A era digital da educação trouxe oportunidades nunca vistas, mas também alguns desafios importantes. Você sabe como superá-los na sala de aula universitária? 

  1. O que são as gerações Z e Alpha e como elas aprendem?
  2. Principais desafios do professor na era da educação
    2.1. Atenção mais reduzida e dispersa dos alunos
    2.2. Formatos digitais competindo com formatos tradicionais
    2.3. Informação digital
    2.4. Falta de paciência  
    2.5. Esquemas remotos
    2.6. Necessidade de desenvolver competências interpessoais de modo transversal
    2.7. Autonomia em relação a novos algoritmos
  3. Considerações finais: Oportunidades da era digital na educação

Estamos vivendo um momento sem precedentes graças à inovação da era digital na educação. As ferramentas e a conectividade que temos hoje estão tornando o ensino muito mais eficiente, mas, ao mesmo tempo, ameaçam alguns aspectos-chave da aprendizagem. 

Na Pearson Higher Education, falamos muito sobre as vantagens oferecidas pela tecnologia e pela transformação digital no campo da educação, mas hoje queremos abrir espaço para tornar visíveis os desafios que essa mesma tecnologia está começando a gerar em salas de aula a estudantes e professores universitários.  

Antes de entrar de fato no assunto, vejamos alguns dos elementos que caracterizam as novas gerações de estudantes do ensino superior, e como o fato de nascer na era da informação modifica sua visão de mundo e até mesmo alguns aspectos cognitivos importantes.

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O que são as gerações Z e Alpha e como elas aprendem?

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A chamada geração Z inclui jovens nascidos entre 1994 e 2010, de modo que muitos de seus integrantes já estão cursando o ensino superior. Por sua vez, a geração Alpha, nascida a partir de 2011, começará a ocupar as salas de aula universitárias dentro de alguns anos.  

Se os millennials foram considerados a geração de transição entre a educação analógica e a educação digital, a geração Z é aquela que consolida as novas tecnologias em todas as áreas do cotidiano, com a internet e os dispositivos inteligentes já não mais como um luxo, mas como uma necessidade. 

No caso da geração Alpha, as barreiras entre o mundo físico e os mundos virtuais, entre a interação humana e a inteligência artificial acabarão por se confundir, e isso não só modificará radicalmente a maneira dela de realizar atividades como estudar, trabalhar ou fazer compras, mas também a forma que ela dá às próprias relações sociais.  

Por exemplo, um fato muito interessante é que, junto à geração Alpha, recentemente a rede social TikTok ultrapassou o Google como principal ferramenta de busca.  

Isso significa que mesmo as fontes de informação que há algumas décadas eram completamente novas e disruptivas agora estão sendo substituídas por formatos multimídia ainda mais ágeis e interativos.  

Claramente, isso terá um impacto profundo na forma como as novas gerações estão acostumadas a aprender. Embora a mentalidade que os alunos das gerações Z e Alpha trarão para as salas de aula já seja muito diferente, a visão pedagógica dos professores continua a representar um momento de transição caracterizado pela adoção lenta e cautelosa de novas tecnologias.

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Principais desafios do professor na era da educação

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A complexidade da era digital na educação de professores universitários não só responde a um choque geracional. O mesmo ambiente digitalizado em que os jovens têm se desenvolvido tem criado ​​novos desafios.  

Vejamos sete desafios que os professores enfrentam e, acima de tudo, como podemos adaptar o ensino superior a esta nova era digital na educação sem prejudicar a qualidade ou a viabilidade da aprendizagem. 

1. Atenção mais reduzida e dispersa dos alunos

Diversas pesquisas têm sido feitas para determinar se nossa capacidade de concentração por períodos prolongados ficou afetada na era da informação.  

Os estudos são inconclusivos, entre outras coisas, porque temos informação pouco objetiva sobre as habilidades cognitivas das gerações anteriores.  

O que é um fato comprovado é que atualmente estamos muito mais acostumados a estímulos breves e bastante carregados de significado, e eles também são os que mais podem despertar nossa motivação.  

Em vez de tentar forçar os alunos a se readaptarem a formatos que já são muito tediosos para eles, devemos encontrar uma maneira de transmitir o conteúdo em parcelas mais ágeis, e o ​​microlearning é um dos melhores exemplos de como isso pode ser alcançado.  

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Nova call to action

2. Formatos digitais competindo com formatos tradicionais

Há uma clara tendência das novas gerações de rejeitarem os formatos tradicionais de conteúdo acadêmico, pois hoje em dia a tecnologia nos permite comunicar ​​mais em muito menos tempo.  

Talvez o melhor exemplo que tenhamos sejam os vídeos curtos nas redes sociais, que, ​​além de transmitirem muita informação visual, integram sons, textos, animações e filtros, entre outras coisas.  

Essas são porções muito curtas de conteúdo, mas uma após a outra pode manter o usuário totalmente interessado por horas.  

Diante dessa luta de estímulo, parece realmente complicado manter os jovens interessados no mesmo capítulo de livro didático por várias horas, mas podemos desencadear o interesse deles adaptando esse mesmo conteúdo a formas multimídia mais dinâmicas.

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3. Informação digital

Atualmente, há muito mais informações desatualizadas, tendenciosas, repetitivas ou irrelevantes na internet do que aquelas que podem realmente contribuir para uma bagagem de conhecimento sólido e confiável, independentemente de qual seja nossa disciplina.  

