A gestão no ensino universitário é uma das principais atividades dentro das IES. Saiba quais são os desafios mais importantes que você deve enfrentar.

  1. O ensino universitário do futuro
  2. O que entendemos por gestão docente universitária?
  3. 4 desafios da gestão para o ensino universitário
    3.1. Formação profissional de acordo com a nova normalidade
    3.2. Responsabilidade acadêmica ou accountability
    3.3. Maior participação do professor na gestão educacional
    3.4. Gerenciamento de recursos de computação

Os últimos acontecimentos relacionados com a crise sanitária geraram mudanças radicais no nosso ritmo de vida e no processo de aprendizagem. Atualmente, as Instituições de Ensino Superior (IES) tiveram que reconfigurar o papel do ensino universitário com uma nova visão de futuro. 

Conheça quais foram as mudanças mais importantes no cenário atual do ensino superior, bem como os desafios enfrentados atualmente pela gestão do ensino universitário.

O ensino universitário do futuro

professor e alunos sentados à mesa da biblioteca

Dois meses após o início da pandemia global, especialistas alertaram que o impacto socioeconômico seria “irreversível e catastrófico”. Organizações como a CEPAL confirmaram que a crise em setores como educação, comércio e transporte se agravaria ainda mais do que em 2008. 

Segundo a Unesco, mais de 70% da população estudantil em todo o mundo foi seriamente afetada em três aspectos essenciais: desempenho acadêmico, acesso às condições básicas de aprendizagem e, consequentemente, aos recursos acadêmicos necessários. 

Essa situação revelou um fato inegável: como muitos outros setores produtivos, as instituições de ensino superior (IES) não estavam preparadas para lidar com um problema global de tais dimensões, pois nenhuma delas dispunha de recursos, tecnologia ou infraestrutura para atender à demanda educacional. 

Em 2020, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, apenas 60% da população mundial tinha acesso à internet, o que colocava em desvantagem os 40% que não podiam acessar a educação virtual exigida pelos regulamentos de saúde do confinamento. 

No entanto, por trás dos efeitos negativos surgiram aspectos muito positivos que devemos levar em conta. Por exemplo, em menos de dois meses de confinamento em 2020, a educação virtual em todo o mundo passou de 300 mil para 300 milhões de alunos conectados. 

Essa mudança sem precedentes na história da educação fez os especialistas se perguntarem qual será o futuro da educação. Sem dúvida, a educação virtual continuará crescendo, especialmente no nível superior, no qual já ganhava espaço desde antes da pandemia, o que também gerou muitas expectativas sobre como o papel do ensino universitário mudará em relação a seu caminho de gestão da educação. 

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O que entendemos por gestão docente universitária?

estudante universitário feliz porque o seu professor lhe deu uma boa nota
A gestão docente tem a ver com a gestão do capital humano profissional. É definida como um conjunto de recursos voltado ao esboço de ações e estratégias para atingir os objetivos que as IES demandam em termos de crescimento e qualidade educacional. 

Desde 2008, a Conferência Regional de Educação Superior para a América Latina e o Caribe (Cres) destacou a importância da gestão no ensino universitário, levando em consideração aspectos como “a geração de conhecimento, a formação de profissionais integrais e competentes, com valores que respondam às necessidades da sociedade, desenvolvimento de alternativas de acesso mais flexíveis para todos”. 

Entre os objetivos mais relevantes da gestão do ensino universitário, destacam-se:

  • Elevados níveis de permanência e formação da população universitária.
  • Promoção da equidade e da justiça social.
  • Melhor oferta educacional pós-universitária: cursos de pós-graduação mais diversificados voltados à pesquisa e aos setores produtivos de maior demanda.
  • Formação e melhoria contínua da formação de docentes, investigadores e pessoal administrativo da comunidade universitária.
  • Fortalecimento do processo de internacionalização: ampliação das redes acadêmicas colaborativas baseadas no diálogo intercultural.
  • Aumento da utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), em relação à utilização de melhores sistemas de avaliação.

Como objetivo de estabelecer os principais desafios da gestão para o ensino universitário, é importante focar em três aspectos que se destacam por sua relevância no processo de formação e melhoria contínua.

  1. Considerar as mudanças no setor educacional como resultado da pandemia global, levando em consideração não apenas as novas condições e necessidades dos estudantes universitários, mas também o contexto em que os professores agora trabalham.
  2. Adotar o conceito de gestão do ensino como um processo de melhoria contínua, ou seja, deve ser constantemente revisto e avaliado para garantir a qualidade no processo de formação universitária.
  3. Estabelecer estratégias de curto e médio prazos em que haja a participação de toda a comunidade universitária. Permitir feedback por meio de espaços de diálogo.

4 desafios da gestão para o ensino universitário

professor maduro a ajudar um aluno com uma consulta na biblioteca

A gestão no ensino universitário é de vital importância para as IES, pois são o último elo da cadeia da formação acadêmica. Nesse momento, os alunos estão no limiar entre a vida acadêmica e a vida profissional, pelo que devem dispor dos melhores recursos em termos de qualidade educativa

É nessa perspectiva que os desafios da gestão do ensino em nível superior se tornam uma prioridade para muitas instituições. Mas o que eles são e por que são tão relevantes? Nesta ocasião, destacamos os quatro desafios que os especialistas consideram de alta prioridade.

