A autoaprendizagem é uma ferramenta essencial para a vida universitária. Descubra o que ela é, como impacta seus alunos e quais são as suas vantagens.

  1. Como surgiu o conceito de autoaprendizagem?
  2. O que define um estudante universitário que pratica a autoaprendizagem?
  3. 5 coisas que você talvez não saiba sobre autoaprendizagem
  4. Quais são as vantagens da autoaprendizagem na vida universitária?
    4.1. Desenvolve a curiosidade acadêmica
    4.2. Ajuda na resolução de problemas
    4.3. Fortalece competências profissionais

A autoaprendizagem é um requisito essencial na vida universitária para autogerir os processos educativos e desenvolver competências que permitam aos jovens aprender e adquirir conhecimentos com autonomia.

Descubra em que consiste a metodologia de autoaprendizagem, como ela influencia a vida dos estudantes universitários e quais são as vantagens que eles podem aproveitar se aprenderem a gerenciar essa poderosa ferramenta pedagógica.

Como surgiu o conceito de autoaprendizagem?

A autoaprendizagem é uma estratégia pedagógica voltada ao desenvolvimento das habilidades cognitivas dos alunos para que eles possam “aprender a aprender” com autonomia, plenamente conscientes dos procedimentos que estão empregando, sem se limitar às condições impostas pelo ambiente educacional.

A abrangência desse método didático permite ao estudante universitário desenvolver competências e habilidades voltadas ao aprendizado a fim de selecionar, organizar e adquirir informações que podem ser transformadas em conhecimento útil para a vida pessoal e profissional.

Embora não haja uma data específica de surgimento do conceito de autoaprendizagem, sabe-se que foi em meados da década de 1980 que se tornou mais evidente a necessidade de renovação do modelo behaviorista predominante no modelo educacional.

Nesse modelo tradicional, os alunos adotavam uma atitude passivo-receptiva: o processo educacional era mais como um curso de formação, em que os alunos recebiam instruções, informações e conteúdos baseados em um plano de estudos.

É evidente que, nesse esquema, os alunos tinham um raio de ação muito limitado: não tinham a oportunidade de participar ativamente, muito menos de tomar decisões sobre a própria formação acadêmica.

No final da década de 1990, o paradigma educacional mudou radicalmente: a maioria das estratégias de ensino se concentrava em dar aos alunos maior autonomia e capacidade de decisão – enfim, conferir-lhes o papel principal no processo de aprendizagem. Foi então que surgiu um consenso geral para estabelecer os quatro pilares da educação:

  • Aprender a conhecer.
  • Aprender a fazer.
  • Aprender a viver juntos, aprender a viver com os demais.
  • Aprender a ser.

Essa mudança no paradigma educacional deu um giro de 90 graus ao conferir maior independência aos alunos, o que levou ao desenvolvimento de novas estratégias pedagógicas que fomentaram uma nova capacidade de aprender com autonomia, ou seja, que tornaram a autoaprendizagem um traço característico da nova maneira de aprender.

Leia também: 👉 4 paradigmas que a educação disruptiva quebra nas universidades.

O que define um estudante universitário que pratica a autoaprendizagem?

estudantes universitarios em sala de aula

Autogerir a aprendizagem pode ser considerado um método educacional ou uma estratégia pedagógica, mas, para além desses termos, podemos considerá-la também uma filosofia de vida voltada ao crescimento pessoal.

Esse método surge do interesse pessoal, ou seja, da motivação voluntária para aprender. É por isso que quem o pratica tende a ter uma série de atitudes e habilidades que o definem como indivíduo que autogerencia o que aprende:

  • Determinação: a capacidade de tomar decisões resolutivas, levantadas com propósitos específicos e planejados. Eles têm data de início, elaboração e conclusão.
  • Compromisso: geralmente é considerado um valor humano que tem a qualidade de transformar uma intenção ou promessa em um fato tangível. Implica aceitar a responsabilidade de atingir um propósito intencionalmente, mesmo quando as circunstâncias são adversas.
  • Proatividade: manifesta-se quando a pessoa decide assumir ativamente o controle das situações, seja participando de uma equipe ou tomando decisões focadas em um objetivo.
  • Curiosidade intelectual: o autodidata é muitas vezes incentivado a estudar coisas novas por conta própria. Ele encontra no conhecimento uma motivação que se fortalece à medida que é educado em coisas novas.
  • Autocrítica: nem sempre é fácil autoavaliar os próprios resultados; para isso, é necessário desenvolver essa habilidade que permite ao aluno perceber objetivamente e sem prejuízo o próprio nível de desempenho.
  • Constância: em muitos casos, os alunos praticam o autoestudo de modo intermitente e não são consistentes em seus propósitos. Isso geralmente acontece porque eles se motivam apenas com os temas pelos quais são mais apaixonados e perdem o interesse com atividades que são chatas ou alheias a seus propósitos.

