A neuroeducação em sala de aula, mais do que uma tecnologia, é uma série de princípios que sua instituição e seus professores podem começar a implementar hoje.

  1. O que exatamente é a neuroeducação?
  2. Benefícios da neuroeducação na sala de aula
  3. 5 Maneiras de aplicar a neuroaprendizagem na educação universitária
    3.1. Associar a aprendizagem com emoções positivas
    3.2. Gerar interesse por empatia ou relevância
    3.3. Dar ao aluno um papel protagonista no processo de aprendizagem
    3.4. Aproveitar ciclos de energia e atenção
    3.5. Aproveitar as TIC para a neuroeducação universitária 

A neuroeducação é a disciplina científica que se concentra nas mudanças neurais e nos fenômenos cerebrais que ocorrem durante os processos de aprendizagem. 

Graças à neuroeducação, hoje sabemos que muitos aspectos do sistema educacional tradicional não se adaptam adequadamente à forma natural de aprender que os seres humanos possuem e que, de fato, podem dificultar a obtenção de novos conhecimentos e/ou habilidades.  

Gamificação, “aprender fazendo” ou learning by doing, trilhas de aprendizagem e microlearning são propostas educacionais que têm tido grande sucesso, justamente por estarem alinhadas com as bases biológicas da neuroaprendizagem que potencializam a motivação e a aprendizagem significativa.  

A neuroeducação em sala de aula atualmente tem grande repercussão no campo da educação básica e das aplicações digitais de autoaprendizagem. No entanto, não tem sido suficientemente explorada no contexto da educação universitária. 

Hoje falaremos sobre sua importância em todos os níveis de ensino, as vantagens que oferece e, principalmente, como você pode começar a aproveitar a neuroeducação com seus alunos universitários.

O que exatamente é a neuroeducação?

aluna a resolver um exercício de matemática no quadro negro

A neuroeducação ou neuroaprendizagem baseia-se no fato de que todo o nosso aprendizado é alcançado por meio da consolidação de rotas neurais capazes de nos fazer lembrar de dados, fórmulas, processos, sequências motoras e, o mais importante, nos conectar uns aos outros para podermos realizar operações e resolver problemas cada vez mais complexos. 

Entre outras coisas, a neuroeducação estuda:

  • Como o cérebro humano se desenvolve e como muda sua maneira de reagir a certos estímulos. 
  • Como o aprendizado é consolidado a partir da informação e da prática.
  • Como as emoções afetam o processo de aprendizagem. 
  • Quanto tempo duram os lapsos de atenção e com que frequência são renovados.
  • Como a informação se consolida nas diferentes memórias ou, ao contrário, é esquecida.
  • O que faz o cérebro considerar alguns aprendizados relevantes e outros não.

Por exemplo, bons professores sempre intuíram que um aluno preocupado, entediado ou frustrado não pode aprender adequadamente. 

Também que é importante variar as atividades em sala de aula para manter o interesse e o foco, e que os temas devem ser apresentados de modo instigante, ou seja, que desperte emoção no aluno. 

Hoje sabemos que essas orientações não são apenas um estilo de ensino “amigável” ou “permissivo”, mas, na verdade, ajudam a configurar o contexto mais favorável para o cérebro absorver novas informações e colocá-las em prática. 

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Benefícios da neuroeducação na sala de aula

grupo de estudantes que fazem um projecto na sala de aulagrupo de estudantes que fazem um projecto na sala de aula

De um modo geral, a neuroeducação permite aos alunos que sejam intrinsecamente mais motivados, sejam mais eficientes e deem um significado global ao que estão aprendendo, com o objetivo de conectar novos conhecimentos com os anteriores e criar amplas redes de saberes, atitudes e habilidades.  

Graças às descobertas da neuroaprendizagem:

  • Cada vez menos professores e instituições exigem que seus alunos fiquem quietos e em silêncio por duas horas ou mais de aula.
  • Os alunos têm cada vez mais papéis no processo de ensino-aprendizagem.
  • Os professores estão se tornando facilitadores da aprendizagem colaborativa, e não meros transmissores de informações.
  • As avaliações e os currículos levam em conta os diferentes estilos de aprendizagem.

Outro dos impactos positivos da neuroeducação em sala de aula pode ser visto nas estratégias de autoaprendizagem, pois agora as pessoas têm muito mais informações em mãos que as ajudam a criar rotinas de estudo mais eficientes e produtivas. 

Por exemplo, o neuroaprendizagem nos diz que todos temos diferentes ciclos de energia e atenção durante a vigília e nos ajuda a ajustar nossos horários e atividades para aproveitar ao máximo os momentos em que nosso cérebro está descansado e altamente receptivo.

5 Maneiras de aplicar a neuroaprendizagem na educação universitária

estudantes universitários que trabalham em equipa na biblioteca

A neurodidática é um ramo da neurociência muito próximo da neuroaprendizagem, cuja missão é justamente aplicar seus princípios ao ensino para otimizar e favorecer os processos de conhecimento e o desenvolvimento de habilidades. 

Aplicativos digitais, plataformas virtuais e inteligência artificial são três dos pilares mais importantes para que a neuroeducação chegue a todos, mas os princípios de motivação, relevância, emoção positiva e foco no aluno permanecem os mesmos, independentemente de recorrermos ou não às Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).

