O papel do docente na educação socioemocional continua durante a educação superior. Descubra como preparar melhor os seus estudantes com soft skills.
- O que são soft skills e por que é tão fundamental promovê-las na universidade?
- Quais são as soft skills mais importantes na educação socioemocional?
- Qual é o papel do professor na educação socioemocional?
3.1. Inspirar com histórias de sucesso
3.2. Simular contextos que exijam o uso de habilidades interpessoais
3.3. Analisar e especificar os valores e as posturas éticas por trás de cada ação profissional
3.4. Promover o aprendizado com base em projetos colaborativos e multidisciplinares
3.5. Estar atualizado sobre as habilidades socioemocionais mais relevantes em seu campo - Personabilities: uma forma de promover a educação socioemocional no ensino superior
Muito se tem falado sobre o papel do professor na educação socioemocional das crianças, mas é surpreendente o quanto esse aspecto é negligenciado no ensino superior, justamente quando os alunos estão a um passo de se formar para um mercado de trabalho que exige uma ampla gama de soft skills.
É como se partíssemos do princípio de que os alunos que chegam às universidades não precisam continuar desenvolvendo suas habilidades socioemocionais, embora nas últimas décadas tenha sido comprovado o contrário.
De fato, as estatísticas nos dizem que, enquanto 96% dos coordenadores acadêmicos acreditam que estão preparando adequadamente os alunos para as realidades do trabalho, apenas 11% dos recrutadores acreditam que as instituições estão oferecendo a preparação certa.
Devemos também ter em conta que a longevidade média das pessoas continua a aumentar. Considera-se que já nasceu o primeiro ser humano que viverá mais de cento e cinquenta anos.
Portanto, os diplomas ou hard skills que as novas gerações desenvolvem durante o ensino superior certamente não serão mais suficientes para sustentar com sucesso carreiras profissionais que durarão muito mais do que antes e que estarão sujeitas a um contexto em rápida mudança.
Por sua vez, as soft skills são perenes, ou seja, não se desvanecem com o tempo, mas adaptam-se às novas realidades de maneira natural e dinâmica, pois têm a ver com criar relações harmoniosas, procurar o bem-estar social e aprender a aprender, por exemplo.
O que são soft skills e por que é tão fundamental promovê-las na universidade?
Segundo a aclamada psicóloga Ester Perel, especialista na área das relações humanas no trabalho:
É a qualidade de nossas relações que determina em maior medida nossa qualidade de vida.
Soft skills são recursos de inteligência emocional focados nas relações interpessoais e também na forma como nos relacionamos com nós mesmos. Entre outras coisas, desenvolver soft skills nos permite:
- Comunicar-nos de maneira assertiva com os outros.
- Sentir e demonstrar empatia.
- Estabelecer relacionamentos positivos.
- Influenciar de modo responsável e eficiente em nosso meio ambiente.
- Evitar e resolver conflitos.
- Resolver problemas de maneira mais criativa.
- Autogerenciar nossas emoções.
As soft skills também estão associadas a níveis mais altos de desempenho acadêmico, melhor renda e menos condutas de risco, além de problemas mentais, incluindo burnout.
Por isso, são atualmente uma das características mais valorizadas pelas empresas nos processos de seleção e promoção; mas, além de potencializarem a empregabilidade, são também um fator decisivo no sucesso social e no bem-estar individual.
Por exemplo, imagine estes três cenários:
- Uma engenheira ambiental que descobre um método muito eficiente para limpar as águas residuais, mas não possui as habilidades necessárias para convencer os investidores a financiar seu projeto.
- Um gestor com conhecimento excepcional em sua área, mas incapaz de inspirar e motivar sua equipe.
- Uma empreendedora muito talentosa, mas que não sabe lidar adequadamente com o estresse do trabalho, e isso a leva a ter problemas de saúde ou com sua família.
Em suma, as soft skills têm um efeito de longo prazo em muitos aspectos fundamentais de nossas vidas e são o motor subjacente que nos permite tirar o máximo proveito de nossas hard skills.
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Quais são as soft skills mais importantes na educação socioemocional?
De um modo geral, as habilidades sociais mais necessárias na nova era podem ser colocadas em três categorias principais:
- A capacidade de aprender e ensinar.
- Compreender como funcionam os sistemas (humanos e aqueles que surgem entre máquinas e humanos).
- Inovação, criatividade e originalidade.
Dessas categorias, emergem uma série de soft skills que, na maioria das vezes, são transversais, ou seja, influenciam vários aspectos do sucesso e do bem-estar ao mesmo tempo. O papel do professor na educação socioemocional é promover ativamente seu desenvolvimento.
Algumas das soft skills mais valorizadas no trabalho e em contextos sociais são:
- Autoconsciência
- Autorregulação
- Autodeterminação
- Autogerenciamento
- Consciência social
- Comunicação oral e escrita
- Gestão e negociação de conflitos
- Pensamento crítico
- Tomada de decisão
- Resolução de problemas
- Trabalho em equipe e colaboração
- Liderança
Qual é o papel do professor na educação socioemocional?
Sabemos muito bem que as habilidades interpessoais são um fator-chave no desenvolvimento ao longo da vida, não apenas no ambiente acadêmico ou de trabalho. No entanto, pouco se tem falado a respeito do papel do docente na formação socioemocional dos estudantes universitários.
