A simulação na educação é uma das ferramentas pedagógicas mais valiosas, e vale a pena que sua universidade invista nela. Veja o porquê.
- O que é simulação na educação?
- Quais são as características de um simulador educacional?
- 3 fatores importantes para avaliar a qualidade de um simulador educacional
- Qual é o papel do professor no método de simulação educacional?
- 10 vantagens da simulação na educação
- Quais são as desvantagens dos simuladores educacionais?
As ferramentas de simulação no ensino superior permitem aos alunos que desenvolvam habilidades abrangentes e sejam avaliados em contextos críticos altamente alinhados com os desafios que enfrentarão na vida real.
A simulação de processos e contextos é uma excelente aliada para alunos e professores de todas as áreas acadêmicas de sua instituição. Hoje vamos rever o que exatamente é um simulador educacional e quais são suas principais vantagens.
O que é simulação na educação?
Os simuladores educativos são ferramentas que se enquadram no modelo pedagógico da aprendizagem experiencial (experiential learning) e em sua aplicação prática: aprender fazendo (learning by doing).
Essa abordagem, na qual o aluno tem um papel ativo no processo de ensino, tem se mostrado muito mais eficaz do que outros métodos tradicionais de ensino. Como diz uma citação atribuída ao filósofo Confúcio:
Eu Escuto, Eu Esqueço; Eu Vejo, Eu Entendo; Eu Faço, Eu Aprendo.
Descobriu-se também que as simulações oferecem muitos dos benefícios da prática, mas sem os riscos de submeter um aluno inexperiente a um contexto delicado, em que muitas coisas podem dar errado.
Como os simuladores permitem aos alunos que aprendam no próprio ritmo e fornecem feedback imediato, eles também podem ser considerados parcialmente dentro da categoria de ferramentas de aprendizagem adaptativa.
Um simulador educacional pode vir de muitas formas, que variam imensamente em níveis de sofisticação e interação humana: desde a montagem de determinada situação com atores que sabem como e quando reagir até um software de realidade virtual que altera os parâmetros do ambiente de acordo com as ações do usuário.
Para dar um exemplo, apenas no contexto das ciências da saúde, existem vários tipos de simulações:
- Um ator desempenha o papel de doente ou de “paciente padronizado” e expressa uma série de sintomas a partir dos quais o profissional deve fazer um diagnóstico.
- Um modelo tridimensional de tórax humano ou manequim automatizado, que permite aos paramédicos em treinamento realizar manobras de ressuscitação cardiopulmonar.
- Um software de computador que simula uma conversa com um paciente que precisa receber uma má notícia, com diferentes opções para o médico escolher como lidar com a informação.
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Quais são as características de um simulador educacional?
Segundo o famoso teórico educacional David Kolb, a aprendizagem não é um resultado, mas um processo em que o conhecimento é construído por meio da transformação da experiência, e necessariamente inclui a resolução de conflitos, além de algum tipo de troca entre as pessoas e o meio ambiente.
O modelo de simulação como método de ensino e aprendizagem na sala de aula universitária pode assumir várias formas, mas faz parte de uma metodologia que sempre incluirá:
- Uma recriação sensorial, social ou multimídia de uma situação específica.
- Uma observação reflexiva da situação e conceituação abstrata da experiência.
- Uma busca de soluções e/ou melhorias, bem como tomada de decisão.
- Uma experimentação interativa com consequências sensíveis na recreação.
Tudo isso pode ser resumido da seguinte forma: um simulador educacional, para ser considerado como tal, deve permitir ao usuário que entre em contato com determinados elementos de uma situação (dependendo da complexidade do simulador) e interaja com eles, obtendo feedback imediato sobre o resultado de suas ações.
Por exemplo, um simulador cirúrgico de laboratório virtual possibilita a estudantes de cardiologia que pratiquem operações complexas, como um transplante de coração, em um ambiente o mais semelhante possível a um corpo humano real.
Além disso, se as manobras ou os processos dos alunos não estiverem corretos, o simulador pode avisar o usuário que algo está errado, da mesma forma que os sistemas de suporte à vida fariam em uma operação real.
3 fatores importantes para avaliar a qualidade de um simulador educacional
- Generalização: significa que o modelo de simulação pode incluir um ->grande número de variáveis e variações relacionadas à situação ou ao contexto que está recriando.
- Realismo: o simulador deve incluir o maior número possível de elementos >contextuais e/ou sensoriais da situação que ele recria.
- Complexidade: as variáveis do modelo devem refletir cenários distintos de >tomada de decisão para o usuário, adequados a seu nível de conhecimento.
Recomenda-se a integração dos simuladores educacionais com outros modelos e estratégias de aprendizagem sempre que possível. Por exemplo, trabalho em equipe, design thinking ou gamificação. Dessa forma, a aprendizagem significativa é reforçada e uma poderosa sinergia de motivação é alimentada.
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Qual é o papel do professor no método de simulação educacional?
As primeiras simulações educacionais com tecnologia analógica datam do treinamento de pilotos da aviação militar na década de 1930. Mais tarde, na Segunda Guerra Mundial, as simulações foram usadas para realizar práticas experimentais de estratégias militares.
