O bibliotecário é essencial para o funcionamento ideal de uma biblioteca digital. Conheça os desafios enfrentados pelos profissionais da informação.


  1. A evolução do bibliotecário em torno da biblioteca digital
  2. Michar Hart, criador da biblioteca digital
  3. Qual é o papel do bibliotecário na era digital?
  4. 5 desafios para bibliotecários na era digital
    4.1 Atualizar os papéis tradicionais da biblioteca na era digital
    4.2 Entender as necessidades do usuário e criar serviços de alto impacto
    4.3 Adaptar as bibliotecas digitais às mudanças tecnológicas
    4.4 Maior valorização do papel do bibliotecário
    4.5 Desenvolver cadeias de colaboração profissional

"Os livros têm voz e falam salvando épocas e vidas. As livrarias são aqueles territórios mágicos onde, em um ato de inspiração, ouvimos os ecos suaves e crepitantes da memória desconhecida."

Irene Vallejo. 

(El infinito en un junco)

A velocidade com que a didática da aprendizagem evolui exige uma biblioteca digital ao alcance de todos. Nesse contexto, as bibliotecas virtuais assumiram o papel principal nas universidades entre os recursos essenciais para acessar informações confiáveis e atualizadas.

Hoje, os bibliotecários têm um grande desafio nas mãos: migrar os conteúdos das bibliotecas físicas e, ao mesmo tempo, dar suporte às bibliotecas digitais para atenderem à demanda de conhecimento das instituições de ensino superior.

Se quiser saber em detalhes como o papel dos bibliotecários mudou e os desafios que eles já enfrentam no presente. Acompanhe!

A evolução do bibliotecário em torno da biblioteca digital

desafios da biblioteconomia

Os livros são a marca indelével de nossa passagem pelo mundo. O eco dos grandes pensadores, cientistas e artistas é ouvido ao longo da história graças às páginas escritas.

Houve um primeiro momento em que os bibliotecários eram acadêmicos, e a missão deles era fundamentalmente preservar os livros.

Luisa Orera, especialista em biblioteconomia nos deixou essa citação.

E, embora antigamente esse trabalho fosse respeitado e admirado por envolver o manejo do repositório do conhecimento, hoje a imagem do bibliotecário atrás de uma montanha de livros já é coisa do passado.

Até o século XIX, os livros eram zelosamente guardados para uso pessoal, mas, com o surgimento das primeiras bibliotecas públicas, o processo de leitura foi democratizado, e a profissão de bibliotecário tornou-se imprescindível à educação.

Até a década de 1970, a profissão de bibliotecário era reduzida a três atividades básicas:

  1. Organizar coleções sob critérios temáticos complexos.
  2. Manter os livros como objetos físicos que requerem atenção especial para sua conservação.
  3. Oferecer atendimento e aconselhamento profissional aos usuários.

Uma biblioteca requer uma equipe treinada, profissional e, acima de tudo, com uma paixão natural pelos livros. No entanto, com a transição tecnológica, os bibliotecários demandam novas e melhores habilidades para enfrentar os desafios que uma biblioteca digital exige.

Porém, não vamos nos antecipar; vejamos primeiro as origens das bibliotecas digitais como as conhecemos agora.

Complemente a sua leitura: 👉 8 competências que uma biblioteca digital exige do bibliotecário

Michar Hart, criador da biblioteca digital

Em 1971, com o avanço tecnológico na recuperação de dados, surgiu o primeiro protótipo de biblioteca digital: naquele ano, Michael Hart, empresário e filantropo, descobriu que o armazenamento de informações eletrônicas poderia ter uma enorme utilidade para as bibliotecas.

A ideia surgiu quando ele tentou enviar por e-mail uma cópia da Declaração de Independência dos Estados Unidos, mas o texto acabou se revelando pesado demais para o sistema. Então, ele projetou um arquivo que poderia ser baixado e lido como um objeto digital.

Hart ainda não sabia, mas naquela época ele havia criado o protótipo da primeira biblioteca digital da história. Em poucos meses, ele organizou uma equipe que ficou encarregada de digitalizar textos universais como a Bíblia e a obra de Shakespeare.

Só faltava dar um nome a esse protótipo: em homenagem ao inventor da imprensa, Hart decidiu chamá-lo de Projeto Gutenberg, que hoje é considerada a primeira biblioteca digital da história.

Essa evolução histórica das bibliotecas exigiu especialistas que não se limitassem a cuidar e a classificar o material bibliográfico. A partir desse momento, o papel do bibliotecário mudaria para sempre: ele se tornaria um agente fundamental na educação do futuro.

Nova call to action

Qual é o papel do bibliotecário na era digital?