A infoxicação na educação digital é um problema muito real porque aparentemente oferece respostas rápidas, mas na realidade o que causa é que os conteúdos não sejam aprofundados, uma vez que tudo parece estar pronto para “copiar e colar”, mesmo que se trata de figuras e estatísticas mal interpretadas ou de origem duvidosa.  

Um dos antídotos mais importantes para esse fenômeno globalmente difundido é o desenvolvimento do pensamento crítico e o fortalecimento das metodologias de pesquisa na nova era.  

É muito necessário alocar tempo para que nossos alunos aprendam a diferenciar uma fonte de informação de autoridade de uma que não é.

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4. Falta de paciência  

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Por um lado, é muito bom que aproveitemos os formatos multimídia que nos permitem transmitir informação complexa de modo mais eficiente, mas, por outro, a cultura do imediatismo está diminuindo cada vez mais a paciência e a tolerância à frustração, duas competências interpessoais que são fundamentais.  

As instituições de ensino podem beneficiar muito seus alunos integrando atividades e dinâmicas que fortalecem a paciência e os ajudam a se autorregular melhor. Exemplos incluem meditação, ioga, círculos de leitura, projetos de longo prazo e atividades artísticas extracurriculares.

5. Esquemas remotos

Com cada vez mais escolas adotando esquemas de estudo híbridos ou 100% remotos, milhares de jovens que não tinham condições de concluir um curso universitário agora têm a oportunidade de fazê-lo, mas a educação a distância continua sendo um desafio para a maioria dos professores.  

Além de nos familiarizarmos com as particularidades do ensino virtual e/ou assíncrono, é importante que comecemos a repensar o desenho dos planos acadêmicos, para que possam ser adaptados desde o início tanto à educação presencial quanto à educação on-line com o mínimo de esforço.

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6. Necessidade de desenvolver competências interpessoais de modo transversal

De acordo com estudos recentes, a geração Z depende das próprias habilidades técnicas para a empregabilidade, mas “está insegura sobre ter as habilidades sociais solicitadas por seus empregadores”.  

Em outras palavras, a hiperconectividade no mundo virtual e suas habilidades digitais avançadas permitem que eles adquiram conhecimento de modo muito mais eficiente, mas, ao mesmo tempo, restringem muitas das atividades sociais responsáveis pelo desenvolvimento de competências interpessoais.  

Hoje, mais do que nunca, é essencial que os planos de ensino superior incluam a formação em soft skills, e muitas universidades já começam a integrá-las transversalmente no currículo de todos os seus cursos.

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7. Autonomia em relação a novos algoritmos

Finalmente, na educação digital não podemos perder de vista o fato de que algoritmos e inteligências artificiais estão cada vez mais sofisticados e nos ajudam a automatizar tarefas que apenas algumas décadas atrás não poderiam ter sido realizadas por uma máquina.  

Isso deu origem a um fenômeno chamado “black box”, ou seja, quando usamos tecnologias muito avançadas diariamente, mas na realidade não entendemos como elas funcionam, e, quando elas não estão ​​disponíveis, somos incapazes de resolver problemas ou abordar situações cotidianas. 

A educação universitária precisa formar profissionais capazes de fazer o próprio trabalho de modo eficiente,​​ mesmo que a tecnologia falhe, e isso implica uma compreensão global não apenas de uma área do conhecimento, mas de disciplinas como programação, machine learning e ciência de dados, para citar apenas algumas.  

Considerações finais: Oportunidades da era digital na educação

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Embora os desafios sejam variados e complexos, quando fazemos um balanço geral, descobrimos que a educação está passando por um momento muito afortunado, porque, independentemente dos vícios que a tecnologia possa trazer, ela também abre muitas portas para o progresso.  

Nesse sentido, é importante que não procuremos ir contra a corrente, romantizando os métodos tradicionais de ensino como os únicos eficazes, mas que os adaptemos a novas realidades, sem perder coisas tão essenciais como qualidade ou senso crítico.  

Por fim, além de reconhecer os desafios e as vantagens da era digital na educação, devemos ter em mente que a desigualdade social e a lacuna tecnológica ainda são profundas nos países em desenvolvimento, de modo que nem todos os jovens têm as mesmas oportunidades.  

Na Pearson Higher Education temos um compromisso muito real com a formação das novas gerações. É por isso que criamos soluções inovadoras e acessíveis para que seus estudantes universitários adquiram todas as ferramentas de que precisam para encarar o futuro e criar um mundo melhor.

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Referências

ARMOUR, K.; GOODYEAR, V. A.; SANDFORD, R. The digital age challenge. ResearchGate, 2020. Disponível em: <researchgate.net/publication/338961326_The_digital_age_challenge>. Acesso em: 3 mar. 2023. 

OPPORTUNITIES AND CHALLENGES in a digital age. TC2. Disponível em: <tc2.ca/uploads/Samples/CTCChapterOne.pdf>. Acesso em: 3 mar. 2023.  

HENRIQUE, E. L. The challenges of education in the digital age. LinkedIn. Disponível em: <linkedin.com/pulse/challenges-education-digital-age-eduardo-henrique/>. Acesso em: 3 mar. 2023. 

MEILLEUR, C. 4 challenges for education in the digital revolution era. KnowledgeOne. Disponível em: <knowledgeone.ca/4-challenges-for-education-in-the-digital-revolution-era/>. Acesso em: 3 mar. 2023. 

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