O ensino à distância revolucionou o ensino e trouxe enormes benefícios, bem como novos desafios para o ensino superior. Leia para saber mais! 

  1.  Aprendizagem ao longo da vida: promover a cultura de lifelong learning
  2. Como é que o lifelong learning motiva os estudantes do ensino superior?
  3. De quais recursos eu preciso para gerar experiências de aprendizagem na educação a distância?
    3.1. Projetos a distância
    3.2. Simulação de cenários didáticos
    3.3. Criação de uma rede de conhecimento virtual

Durante a pandemia, 4 milhões de estudantes latino-americanos abandonaram seus estudos¹. No Brasil, a evasão escolar aumentou 128%, afetando principalmente os estudantes do ensino superior². 

Hoje, mais do que nunca, as universidades precisam de recursos de qualidade para envolver os alunos no processo de aprendizagem. Porém, os recursos não podem entregar resultados por conta própria, precisam de estratégias eficazes para motivar o comprometimento com a educação e a conclusão com sucesso do curso. 

As estratégias a seguir visam combater o abandono escolar precoce no modelo de ensino superior a distância. De que maneira? A partir do uso inteligente de recursos e dinâmicas que os motivam a atingir o próprio objetivo profissional e geram um sentimento de pertencimento à instituição.

Leia também: 👉 Desafios e formas de promover a educação inclusiva na universidade

Aprendizagem ao longo da vida: promover a cultura de lifelong learning

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A educação não é uma meta a ser alcançada, é um caminho a ser percorrido.

O que mais pode motivar um estudante universitário hoje é saber que tudo o que ele está aprendendo na escola terá um enorme impacto em sua vida profissional, e esse é um dos objetivos da aprendizagem contínua, também conhecida como lifelong learning

Essa filosofia pedagógica veio para renovar o paradigma tradicional que dominava a educação universitária no final do século XX, quando ainda se acreditava que terminar um curso era suficiente para fechar o ciclo de aprendizagem e que o próximo objetivo era conseguir um emprego a fim de aplicar os conhecimentos e habilidades obtidos. 

No final da década de 1990, muitos estudantes do ensino superior tiveram de enfrentar a dura realidade: com a chegada da internet e o acelerado desenvolvimento tecnológico, muito do que haviam aprendido na universidade exigia atualização constante. 

Embora o ensino superior ainda tenha muito prestígio, é fato que não basta mais ter um diploma universitário. Hoje, também é necessário desenvolver novos conhecimentos e habilidades que sejam integrados ao conhecimento prévio.

Leia também: 👉 O que é lifelong learning e qual é seu impacto para os estudantes universitários?

Como é que o lifelong learning motiva os estudantes do ensino superior?

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Conecta os jovens com a realidade vivida no mercado de trabalho atual: Lembre-se de que o ensino superior representa a fase de transição entre a vida acadêmica e a profissional, mas também é uma grande oportunidade para as instituições de ensino superior (IES) promoverem a aprendizagem ao longo da vida como um diferencial que lhes permite destacar seu modelo de aprendizagem

Os alunos terão uma nova perspectiva sobre o próprio futuro e a confiança de que sua instituição não está apenas preparando-os para se especializar em uma carreira, mas também para enfrentar as mudanças tecnológicas cada vez mais aceleradas nessa era digital. 

Motiva-os a recuperar o sentido genuíno da educação: Na Segunda Revolução Industrial, a educação era sistemática e padronizada, muito semelhante à montagem de um carro: o aluno passava por vários “processos” nos quais era treinado, até chegar ao ensino superior, no qual terminava seu pacote educacional. 

Hoje, a aprendizagem ao longo da vida permite-nos romper com esse paradigma obsoleto e mudar a percepção dos estudantes universitários para motivá-los a continuar a própria formação permanentemente, mesmo depois de terem finalizado o curso.  

transformacao digital no ensino superior

Esse é o diferencial motivador da aprendizagem ao longo da vida: Faz os alunos entenderem que a universidade não é o ciclo final do processo acadêmico deles, mas o início de um longo caminho de aprendizagem que os acompanhará por toda a vida. 

Menos aulas, mais experiências de aprendizagem: As coisas de que lembramos mais intensamente são aquelas que causaram impacto em nossas vidas, ou seja, aquelas que nos proporcionaram uma experiência significativa. É por isso que a aprendizagem experiencial se tornou um dos modelos pedagógicos mais importantes para o ensino superior, e até mesmo para o desenvolvimento do talento humano nas empresas.   

