologias educacionais

Por último, mas não menos importante, como outra das tendências educacionais, as instituições universitárias devem aproveitar a atual interconexão e a interdependência do conhecimento com a tecnologia, investindo em soluções digitais que ajudem professores e alunos a concentrar suas energias no que é mais importante: aprender a aprender e entender como aplicar esse conhecimento a problemas da vida real.

É necessário ressaltar que, embora a tecnologia possa dar um grande impulso à educação, ela não substitui de maneira alguma o fator humano, criativo e sensível com o qual um professor competente pode contribuir, bem como a socialização entre os pares.

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