A atualização docente é um pilar da qualidade educacional, daí sua importância para que as instituições de ensino superior lhe deem a devida relevância. 

  1. Qual deve ser o papel do professor universitário na formação das novas gerações?
  2. No que deve focar a atualização do professor universitário?
    2.1. Problemas relacionados a seu campo de estudo
    2.2. Novas metodologias de ensino
    2.3. Multidisciplinaridade
    2.4. Mercado de trabalho
    2.5. Tecnologia da informação
    2.6. Soft skills ou habilidades interpessoais

Entre as prioridades de qualquer IES, pública ou privada, deve-se destacar a atualização do professor como um processo permanente, contínuo e condizente com os desafios que os alunos enfrentarão ao se formarem. 

A importância da atualização profissional docente é algo conhecido há décadas. Por exemplo, o diretor norte-americano de bibliotecas e museus John Cotton Dana (1856-1929) entrou para a história, além de suas inestimáveis contribuições para a disponibilização do conhecimento, pela seguinte frase:  

"Quem ousa ensinar nunca deve deixar de aprender."

Se isso já vigorava no início do século passado, imagine a importância que tem hoje. As mudanças tecnológicas, econômicas e socioculturais que o mundo enfrenta estão acontecendo com tanta rapidez que os professores devem se adaptar continuamente, mudando a própria forma de trabalhar e interpretando o processo de ensino-aprendizagem várias vezes ao longo da vida profissional.

A formação de professores é essencial para a qualidade da educação, que por sua vez determina, em grande medida, a empregabilidade, a mobilidade e a participação cidadã das novas gerações, fatores críticos para o progresso socioeconômico dos países em desenvolvimento.

Qual deve ser o papel do professor universitário na formação das novas gerações?

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O novo paradigma da educação coloca os alunos no centro do próprio processo de aprendizagem, e o professor no papel de guia ou facilitador. Ao contrário do modelo tradicional, em que o professor tinha um papel preponderante na transmissão unilateral de informações, hoje ele acompanha uma posição mais horizontal, incentivando e motivando a aprendizagem significativa e colaborativa.  

Isso não significa que sua responsabilidade seja menor – muito pelo contrário. É fácil reproduzir técnicas pedagógicas rígidas e padronizadas, mas é muito mais complexo adaptar-se às novas realidades e necessidades dos alunos e ao contexto em todos os momentos. 
 
Os professores universitários têm a missão de formar profissionais capazes de gerar progresso, transformar positivamente o próprio ambiente, promover pesquisas e fazer novas descobertas; que sejam conscientes do próprio papel quanto aos diversos problemas da comunidade e da própria responsabilidade social diante deles; e, sobretudo, que tenham as competências necessárias para encontrar e usufruir de oportunidades de trabalho que lhes garantam uma boa qualidade de vida. 

A atualização docente é a ferramenta mais importante que permite aos educadores acompanhar esse enorme desafio. As melhores universidades se diferenciam fazendo com seus professores o que as melhores empresas fazem com seus funcionários: treinando-os. Da mesma forma, os melhores professores fazem consigo mesmos o que os melhores profissionais de qualquer área fazem: continuam em busca de evolução. 

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No que deve focar a atualização do professor universitário?

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Lembremos que um professor universitário não é apenas um especialista em determinada disciplina; ele também é responsável por formar uma nova geração de especialistas. Nesse sentido, sua preparação não está apenas relacionada à sua área de estudo, mas também a tudo que tem a ver com a educação e seus métodos. 

A atualização dos professores deve ser considerada como um processo que nunca termina, simplesmente porque o contexto em que o ensino é ministrado não para de mudar e evoluir. A responsabilidade pela formação continuada recai igualmente sobre os docentes – que a devem gerir para si mesmos – e sobre as instituições – cuja missão é facilitar as condições necessárias para sua concretização. 

Embora, por razões práticas, fazemos a divisão das principais áreas de formação de professores em categorias gerais, devemos ter em mente que todas elas estão intimamente relacionadas e que frequentemente a atualização exige a abordagem de conhecimentos teóricos e o desenvolvimento de habilidades pertencentes a várias áreas, de modo simultâneo. 

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1. Problemas relacionados a seu campo de estudo

Entender quais são os problemas da vida real, tanto locais quanto globais, nos quais nossa área de conhecimento pode ter um impacto positivo, é o primeiro passo para gerar um plano de aprendizagem baseada em projetos (ABP) orientado à responsabilidade social ativa. 