A experiência de aprendizagem ocorre quando os alunos se deparam com vários desafios educacionais que devem resolver gradualmente. Em cada etapa, eles colocarão os próprios conhecimentos prévios em prática, mas também serão motivados a adquirir e desenvolver novas habilidades.  

Embora as experiências de aprendizagem sejam nutridas pela teoria, elas atingem seu potencial máximo no exercício e na prática, transformando a dinâmica de aula em oportunidades projetadas para gerar conhecimento significativo e experiencial.

Leia também: 👉 Como o Lifelong Learning pode beneficiar o ensino na sua IES?

A experiência é a professora mais exigente: primeiro o testa e depois o ensina a lição.  -Travis Bradberry 

De quais recursos eu preciso para gerar experiências de aprendizagem na educação a distância?

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Como Bradberry, autor de Inteligência emocional 2.0, aponta, “toda experiência é baseada em testar a nós mesmos e depois nos ensinar uma lição importante”, e é precisamente isso que devemos considerar na educação a distância: projetar uma experiência de aprendizagem que mais tarde se torne conhecimento.

1. Projetos a distância

Muitos professores temem que o ensino remoto limite a capacidade de conceber projetos. A verdade é que há uma enorme variedade de opções para os alunos trabalharem com eles sem a necessidade de estar presentes, “projetos geralmente inspirados em problemas reais, que os alunos devem resolver em grupos”³. 

Não importa qual curso eles estão fazendo ou a natureza do projeto que eles têm em mente, os alunos podem apresentar seu trabalho de maneira virtual, seja compartilhando vídeos na plataforma e até mesmo fazendo uma transmissão ao vivo para o processo ser observado em tempo real. 

2. Simulação de cenários didáticos

Cenários de ensino situacionais são uma maneira segura de motivar os alunos a melhorar o próprio desempenho por meio de experiências de aprendizagem. Considere, por exemplo, a carreira de marketing e o impacto que teria para um grupo de estudantes apresentar uma campanha publicitária, enquanto outros estudantes fingem ser potenciais investidores.

Podemos simular cenários didáticos como esses em qualquer curso, desde que levemos em conta um fator principal: que o ambiente projetado para cada projeto seja o mais próximo possível da realidade.

Somente em 2020, no início da pandemia, mais de 23 milhões de pessoas migraram para o trabalho remoto, e projetos de trabalho têm sido apresentados on-line, o que nos faz pensar: por que não estamos familiarizando jovens universitários com essa prática?

Leia também: 👉 Conheça 4 melhores práticas pedagógicas de gestão da aprendizagem!

3. Criação de uma rede de conhecimento virtual

As redes sociodigitais são a principal forma de interação humana a distância e um dos recursos mais importantes para a aprendizagem colaborativa: elas nos permitem envolver um grande número de alunos em ambientes virtuais, nos quais eles podem trocar ideias e informações enquanto desenvolvem suas habilidades colaborativas.  

Como apontam diversos especialistas, atualmente “as redes de conhecimento constituem a expressão máxima do homem como produtor de conhecimento, além de sua necessidade de trocar, compartilhar e transferir o que aprende e cria a partir da interação por meio de uma plataforma tecnológica”4.  

Além de ser uma estratégia muito inovadora, também está comprometida com a lealdade de nossos alunos a distância, e isso se deve a um motivo fundamental: 

Ao envolver os alunos na construção de uma rede de conhecimento, eles passam a ter um sentimento de compromisso com seus pares e de pertencimento à instituição. 

Em apenas duas décadas, as plataformas LMS (Learning Management System) cresceram mais de 900%, e isso porque as TIC deixaram de ser um recurso de apoio para se tornarem o principal suporte em sala de aula, especialmente nos modelos de educação híbrida e a distância. 

Uma rede de conhecimento virtual requer essas ferramentas essenciais:

  • Personalização: que pode adaptar seus recursos aos interesses e às necessidades particulares da instituição, dos estudantes e da comunidade universitária em geral.
  • Simplicidade: uma plataforma profissional não deve ser complicada ou exigir uma curva de aprendizagem íngreme; pelo contrário, deve ser intuitiva o suficiente para que alunos e professores consigam se familiarizar imediatamente com seus recursos.
  • Adaptabilidade e portabilidade: você deve levar em conta a imensa oferta de dispositivos no mercado e ser capaz de trabalhar em um PC, um tablet ou um telefone celular com a mesma fluidez e tempo de resposta em qualquer lugar e a qualquer hora do dia. 
  • Abordagem pedagógica: centenas de plataformas LMS funcionam apenas como um repositório de conteúdos, uma vez que não possuem as ferramentas essenciais de uma plataforma escolar:
    • Visualização de conteúdos acadêmicos
    • Suporte para análise de dados estatísticos, administrativos ou de avaliação.  
    • Sistematização de processos recorrentes (registros, roll call, entre outros). 