As bibliotecas digitais são muito mais dinâmicas do que as versões físicas. Na nova era tecnológica, as bibliotecas digitais e virtuais exigem bibliotecários com amplo conhecimento em gestão da informação digital, algoritmos de busca e uso de plataformas para o gerenciamento de arquivos.

Nas livrarias digitais, os títulos não ficam estáticos à espera de um leitor. Pelo contrário: estão em constante interação com os usuários. Em razão da facilidade de acesso a eles, milhões de títulos são consultados todos os dias e, graças à portabilidade, não são apenas compartilhados, oferecendo interação de uma forma que seria impossível com livros físicos.

Por outro lado, a flexibilidade dos materiais digitais permite aos usuários que editem o material sem alterar seu conteúdo. Seja alterando o tamanho, a cor e a tipografia do material, a maioria dos dispositivos de e-book possibilita o acesso a diferentes modos de leitura, o que torna a experiência com o livro mais amigável.

Embora os bibliotecários continuem trabalhando com livros impressos, eles devem agora se familiarizar com as bibliotecas digitais e virtuais para agilizar e otimizar o acesso aos melhores conteúdos, o que implica ter certos requisitos em sua formação profissional.

Nova call to action

5 desafios para bibliotecários na era digital

Em 2013, quando as bibliotecas digitais começaram a ganhar mais relevância, uma organização especializada em estatística educacional, CityTown Info, produziu um infográfico com dados relevantes sobre como as bibliotecas estavam enfrentando os desafios da evolução digital, com os seguintes resultados:

  • 85% dos entrevistados esperam um alinhamento mais próximo com as escolas.
  • 82% exigem mais programas gratuitos de alfabetização para jovens.
  • 62% fazem pesquisas em bibliotecas por motivos de trabalho ou estudo.
  • 59% preferem locais mais confortáveis para trabalhar e ler.
  • 53% consideram necessário ampliar o catálogo de livros digitais.

É importante destacar que esse relatório inclui outro fato muito relevante: em 2013, apenas 16% dos alunos norte-americanos tiveram aulas on-line; porém, em 2020, o número de alunos on-line aumentou para mais de 24%, o que dá uma ideia da importância atual das bibliotecas digitais.

Desde 1927, a Federação Internacional de Associações e Instituições de Bibliotecas (IFLA) surgiu como uma organização internacional e independente, cujo objetivo é: “promover a compreensão, a cooperação, a discussão, a pesquisa e o desenvolvimento internacional, em todas as áreas de atividade bibliotecária e na ciência da informação”.

Em julho de 2018, a IFLA realizou um Workshop Internacional, com o objetivo de discutir “Como um setor de bibliotecas unido pode enfrentar os desafios do futuro”, ao qual se juntaram mais de 1.500 membros de 140 países.

O resultado foi um decálogo de desafios que os bibliotecários terão de enfrentar no futuro imediato para estarem preparados em termos de inovação em bibliotecas digitais. Desse decálogo, selecionamos 5 pontos fundamentais, veja:

1. Atualizar os papéis tradicionais da biblioteca na era digital

A migração rápida das bibliotecas tradicionais para as digitais não foi uma adequação para o futuro, mas sim para o presente imediato. Isso implica aproveitar todas as tecnologias de informação e comunicação em benefício dos usuários, principalmente das instituições de ensino.

Esse desafio está centrado em três objetivos:

  1. Treinar os usuários e familiarizá-los com esse novo tipo de acesso à informação.
  2. Digitalizar e criar fontes de informação por meio de repositórios e bases de dados, bem como curadoria de conteúdos em colaboração com instituições, principalmente educativas.
  3. Oferecer maior acesso aos grupos específicos: universidades e organizações que promovem a leitura.
Leitura complementar: 👉 Ferramentas digitais: aliadas da gestão do tempo no ensino superior

2. Entender as necessidades do usuário e criar serviços de alto impacto

Além de gerenciar serviços, os bibliotecários digitais precisam ter empatia com as necessidades dos usuários. Isso implica manter um contato próximo com eles, sejam indivíduos ou instituições, a fim de entender quais recursos são mais úteis para eles.

Ainda, os serviços devem ser redesenhados para ampliar o alcance de qualidade e o impacto deles entre a população leitora, por meio de dinâmicas de colaboração e inclusão de novas tecnologias, das quais também emergem três pontos:

  1. Além da análise qualitativa do uso do serviço, devem ser realizados estudos qualitativos para sondar a atividade dos usuários.
  2. Ser mais versátil e inovador na utilização da informação, estabelecendo redes de contato com outros colaboradores que apresentem propostas inovadoras de melhoria do serviço.
  3. Seguindo a tendência anterior, sugere-se a aplicação de estratégias disruptivas: gamificação ou ludificação de conteúdo, clubes de leitura por meio de canais e grupos de redes sociais, entre outras.

