Mudanças na dinâmica de aprendizagem exigem o domínio de novas estratégias de ensino. Conheça as maiores tendências educacionais do ensino superior.
- O que é e o que NÃO é uma estratégia didática?
1.1 Atividade em sala de aula
1.2 Dinâmica de aprendizagem
1.3 Estratégias didáticas - Características de uma estratégia didática bem-sucedida
- Principais tendências em estratégias didáticas em 2022
3.1 Aprendizagem colaborativa
3.2 STEAM e aprendizagem baseada em projetos (PBL)
3.3 Aprendizagem adaptativa: personalização inteligente
3.4 Aprendizagem no metaverso: o futuro dos ambientes virtuais
As estratégias de ensino evoluem a passos largos. Atualmente, as instituições de ensino superior (IES) buscam estratégias que não apenas influenciem no desempenho acadêmico, mas também tenham impacto na formação dos jovens para que alcancem um perfil profissional sólido.
A aplicação de estratégias inovadoras de aprendizagem é o melhor investimento para as universidades que buscam aprimorar os resultados acadêmicos, otimizar seus processos de aprendizagem e oferecer aos seus estudantes as ferramentas necessárias para que sejam altamente competitivos no mercado de trabalho.
Conheça as estratégias de ensino que serão mais populares em 2022 e como utilizá-las na educação superior. Continue lendo!
O que é e o que NÃO é uma estratégia didática?
É muito frequente confundir uma estratégia didática com uma atividade em sala de aula ou uma dinâmica de aprendizagem. Isso porque os três processos buscam o mesmo objetivo: que os estudantes aprendam e se desenvolvam da melhor maneira possível.
No entanto, quando aprofundamos as definições, descobrimos que as diferenças são muito grandes, pois, embora compartilhem objetivos semelhantes, seus métodos e escopo são muito distintos.
Atividade em sala de aula
Uma ação que o aluno realiza indutivamente, seguindo instruções precisas. O objetivo é avaliar os conhecimentos dele por meio de um processo sistemático e padronizado, com a expectativa de que alcance o máximo resultado.
Na educação tradicional, as atividades em sala de aula tiveram um papel importante, pois possibilitaram mensurar o quanto o aluno havia aprendido a respeito de um assunto – por exemplo, demonstrando seus conhecimentos de álgebra ou química por meio de uma prova.
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Dinâmica de aprendizagem
Sua prioridade não é avaliar o conhecimento ou a habilidade do aluno, mas aplicar técnicas colaborativas que lhe permitam colocar em prática o que aprendeu, seja individualmente ou interagindo com outras pessoas em contextos diversos.
Muitas vezes as dinâmicas tendem a ser em grupos e voltadas para objetivos, não para resultados acadêmicos, pois a meta é observar o desempenho do aluno em situações que vão além da sala de aula – por exemplo, por meio de dramatizações para descobrir a capacidade de adaptação de cada um.
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Estratégias didáticas
Embora não exista um conceito exato, vários autores as definem como “uma série de ações sistematicamente pensadas para atingir com sucesso um objetivo”, o que torna seu nível de ação e seu alcance pedagógico muito elevados.
Durante séculos, ser um bom estrategista foi considerada a maior habilidade dos grandes líderes, pois isso lhes permite tomar melhores decisões, realizar ações de alto impacto e influenciar pessoas.
Uma instituição de ensino que aplica estratégias didáticas inovadoras sempre será mais competitiva e, sobretudo, atuará de maneira decisiva entre apenas transmitir conhecimentos ou realmente desenvolver um perfil mais competitivo nos estudantes.
As estratégias são consideradas “as grandes ferramentas do pensamento” porque aumentam as possibilidades cognitivas, o que permite ao professor elaborar, com seus alunos, diferentes trilhas de aprendizagem visando a um objetivo comum.
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Características de uma estratégia didática bem-sucedida
Existem muitos tipos de estratégias de aprendizagem, e cada uma tem características particulares. No entanto, todos eles devem atender a pelo menos três aspectos essenciais a fim de produzir bons resultados.
- Plano de ação: é o caminho que a estratégia deve percorrer passo a passo, antecipando possíveis ameaças que interfiram no objetivo final – ou seja, problemas de ordem cognitiva, comportamental, social, econômica etc.
- Processos: é o desenvolvimento dos passos que a estratégia didática deve seguir em cada fase. Se o plano de ação for bem elaborado, cada processo avançará de maneira progressiva, sistemática e nos dará informações valiosas sobre o desempenho de nossos estudantes.
- Metas: devem ser realistas, claras e objetivas. Os estudantes têm de saber desde o início o que esperam alcançar com uma estratégia didática e, sobretudo, compreender quais etapas são necessárias, ou seja, os recursos de que precisarão para atingir um objetivo, sejam eles acadêmicos, intelectuais, econômicos ou financeiros.