Somente em meados da década de 1980 os simuladores começaram a se popularizar como ferramenta educacional universitária, principalmente nas áreas de ciências e engenharias, embora o paradigma de ensino continuasse sem grandes mudanças.
Nos dias atuais, de modo distinto do ensino convencional, no contexto da aprendizagem experiencial com simuladores, o professor não transmite expressamente o conhecimento nem explica como os problemas são resolvidos.
O que ele faz é estabelecer e explicar claramente os objetivos que exigem certas competências-chave e, em seguida, orientar os alunos a encontrar as informações, adquirir as habilidades e tomar as decisões necessárias para atingir esses objetivos por tentativa e erro.
É interessante mencionar que os primeiros simuladores, embora fossem para fins de treinamento, lançaram as bases para o que se tornaria uma das indústrias mais prósperas da segunda metade do século passado: os videogames.
Eles nada mais são do que simulações computadorizadas para uso lúdico em que o usuário está imerso em um mundo virtual e deve resolver problemas e enfrentar desafios desenvolvendo certas habilidades e a análise do ambiente. Por exemplo, ele deve desenvolver habilidades motoras para enfrentar inimigos ou implantar sua intuição cognitiva a fim de resolver quebra-cabeças sutis.
Cabe esclarecer que, atualmente, existem muitos videogames expressamente projetados para fins educacionais, aproveitando ao máximo a motivação nessa classe de processos cognitivos.
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10 vantagens da simulação na educação
Entre as muitas vantagens da simulação na educação, destacam-se:
- Participação 100% ativa do aluno em seu processo de aprendizagem.
- Tolerância ao erro, que permite ao aluno ficar mais relaxado e experimentar com mais confiança.
- Integração sensorial da aprendizagem, ou seja, o aluno absorve informações sobre a mesma situação a partir de vários canais cognitivos.
- As simulações geralmente oferecem feedback imediato.
- Gera-se um aprendizado muito mais significativo, pois o aluno pode ver em primeira mão o impacto que seu desempenho teria na vida real. Ou seja, há uma transferência muito mais direta de aprendizado.
- Economia a médio e longo prazo, pois, embora as ferramentas de simulação digital possam ser caras, elas também aceleram a curva de aprendizado, exigindo menos tempo do professor.
- Os simuladores educacionais podem ser utilizados em diferentes etapas do processo de ensino, desde a preparação até a avaliação, como ferramentas de apoio ou substitutos das práticas laboratoriais.
- As simulações também podem recriar experiências que seriam impossíveis de vivenciar em primeira mão, mas que fornecem um ponto de vista muito valioso ao conhecimento, como um passeio pelo interior do corpo humano, por um evento histórico ou pela Via Láctea.
- Aumentam a motivação dos alunos, pois estão imersos em situações relevantes para seu papel profissional e sua interação com o ambiente.
- Praticamente qualquer situação ou processo em qualquer área do conhecimento pode ser simulado utilizando tecnologia digital.
Graças aos simuladores educacionais, conseguimos desenvolver habilidades de todos os tipos que seriam impossíveis apenas por meio da teoria, incluindo hard skills e soft skills. Por exemplo:
- Diagnóstico e solução de problemas.
- Profundo conhecimento de máquinas e sistemas complexos.
- Domínio de conceitos físicos e matemáticos.
- Empatia e assertividade nas relações interpessoais.
- Desenvolvimento das faculdades psicomotoras grossas e finas.
- Memorização de processos.
- Prática de habilidades de pronúncia em uma língua estrangeira.
Quais são as desvantagens dos simuladores educacionais?
Apesar de seus muitos benefícios, deve-se levar em consideração que os simuladores podem se tornar muito caros por conta do nível de esforço e colaboração multidisciplinar envolvidos na recriação de determinada situação com variáveis suficientes para experimentação.
Simuladores mais baratos também são boas ferramentas, mas aumentam o risco de o aluno se acostumar a ignorar variáveis importantes da situação real para as quais o simulador não tem sensibilidade.
Por exemplo, em um voo comercial ou em uma intervenção clínica, há chances de acontecer muitos imprevistos que não podem ser configurados no sistema.
Apesar disso, não há dúvidas de que a simulação na educação é uma tendência educacional que continuará crescendo de mãos dadas com as novas tecnologias, principalmente a realidade virtual e a inteligência artificial. Agora é hora de nos fazermos as seguintes perguntas:
- Sua instituição de ensino superior já utiliza simulações educacionais para agilizar e otimizar o processo de ensino?
- Em que tipo de tecnologia de simulação educacional você está investindo?
- Como essas tecnologias são integradas ao restante de suas estratégias acadêmicas?
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Referências
Kolb, D. A. (2014) Experiential learning: Experience as the source of learning and development. FT Press.
Salas Perea, Ramón S, & Ardanza Zulueta, Plácido. (1995). La simulación como método de enseñanza y aprendizaje. Educación Médica Superior, 9(1), 3-4. Extraído de: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0864-21411995000100002&lng=es&tlng=es.
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