1. Associar a aprendizagem com emoções positivas

Um dos princípios mais fundamentais da neuroaprendizagem é que o cérebro aprende muito melhor quando experimenta emoções positivas como curiosidade, empatia, confiança, cooperação, aceitação, felicidade e bom autoconceito. 

Por muitos anos, foram feitas tentativas para separar o campo da razão do da emoção, mas hoje sabemos que eles estão intimamente relacionados. Como professores e instituições universitárias, precisamos fazer todo o possível para proporcionar um clima de emoções positivas em sala de aula, evitando críticas destrutivas e pessimismo.  

Além disso, também precisamos entender que muitas vezes a piora do desempenho escolar não se deve tanto a um problema intelectual, mas a um desequilíbrio na área emocional ou a um pico de estresse.  

Por isso, faz parte da neuroeducação gerar campanhas universitárias e/ou planos de ação para cuidar da saúde emocional de alunos e professores

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2. Gerar interesse por empatia ou relevância

Segundo Francisco Mora, uma das figuras mais importantes da neurociência aplicada à educação, “só se aprende o que se ama”. 

Como fazer nossos alunos amarem o que estamos ensinando? Supostamente, cada aluno chega à universidade muito entusiasmado com o que vai estudar, mas nem sempre é assim, a ponto de muitos se decepcionarem com o curso e abandoná-lo no meio do caminho. 

Para que a motivação permaneça intacta, cada aluno deve entender qual é a relevância em sua vida de aprender o que o currículo indica. Como isso vai servir para você em sua carreira, como você pode colocar esse conhecimento a serviço dos outros, com a intenção de que tenham uma melhor qualidade de vida? 

Para gerar empatia ou demonstrar relevância, podemos usar muitos recursos que, a princípio, parecem não ter relação com a sala de aula universitária, mas que ajudam os alunos a conectar o aprendizado que está sendo abordado com os problemas do mundo real. Por exemplo, convide-os a analisar determinados filmes, reportagens, documentários, peças de teatro, exposições em museus, musicais etc.

3. Dar ao aluno um papel protagonista no processo de aprendizagem

Antes, o professor era o protagonista durante as aulas, e os alunos eram meros receptores passivos de informações. Hoje o professor assume o papel de guia ou facilitador. Ao mesmo tempo, os alunos descobrem que podem construir conhecimento colaborativo a partir de situações que são relevantes para eles. 

Qualquer plano acadêmico que dê muito destaque ao professor e não deixe espaço para os alunos aprenderem por meio de projetos autogeridos precisa ser revisto e modificado; caso contrário, é muito provável que esqueçam com rapidez tudo o que aprenderam ao longo do curso. 

4. Aproveitar ciclos de energia e atenção

Estudantes universitários são capazes de administrar a própria atenção e energia com mais eficiência que crianças ou adolescentes, mas isso não significa que seus ciclos naturais de foco sejam muito diferentes daqueles do resto de nós.  

Isso significa que, especialmente durante as aulas muito longas, é essencial dar uma folga ao cérebro variando um pouco as atividades que fazemos. A atenção humana é limitada, mas também sua capacidade de “refrescar-se” ou “recuperar-se” quando lhe damos uma pequena pausa. 

Não vamos à academia fazer duas horas seguidas de agachamento, e sim mudamos os grupos musculares porque senão levaríamos os músculos à falha imediata. Da mesma forma, os ciclos de atenção, ativação, movimento, descanso, receptividade e participação devem ser gerenciados dinamicamente na sala de aula.  

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5. Aproveitar as TIC para a neuroeducação universitária 

Como já dissemos, as TIC estão entre os melhores aliados da neuroeducação. 

Qualquer aplicativo ou plataforma educacional que siga os princípios da gamificação, que permita gerar trilhas de aprendizagem estratégicas, que gerencie seu conteúdo em pílulas de microlearning ou que seja suportada por inteligência artificial para personalizar a experiência do aluno é uma boa forma de aproveitar a neuroaprendizagem.

A inteligência artificial possui plataformas e softwares fabulosos para avaliação do estudante, o que permite aos professores que se concentrem melhor no suporte que dão aos alunos. 

Um ótimo exemplo disso é o software EdTest.ai da Pearson, em parceria com Territorium. Uma solução eficiente de aplicação de avaliações on-line para ensino superior que garante a segurança e a confiabilidade dos resultados por meio de uma variedade de recursos inteligentes. 

Convidamos você a conhecer melhor o EdTest.ai e descubra como todo o processo de avaliação dos estudantes pode se tornar simples de aplicar, mesmo a distância. Faça o download da apresentação da solução! 

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Referências

García, B. y Garrido, R. (2018) Guía básica sobre neuroeducación y neurodidáctica: Cómo aprende el cerebro. Observatorio Educación Universidad Rey Juan Carlos, Madrid. 

Falconi, A., Alajo, A., Cueva, M., Mendoza, R. Ramírez, S. y Palma, E. (2017). Las neurociencias. Una visión de su aplicación en la educación. Revista Órbita Pedagógica.  

Mora, F. (2013). Neuroeducación: solo se puede aprender aquello que se ama. Alianza Editorial. 

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