Tornar os problemas visíveis, conscientizar sobre a gravidade deles e passar da teoria à prática com base na ética e na tomada de posição permite às novas gerações que comecem a trabalhar e enfrentem com sucesso situações que vão desde a exploração irracional dos recursos naturais até os problemas de governança de sociedades em conflito, para citar apenas alguns.

2. Novas metodologias de ensino

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Os professores devem estar atualizados sobre as tendências internacionais mais inovadoras e eficazes na educação universitária (por exemplo, o currículo flexível – educação baseada em competências que permite aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser –, métodos bilíngues, sala de aula invertida, design thinking, as vantagens da gamificação, rotas de aprendizagem e muito mais).  

Não precisamos nem dizer que não basta conhecer essas metodologias; é preciso também saber aplicá-las para melhorar continuamente a qualidade de sua prática.

3. Multidisciplinaridade

Os professores universitários devem estar muito atentos ao surgimento de novas áreas de conhecimento relacionadas à sua disciplina, especialmente aquelas que lhes permitem aproveitar a tecnologia para gerar novas aplicações em seu campo. 

É importante que saibam trabalhar lado a lado com outros professores, dentro de sua instituição, mas também fora dela, para montar e gerenciar projetos interinstitucionais que aproveitem melhor os resultados da pesquisa e a construção do conhecimento coletivo. Isso se alinha com a tendência crescente de diplomas duplos ou diplomas conjuntos, aos quais muitas universidades já estão aderindo. 

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4. Mercado de trabalho

O professor deve estar muito familiarizado com as demandas, os desafios e as oportunidades do mercado de trabalho para o qual seus alunos irão se formar. 

Compreender o que as empresas procuram e como essas competências podem ser fortalecidas para que os alunos tenham acesso a melhores oportunidades de emprego implica acompanhar de perto os atores mais relevantes de seu setor e não perder o contato com a realidade que existe fora das salas de aula. 

Um professor atualizado em questões de empregabilidade também entende como as mudanças políticas e econômicas em uma parte do mundo afetam profissionais e setores em outras regiões, quais são as mudanças em nível macro na organização e nas condições de trabalho e como elas podem ser melhoradas. 

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5. Tecnologia da informação

Nada avança tão rápido quanto a tecnologia. Esse é um dos aspectos mais dinâmicos e desafiadores da atualização do ensino e da formação continuada, pois parece que não terminamos de nos familiarizar com uma ferramenta digital quando outra melhor e mais complexa já surgiu. 

Tudo o que ajuda os professores a agilizarem suas atividades administrativas, bem como a oferecerem melhores ferramentas a seus alunos, faz parte da atualização tecnológica. Isso vai desde a alfabetização digital e o uso de salas de aula inteligentes até inovações mais sofisticadas e especializadas com aplicações em projetos em nosso campo (por exemplo, análise de dados, realidade aumentada e inteligência artificial). 

Leia também: 👉 5 ferramentas digitais para a educação muito úteis a professores

6. Soft skills ou habilidades interpessoais

Por fim, o professor universitário deve ter formação continuada em habilidades interpessoais para que possa fortalecer tanto as próprias quanto as de seus alunos. 
 
Por exemplo, a liderança é um traço altamente desejável e pode se manifestar na gestão adequada de projetos e equipes de pesquisa, mas também em aspectos como divulgação científica e presença digital com publicações de sua autoria. 

Além da liderança, hoje se destaca a importância de outras soft skills como comunicação, trabalho em equipe, pensamento crítico, responsabilidade social e autogestão. Todas elas podem ser desenvolvidas no contexto da ABP. 

As instituições universitárias que têm maior impacto no desenvolvimento de suas comunidades e da região levam em consideração essas categorias de atualização para se manterem competitivas em todos os momentos, oferecendo facilidades de treinamento e exigindo um verdadeiro compromisso com a formação continuada. 

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Referências

Chapa Alarcón, P; Martínez Chapa; T. (2016) La importancia de la actualización de conocimientos como parte de la formación del docente universitario. Revista Iberoamericana de Producción Académica y Gestión Educativa. Extraído de: https://www.pag.org.mx/index.php/PAG/article/download/420/459/ 

Martínez, A. & Ferraro, A. (2015). El Profesor Universitario, Reflexiones acerca de la esencia del docente universitario en la sociedad actual. Universidad Tecnológica Nacional. Argentina. Extraído de:  http://www.edutecne.utn.edu.ar/debates/el_profesor_universitario.pdf 

Velaz, C. & Vaillant, D. (2009). Aprendizaje y desarrollo profesional docente. OEI-Fundación Santillana. España.  Extraído de: http://www.oei.es/publicaciones/detalle_publicacion.php?id=2 

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