Biblioteca virtual projetada para o ensino superior 

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Por causa da pandemia global, o ensino remoto tornou-se o ambiente de aprendizagem mais utilizado para o ensino superior. Isso motivou as instituições a terem uma plataforma de aprendizagem, mas também uma biblioteca virtual capaz de oferecer o suporte acadêmico necessário, com conteúdo atualizado e de qualidade.

Uma biblioteca virtual destinada ao ensino superior não deve apenas oferecer conteúdos bibliográficos digitalizados, mas também deve ter material multimídia e uma grande variedade de recursos que se integram organicamente no ensino a distância.

Estamos falando de características que as bibliotecas físicas não possuem: funções de interação tecnológica que fazem da biblioteca virtual um ambiente de interação e colaboração para a comunidade universitária, otimizando a capacidade de busca e processamento de dados.

 Leia também: 👉 Biblioteca física x biblioteca virtual: veja as diferenças

Que vantagens deve oferecer uma biblioteca virtual com foco no ensino superior?  

  • Grande variedade de conteúdos e formatos, com material confiável, projetado para ambientes acadêmicos.  
  • Livros digitalizados e documentos hemerográficos, bem como arquivos multimídia nos formatos mais populares para reprodução.
  • Acesso rápido e eficiente a conteúdo acadêmico de qualquer lugar, mesmo off-line.
  • Compatibilidade com a maioria dos dispositivos, leitura de documentos digitais e programas de reprodução de arquivos multimídia.
  • Integração orgânica a plataformas virtuais de gestão educacional.
  • Constante renovação e atualização dos conteúdos.
  • Ferramentas de personalização: permitem a professores e alunos que editem os conteúdos para uma melhor leitura (copiando, sublinhando ou destacando textos).

Uma boa biblioteca virtual impedirá que os alunos continuem a recorrer aos sistemas de busca da internet, visitando sites não confiáveis, até mesmo perigosos, que oferecem material didático duvidoso, de pouco valor pedagógico. 

O ensino superior é uma das etapas mais importantes da formação profissional. Hoje, as IES têm a oportunidade de oferecer a seus alunos uma experiência de aprendizagem que pode ter um grande impacto no futuro deles. 

Nova call to action

Referências

1. SALDAÑA, P. (2021, 25 enero). Un estudio revela que cerca de 4 millones de estudiantes abandonaron la enseñanza durante la pandemia. Folha de S.Paulo. 25 fev. 2021. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/brasil/2021/01/un-estudio-revela-que-cerca-de-4-millones-de-estudiantes-abandonaron-la-ensenanza-durante-la-pandemia.shtml. Acesso em: 5 jan. 2023.  

2. CARVALHO, D. Jóvenes brasileños estudian menos y abandonan más durante la pandemia. Bloomberg. 23 fev. 2022. Disponível em: https://www.bloomberglinea.com/2022/01/23/jovenes-brasilenos-estudian-menos-y-abandonan-mas-durante-la-pandemia/. Acesso em: 5 jan. 2023. 

2. YELITZA, M. A.; TALAVERA PEREIRA, R. Aproximación para el diseño de una red de conocimiento: Intra y Extra Universitaria. Revista de Ciencias Sociales, v. 15, n. 2, p. 284-296, 2009. 

3. LABRA, J. E. et al. Una experiencia de aprendizaje basado en proyectos utilizando herramientas colaborativas de desarrollo de software libre, 2006. 

4. RODRÍGUEZ, Y. P.; PÉREZ, M. C. Redes de conocimiento. Ciencias de la Información, v. 40, n. 1, p. 3-20, 2009. 

5. El estado del trabajo remoto en Latinoamérica. Techla Media. 15 jul. 2022. Disponível em: https://techla.pro/2022/07/15/el-estado-del-trabajo-remoto-en-latinoamerica/. Acesso em: 5 jan. 2023. 

6. KEEGAN, L. 79+ Staggering Online Learning Statistics Revealed! SkillScouter. 20 jul. 2021. SkillScouter. Disponível em: https://skillscouter.com/online-learning-statistics/. Acesso em: 5 jan. 2023. 

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