Por essa razão, vamos agora rever algumas estratégias específicas que docentes do ensino superior devem levar em conta para estimular o desenvolvimento de soft skills em seus alunos.
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1. Inspirar com histórias de sucesso
Para mudar o mundo, não é preciso apenas talento e inteligência, é necessário também saber superar as adversidades sem desistir. Afinal, nem sempre as boas ideias funcionam de primeira ou são óbvias para todos desde o início.
Os professores podem ajudar a fortalecer as habilidades socioemocionais de seus alunos quando compartilham com eles histórias inspiradoras de figuras icônicas em seu campo de estudo. Essas histórias devem incluir:
- Um problema que confronta o protagonista com vários desafios ou emoções negativas.
- Demonstração de soft skills pelos protagonistas (resiliência, perseverança, inovação, autoconfiança etc.)
- Resultados positivos diretamente relacionados à referida implantação.
Para complementar a aprendizagem significativa, devem ser feitas perguntas que confrontem os alunos com a dimensão socioemocional do problema. Por exemplo:
Como você acha que Steve Jobs se sentiu quando foi demitido de sua própria empresa? O que levou Thomas Alva Edison a perseverar com a invenção da lâmpada, mesmo depois de tantos fracassos? Como os cientistas que estudavam a penicilina “pensaram fora da caixa” para encontrar uma cepa viável para a produção em massa?
2. Simular contextos que exijam o uso de habilidades interpessoais
Nenhuma pessoa é uma ilha e, por mais solitário que nosso trabalho possa parecer, sempre teremos que interagir em algum nível com outras pessoas.
Algumas profissões exigem mais socialização do que outras, mas em todos os casos é importante saber se relacionar, convencer e demonstrar empatia.
Os professores devem levar em conta essa dimensão humana do trabalho profissional e incluí-la nas simulações de situações reais que os alunos irão enfrentar.
Por exemplo, negociações difíceis, dar más notícias aos familiares de um paciente ou até mesmo a maneira correta de solicitar um empréstimo no banco.
3. Analisar e especificar os valores e as posturas éticas por trás de cada ação profissional
A responsabilidade social é uma das soft skills mais importantes da atualidade, pois graças a ela podemos promover a sustentabilidade, a inclusão, a igualdade e a equidade, entre outras.
Uma parte importante do papel do docente na educação socioemocional é abordar criticamente os impactos positivos e negativos, diretos e indiretos, que as ações dos futuros profissionais podem ter na comunidade.
Algumas decisões podem se revelar um excelente negócio financeiramente, mas ter um resultado muito ruim em termos humanitários. Por exemplo, monopolizar a produção de um medicamento que pode salvar vidas e vendê-lo a preços altos, em vez de investir em processos de fabricação mais baratos para torná-lo mais acessível.
4. Promover o aprendizado com base em projetos colaborativos e multidisciplinares
Uma das metodologias de ensino que melhor emula os desafios do mundo real é a aprendizagem com base em projetos ou design thinking. Sua característica mais relevante é que, diferentemente de outras estratégias pedagógicas, ela estabelece um objetivo, mas não determina a forma da solução ou os passos para alcançá-lo.
Os problemas que se resolvem em projetos de design thinking caracterizam-se por sua relevância para o bem-estar da comunidade e pela necessidade de serem abordados de maneira experimental e multidisciplinar.
Por exemplo, podemos pedir a nossos alunos de química que desenvolvam uma solução de saneamento de água que ajude os agricultores de dada região a aumentar sua produção em determinada porcentagem.
São metas ambiciosas e relevantes sem uma resposta clara e que, pelo mesmo motivo, podem gerar frustração e incerteza, mas é justamente a partir dessas emoções não tão positivas que os alunos aprendem a implantar recursos fantásticos como inovação, trabalho em equipe e pensamento agregador.
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5. Estar atualizado sobre as habilidades socioemocionais mais relevantes em seu campo
Finalmente, os professores universitários devem se acostumar com o fato de que a mudança hoje parece ser a única constante. As soft skills mais procuradas no mercado de trabalho de sua indústria certamente continuarão a mudar e a evoluir.
Por isso, é necessário estarmos sempre atualizados sobre o que as empresas e companhias mais destacadas do setor esperam de seus colaboradores em nível socioemocional, para que nossos graduados acessem o mundo do trabalho com melhores oportunidades e, assim, apliquem seus talentos no lugar certo.
Personabilities: uma forma de promover a educação socioemocional no ensino superior
Personabilities é um modelo criado pela Pearson Higher Education com o objetivo de avaliar, treinar e validar as competências socioemocionais mais importantes para a empregabilidade e o bem-estar. Algumas das melhores universidades do mundo já o estão aproveitando – por exemplo, a Universidade Iberoamericana.
Trata-se de uma solução eficiente tanto para estudantes que desejam se formar com melhor preparação interpessoal quanto para professores que querem aprimorar a qualidade de seu trabalho educacional. Convidamos você a complementar a proposta de valor para sua instituição com essa ferramenta inovadora. Entre em contato com a nossa equipe e solicite mais informações. Conheça Personabilities!
Referências
Chabot, D. y Chabot, M. (2009). Pedagogía emocional, sentir para aprender. Integración de la inteligencia emocional en el aprendizaje. México: Alfaomega.
Goleman, D. (2007). La inteligencia emocional. Por qué es más importante que el cociente intelectual. México: ZETA.
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