Leia também: 👉 Estratégias metodológicas para aulas remotas na IES

3. Adaptar as bibliotecas digitais às mudanças tecnológicas

A atualização das livrarias e bibliotecas digitais é constante e os bibliotecários devem incluir treinamentos periódicos em seus protocolos para aproveitar o potencial de cada inovação tecnológica.

Para ser bem-sucedido nesse desafio, deve-se considerar:

Criar redes profissionais de troca de informações entre bibliotecários e a comunidade (cidadãos, organizações e instituições de ensino), reforçando a capacidade de aquisição de novas tecnologias.

Otimizar os recursos físicos, econômicos e humanos sob um critério de rentabilidade, aproveitando que, em relação aos livros físicos, o custo dos conteúdos digitais e a manutenção deles são muito menores.

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4. Maior valorização do papel do bibliotecário

A automação das bibliotecas digitais pode fazer os usuários ignorarem que, por trás de um serviço tão eficiente, existe uma equipe de profissionais encarregados de gerenciá-lo e mantê-lo em perfeitas condições.

Leve-se em conta que, “se uma sociedade precisa de bibliotecas eficientes, as bibliotecas precisam de uma sociedade forte que as promova e defenda”. Desse modo, a proposta se concentra em destacar o valioso trabalho do bibliotecário perante a sociedade:

Fortalecer a imagem do acervo digital e a do bibliotecário: gerar presença na mídia, desenhar campanhas de marketing e divulgar os serviços oferecidos por uma plataforma desse tipo.

Oferecer maior visibilidade ao ambiente digital e à profissão de bibliotecário, dando-lhe uma maior presença tanto nas redes sociais como na comunidade estudantil.

5. Desenvolver cadeias de colaboração profissional

O bibliotecário pode estabelecer muitos pontos de interação social que fortalecem seu trabalho por meio da colaboração coletiva. Esse desafio propõe o seguinte:

  1. Mudar a percepção do usuário: ele deve deixar de atuar como agente externo dos processos da biblioteca digital.
  2. Canais de participação abertos para a comunidade acadêmica: no caso das bibliotecas digitais das instituições de ensino superior (IES), permitir que professores e estudantes universitários opinem e façam sugestões sobre o tipo de conteúdo de que necessitam.
  3. Espaços abertos de interação para a gestão de serviços de apoio à comunidade, especialmente alunos: fóruns que funcionem como redes de apoio profissional entre professores e alunos.

No ensino superior, o bibliotecário é tão importante quanto o profissional docente, mas, para ter sucesso em seu trabalho, ele precisa de uma Biblioteca Virtual (BV) que conte com pelo menos 7 funcionalidades inovadoras:

  1. Fácil acesso à plataforma e ao conteúdo.
  2. Ferramenta de gestão com interface simples e amigável.
  3. Gerenciamento inteligente para melhor exibição do conteúdo.
  4. Flexibilidade no manuseio do conteúdo.
  5. Ferramentas de personalização no gerenciamento de usuários.
  6. Análise de tráfego de usuários e uso do conteúdo.
  7. Rede de comunicação entre a população universitária.

Ter uma plataforma que atenda de maneira bem-sucedida a esses requisitos é essencial para o êxito das IES, razão pela qual a Biblioteca Virtual Pearson é utilizada por mais de 500 universidades no Brasil todos os dias.

A Biblioteca Virtual Pearson é mais do que uma plataforma de conteúdo: ela funciona como um amplo espaço de capacitação e desenvolvimento contínuo, o qual os estudantes podem acessar de qualquer dispositivo, com todo o conhecimento na palma da mão.

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Referências

Fernandez, P. E. (2014). De Gutenberg a la aldea global. Cuadernos de H ideas, 8.

Moscoso, P., & Ortiz-Repiso, V. (2002). El impacto tecnológico en el quehacer bibliotecario: hacia un nuevo modelo de biblioteca. La biblioteca digital. Documentación de las Ciencias de la Información, 25, 115-127.

Noguez-Ortiz, Araceli. (2010). Evaluación de las bibliotecas digitales: su teoría y modelos. Investigación bibliotecológica, 24(52), 97-115. Recuperado en 02 de marzo de 2022, de http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0187-358X2010000300005&lng=es&tlng=es

Orera, Luisa. (2002). La evolución en la formación de los bibliotecarios. Documentación de las Ciencias de la Información, 2002. 25. 

 

Pearson Higher Education
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