1. Formação profissional de acordo com a nova normalidade

A formação do profissional docente deve ser constante e deve responder às demandas das IES e da sociedade em geral. Na perspectiva da educação do futuro, existem três requisitos que as IES devem gerir no perfil do professor universitário.

  • Adaptabilidade à inovação tecnológica: ampliar seus saberes em torno do conhecimento, da gestão e do uso das TIC, NTIC, NTIT e NTICX.
  • Visão humanística: atender aos aspectos relacionados a uma visão de comprometimento e dedicação aos interesses e necessidades socioemocionais dos alunos, gerando um ambiente de empatia.
  • Compreensão dos hábitos das novas gerações: além de serem formados no uso das TICs, devem entender o papel que a tecnologia desempenha no comportamento social dos alunos.

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2. Responsabilidade acadêmica ou accountability

A responsabilidade acadêmica, ou accountability, é um conceito que ganhou muita força na última década. Inicialmente, referia-se apenas ao campo financeiro, mas, ao longo do tempo, foi se expandindo para outros aspectos relevantes da gestão educacional

De acordo com um estudo do Centro de Investigación y Desarrollo de la Educación (Cide), a responsabilidade acadêmica é definida como “os resultados da aprendizagem escolar e a responsabilidade que cabe às escolas – e dentro delas à comunidade escolar – pelos resultados que seus alunos obtêm”. 

Atualmente, a responsabilização educacional abrange todo o espectro do processo de aprendizagem e, segundo o Cide, pretende encontrar mecanismos que permitam às IES “avaliar periodicamente os resultados da aprendizagem e o cumprimento dos objetivos curriculares”. 

Nova call to action

3. Maior participação do professor na gestão educacional

Vários estudos sobre a gestão do ensino universitário apontam a necessidade de romper com a “política vertical e hierárquica” em que as IES ditam as diretrizes acadêmicas, com os docentes se limitando a executá-las. 

Deixar os professores de fora do desenho das políticas de gestão educacional é limitar as possibilidades de encontrar mais e melhores estratégias metodológicas que possam ter um impacto real no processo de aprendizagem.

Não podemos perder de vista que o professor está na primeira linha de ação do processo educativo posto em prática e, portanto, tem uma melhor perspectiva do panorama real que se vive dentro e fora da sala de aula. Nesse sentido, ampliar sua participação na gestão educacional é a melhor forma de aproveitar essa experiência. 

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4. Gerenciamento de recursos de computação

A gestão de dados dentro das IES também deve estar atrelada às necessidades e aos interesses profissionais dos professores, para que eles tenham a informação como um recurso que lhes permita tomar melhores decisões, dentro e fora da sala de aula. 

Nesse sentido, há dois aspectos que devem ser considerados:

  • Otimização da gestão e disponibilidade de recursos informáticos, desde a utilização de conteúdos multimídia até a administração de bibliotecas virtuais.
  • Gestão estratégica dos conteúdos informáticos, bem como das ferramentas tecnológicas para utilizá-los.

A gestão dos recursos informáticos implica também que os docentes podem dispor de melhores sistemas de acesso ao tratamento de dados no domínio administrativo, ou seja, que a instituição pode disponibilizar serviços de matrícula, registro curricular e registro de matérias ou disciplinas. 

O fato de os professores poderem acessar essas informações de maneira mais rápida e eficiente permitirá a eles que tenham uma visão mais ampla da situação global de seus estudantes, não apenas em relação à atividade deles nas aulas, mas como parte do campus. 

Como podemos perceber, a gestão da aprendizagem para o ensino universitário é de vital importância a fim de garantir que esse processo seja de qualidade, de melhoria contínua e possa impactar diretamente a população universitária. 

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Referências

CEPAL (2020). América Latina y el Caribe ante la pandemia del Covid-19. Efectos económicos y sociales. Informe especial Covid-19. Santiago de Chile: CEPAL. Recuperado de https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/45337/4/S2000264_es.pdf  

Coletiva, A. (2013). Declaración de la Conferencia Regional de Educación Superior en America Latina y Caribe. Políticas Educativas–PolEd, 7(1).  

Corvalán, J., McMeekin, R. W., Manno, B. V., McMeekin, R. W., Puryear, J. M., Winkler, D. R., & Winters, M. A. (2006). Accountability educacional: posibilidades y desafíos para América Latina a partir de la experiencia internacional. Centro de Investigación y Desarrollo de la Educación, PREAL. 

Guzmán, J. A. (2001). Administración de la gestión docente. Calidad en la Educación, (15), 1-5.  

UNESCO IESALC. (2020). Covid-19 y educación superior: de los efectos inmediatos al día después. Análisis de impactos, respuesta y recomendaciones. París, Francia: UNESCO. Recuperado de http://www.iesalc.unesco.org/wp-content/uploads/2020/04/COVID-19-060420-ES-2.pdf   

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