Existem centenas de estratégias didáticas que, em suas épocas, proporcionaram resultados muito bons. Ao longo do tempo, algumas ficaram estagnadas e outras, as mais populares, continuam a ser essenciais para a transição à aprendizagem do futuro.
Principais tendências em estratégias didáticas em 2022
A educação do futuro chegou mais cedo do que o esperado: as mudanças vertiginosas ocasionadas pela pandemia global aceleraram a necessidade de elaborar novas estratégias de aprendizagem que, de outra forma, não seriam consideradas até a próxima década.
Os tempos têm sido difíceis, mas também trouxeram benefícios: a necessidade de adaptação a esta nova realidade tem motivado muitas universidades a investirem em formação e recursos para a inovação pedagógica.
A seguir, compartilhamos 4 tendências em estratégias didáticas nas universidades.
1. Aprendizagem colaborativa
As Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC) nos ensinaram que a aprendizagem em grupo é uma das estratégias mais eficazes para promover conhecimentos e competências entre os alunos.
Se é verdade que “duas mentes funcionam melhor que uma”, que vantagens podemos esperar de um grupo de mentes que trabalha em equipe, colaborando e apoiando-se mutuamente a fim de atingir um objetivo em comum?
Alguns exemplos de aprendizagem colaborativa
A didática em grupo pode ser uma ótima estratégia, mas como aplicá-la com os alunos? Aqui estão alguns exemplos:
- Grupos de estudo: acompanhar e apoiar uns aos outros permite aos alunos que resolvam suas dúvidas com mais rapidez e eficiência. Eles se organizam espontaneamente enquanto buscam ideias para melhorar seus hábitos de aprendizagem.
- Resolução de problemas: fortalece a capacidade de trabalhar em equipe com o intuito de alcançar a melhor solução, aprimorando suas capacidades de análise de grupo. Eles também aprendem a ser assertivos e a ouvir os outros.
- Fóruns de discussão e debates: é uma estratégia colaborativa que, ao mesmo tempo, favorece uma competição saudável. Os alunos aprendem a expressar e defender os próprios pontos de vista, o que os motiva a analisar, investigar e se preparar para antecipar qualquer circunstância.
2. STEAM e aprendizagem baseada em projetos (PBL)
Quantas vezes já ouvimos a frase: “É preciso se preparar para a vida real”? Como se os ambientes acadêmicos fossem um mundo de fantasia! Mas o que essa frase realmente significa é que os universitários devem se preparar para os desafios que enfrentarão fora do campus.
Gerar estratégias que sirvam de ponte entre o ensino superior e o mercado de trabalho, no qual o aluno deve demonstrar suas habilidades profissionais, é uma tarefa complexa. Na última década, surgiram estratégias de aprendizagem que possibilitam estruturar formas cada vez mais eficazes de desenvolver habilidades que o mundo do trabalho exige.
Foi assim que surgiu o conceito de STEAM, sigla em inglês para se referir a Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. STEAM é considerada uma estratégia integradora que busca solucionar três problemas recorrentes na educação:
Integrar Ciências, Tecnologia, Arte e Educação em um mesmo modelo pedagógico de aprendizagem transversal, ou seja, que não se limite à aprendizagem comum – muito pelo contrário.
Promover a aprendizagem do conhecimento a partir da experiência, sob a filosofia do “aprender fazendo”, de modo a privilegiar a proatividade, a criatividade, o trabalho colaborativo e a busca de resultados.
Eliminar a lacuna que existe há gerações entre a educação e o mercado de trabalho, gerando estratégias que vinculam os universitários às oportunidades de emprego relacionadas à carreira.
A aprendizagem baseada em projetos (ABP) é muito popular em razão de sua enorme semelhança com a dinâmica de trabalho e a capacitação nas empresas, o que agrega valor, ao envolver os estudantes em processos que lhes permitirão se familiarizar e adquirir experiência profissional.
Decálogo da aprendizagem baseada em projetos:
- Introdução motivadora: delinear as vantagens, o escopo e os benefícios do projeto a ser proposto.
- Tema significativo: que esteja ligado não só à carreira ou à área de estudo, mas também aos interesses, às necessidades e às motivações dos alunos.
- Organização das equipes de trabalho: os membros de cada grupo devem ter um papel e uma responsabilidade.
- Definição de metas: não devem ser confundidas com as habilidades esperadas dos alunos, se revelando, em vez disso, um resultado específico – seja uma solução para um problema, uma apresentação, um produto acabado ou um trabalho de pesquisa científica.
- Planejamento: projeto do plano de trabalho, no qual são especificados os passos, as tarefas anteriores e os tempos de execução.