5 coisas que você talvez não saiba sobre autoaprendizagem

Às vezes cometemos o erro de acreditar que a autoaprendizagem se limita ao campo acadêmico, mas a verdade é que sua influência é mais ampla e pode abranger outros setores da vida pessoal e profissional. Compartilhamos com você alguns dados sobre autoaprendizagem que muitas vezes são ignorados.

  1. A autoaprendizagem não é um método recente: é a forma mais natural de aprendizagem para o ser humano. Historicamente, a educação formal como a conhecemos hoje tem menos de 200 anos, mas os processos de autoaprendizagem que deram origem à civilização têm mais de 5.000 anos.
  2. Autoaprendizagem e aprendizagem autônoma não são a mesma coisa: a autoaprendizagem é uma autoformação reflexiva que nos permite aprender a aprender e está mais relacionada com a autorregulação da aprendizagem; ao contrário da aprendizagem autônoma, quando a pessoa educa a si mesma, seu caráter é mais autodidata e pode até prescindir de orientação ou tutoria.
  3. É a base de outras metodologias de desenvolvimento pessoal: a autoaprendizagem não só desenvolve competências de aprender a aprender, mas também funciona como um “campo de formação” para promover outras metodologias essenciais ao término da vida universitária, como a aprendizagem ao longo da vida (lifelong leaning), o upskilling (formação profissional para otimizar o desempenho no trabalho) e o reskilling (reciclagem de competências para novos postos).
  4. É a metodologia mais utilizada nos ambientes virtuais: a estrutura das aulas a distância exige que os alunos sejam mais autônomos e proativos, duas habilidades diretamente relacionadas à autoaprendizagem.
  5. Os alunos que praticam a autoaprendizagem são mais bem-sucedidos no trabalho: no passado, as empresas exigiam funcionários que estivessem dispostos a seguir instruções e a ser treinados. Hoje acontece o contrário: elas exigem funcionários que tomem decisões, sejam autogerenciados e possam aprender por conta própria.

Quais são as vantagens da autoaprendizagem na vida universitária?

vantagens da autoaprendizagem na vida universitária

À primeira vista, podemos dizer que a autoaprendizagem oferece todas as vantagens possíveis, mas será que realmente sabemos quais são? Muitas vezes damos como certo que essa metodologia é positiva por si mesma e que quem administra as próprias estratégias de aprendizado já está aplicando essa ferramenta com sucesso.

Vamos definir algumas das vantagens mais importantes com alguns exemplos práticos que nos ajudarão a entender melhor qual é seu alcance.

Desenvolve a curiosidade acadêmica

Nos níveis de Ensino Básico, os programas de estudos têm atividades e disciplinas voltadas ao desenvolvimento de habilidades acadêmicas nos alunos, por exemplo, para que aprendam a realizar atividades de pesquisa ou desenvolver projetos.

Já no ensino superior, a maior parte do conteúdo é focada na formação profissional, assumindo que os alunos já estabeleceram nos níveis anteriores as competências acadêmicas para fazer um projeto ou escrever um ensaio.

Ajuda na resolução de problemas

A resolução de problemas constitui uma das estratégias pedagógicas mais relevantes nos últimos anos, pois implica que os alunos enfrentem situações semelhantes às que poderão vivenciar em outros ambientes da vida pessoal e/ou profissional.

Métodos de aprendizagem tão populares hoje em dia, como a educação baseada em projetos, nutrem-se da autoaprendizagem para melhorar seus resultados.

A resolução de problemas envolve levar em conta situações em que estão presentes a tomada de decisão, a reflexão, a pesquisa e a busca de estratégias diretamente relacionadas à autoaprendizagem.

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Fortalece competências profissionais

Sabemos que as empresas hoje não precisam mais de pessoas que apenas sigam instruções e se adaptem aos programas de treinamento, muito pelo contrário: hoje, os funcionários que têm maiores oportunidades de crescimento são aqueles que possuem habilidades e competências relacionadas à autonomia, à tomada de decisão e à proatividade.

Em suma, aquelas pessoas que buscam exercer a autoaprendizagem, e isso se reflete em seus resultados, que tendem a projetar um perfil profissional muito mais atrativo para as empresas por conta de sua alta capacidade de independência.

Nos últimos anos, a tendência educacional nas instituições de ensino superior tem sido a adoção de novos modelos pedagógicos focados no fortalecimento da autonomia e da autorregulação dos estudantes universitários em seu processo de aprendizagem.

Aquelas universidades que não levam em conta a importância dos modelos pedagógicos atuais correm o risco de serem afetadas pela falta de competitividade e por sua má adaptação para atender às necessidades dos estudantes universitários.

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Referencias

Aedo, R. R. F., Ramos, E. C., & Romero, M. E. D. (2008). Un modelo de autoaprendizaje con integración de las TIC y los métodos de gestión del conocimiento. RIED. Revista Iberoamericana de Educación a Distancia, 11(2), 137-149.

Del Valle Coronel, M., & Curotto, M. M. (2008). La resolución de problemas como estrategia de enseñanza y aprendizaje. Revista electrónica de enseñanza de las ciencias, 7(2), 464.

Delors, Jauqes. "Los cuatro pilares de la educación." Galileo 23 (2013).

 

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