- Pesquisa: envolve a busca de informações e a análise de dados.
- Gestão da informação: nesta fase, serão considerados o tratamento dos dados e as conclusões anteriores.
- Trabalho com o produto: todos os recursos anteriores serão colocados em prática para a elaboração do produto final.
- Divulgação do produto final: gerar estratégias com o intuito de promover e expor o produto final para a comunidade estudantil.
- Feedback coletivo: todas as vozes envolvidas no projeto refletirão sobre os resultados obtidos.
3. Aprendizagem adaptativa: personalização inteligente
A seguinte frase é atribuída a Einstein:
Somos todos gênios. Mas, se você julgar um peixe por sua capacidade de subir em árvores, ele viverá a vida inteira pensando que é inútil.
Nesse sentido, é impossível aplicar a mesma dinâmica de aprendizagem e esperar que todos os alunos obtenham os mesmos resultados.
A aprendizagem adaptativa surge como um método que ajusta os conteúdos às necessidades, às capacidades, aos conhecimentos e às competências de cada aluno, com o apoio de “Learning analytics”: estratégias baseadas em algoritmos e análise de dados.
O psicólogo comportamental Frederic Skinner fez os primeiros experimentos adaptativos por meio de atividades que aumentavam o nível de dificuldade, para que o aluno pudesse determinar as próprias habilidades.
A capacidade do aluno de reconhecer seu entorno e se adaptar a ele é essencial para que a aprendizagem adaptativa crie um ambiente no qual todos aprendam com desafios, e não com hostilidade acadêmica.
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Exemplo de estratégia didática adaptativa
Dentro dos planos de estudos universitários, é comum encontrar cursos de aperfeiçoamento e atualização. Uma estratégia muito eficaz é integrar espaços de capacitação com temas mais complexos.
Com base no trabalho colaborativo e no desenvolvimento de projetos, os alunos com mais destaque podem oferecer feedback àqueles que necessitam de apoio, sempre sob a supervisão da equipe docente. Isso gera círculos virtuosos de aprendizagem.
4. Aprendizagem no metaverso: o futuro dos ambientes virtuais
O termo “metaverso” tornou-se muito popular graças à empresa Meta (Facebook), embora, na verdade, tenha sua origem no romance distópico Snow crash, um best-seller publicado por Neal Stephenson em 1992.
Mas o que exatamente chamamos de metaverso? Significa literalmente “além do universo”, e seu objetivo é criar ambientes virtuais tão imersivos que possam imitar a realidade.
Em 2013, um estudo sobre mundos virtuais apontou que as novas gerações se comunicarão em ambientes virtuais tão naturalmente quanto na realidade física. E, para as instituições educacionais, o metaverso se tornará a evolução da aprendizagem virtual como a conhecemos hoje.
Estratégias voltadas para a educação virtual
Estima-se que a integração do metaverso ao campo educacional comece a ser constante nos próximos 5 anos. Isso motivou muitas IES a se prepararem para essa transição por meio de recursos virtuais cada vez mais frequentes. Por exemplo:
Aulas virtualizadas: diferentemente das aulas a distância ou on-line, as aulas virtualizadas permitem maior interação com os recursos, propondo uma experiência imersiva que encurta distâncias físicas e melhora a interação entre alunos e professores. Uma aula virtual amplia as possibilidades de participação e, logicamente, reduz os índices de distração e desistência.
Bibliotecas virtuais: possuem melhores recursos de adaptação do que um simples acervo digital, pois, além de conterem documentos digitalizados, são desenvolvidas de modo a se adaptarem às necessidades das IES e da comunidade acadêmica em geral. O conceito “virtual” diz respeito à possibilidade de acessar a biblioteca e conhecer seus recursos de maneira muito mais eficiente e dinâmico em qualquer lugar e a partir de qualquer dispositivo. Além disso, há a possibilidade do acesso off-line ao acervo completo.
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Laboratórios virtuais: esses recursos são os que melhor se adequam ao conceito de metaverso. Eles são projetados para que a imersão nas atividades comuns de um laboratório físico possa ser simulada com alto grau de eficácia no mundo virtual. Estamos falando da possibilidade de utilizar equipamentos virtuais e instrumentos de alta precisão que os alunos poderão manipular com a mesma fidelidade que na realidade física.
Na Pearson, estamos convencidos de que as novas estratégias de ensino superior são recursos fundamentais que visam atender às demandas dos jovens que hoje, mais do que nunca, necessitam das melhores ferramentas de capacitação para competir no mercado de trabalho.
Dessa forma, fazemos um convite para você para que conheça as 6 soluções educacionais inovadoras da Pearson Higher Education e descubra tudo o que pode fazer por sua instituição de ensino. 👇
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