A evasão universitária é uma ameaça constante que podemos combater nas instituições de ensino superior (IES) com seis estratégias principais.
- Quais são as causas mais comuns de evasão universitária?
- 6 estratégias para evitar a evasão escolar no novo normal
2.1. Oferecer soluções integrais para o aprendizado remoto
2.2. Garantir cursos de nivelamento
2.3. Priorizar o desenvolvimento de habilidades com demanda de trabalho
2.4. Criar planos curriculares com trilhas de aprendizagem personalizadas
2.5. Incentivar o desenvolvimento de soft skills e competências para a vida
2.6. Identificar os alunos em risco e oferecer-lhes apoio especial
Embora o número de estudantes latino-americanos entre 18 e 24 anos matriculados em uma instituição universitária tenha aumentado de 21% para 43% em apenas doze anos, as taxas de evasão na região ainda são de aproximadamente 50%. Além disso, estima-se que durante a pandemia um em cada quatro estudantes teve de abandonar o ensino superior por falta de recursos e/ou problemas de conectividade, o que representa cerca de cinco milhões de estudantes em risco muito elevado de não poderem retomar seus estudos.
De acordo com o Instituto Internacional de Educação Superior da Unesco na América Latina e no Caribe (IESALC), essas desistências têm seu maior percentual entre a população vulnerável dos setores de média e baixa renda, o que representa um retrocesso na equidade equivalente a uma década de esforços pela igualdade.
Segundo o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), os jovens que abandonam a escola levam mais tempo para encontrar um emprego, ganham menos e muitas vezes acabam em atividades informais.
Quais são as causas mais comuns de evasão universitária?
Sem dúvida, a questão econômica sempre foi uma das principais causas da evasão escolar em todos os níveis, seja porque a família não tem recursos suficientes para pagar as mensalidades, seja porque o aluno é obrigado a trabalhar em tempo integral para ajudar nas despesas de casa.
Durante a pandemia, milhares de pessoas perderam suas fontes de emprego e isso resultou em um número impressionante de baixas em instituições universitárias, tanto públicas quanto privadas.
No regresso à normalidade, espera-se que alguns alunos retomem os estudos, mas a taxa de retorno está longe dos 100%. Além disso, outros fatores que afetam a evasão universitária são a qualidade dos estudos anteriores, o nível de escolaridade dos pais (um aluno tem mais chances de se formar se um de seus responsáveis tiver diploma universitário), a distância da instituição, o nível de satisfação com o plano curricular e a situação familiar.
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6 estratégias para evitar a evasão escolar no novo normal
É impossível às IES contra-atacarem todas as causas da evasão escolar, porque muitas dizem respeito a situações externas. No entanto, é possível implementar algumas estratégias específicas que realmente ajudam os alunos em maior risco de não terminar seus estudos.
1. Oferecer soluções integrais para o aprendizado remoto
A possibilidade de ter aulas e acessar materiais de estudo de qualquer lugar e a qualquer hora é um fator decisivo que permitiu que milhares de alunos continuassem seus estudos.
No entanto, o nível de conectividade não é o mesmo para todos, e muitos têm grande dificuldade em encontrar sinal ou precisam investir uma grande parte da própria renda em dados de internet.
Para combater a evasão escolar nas universidades, é importante que as IES invistam em sistemas de salas de aula virtuais ou plataformas digitais LMS, mas também ofereçam soluções de conectividade aos seus alunos por meio de convênios com provedores de serviços de internet locais.
Por exemplo, muitas empresas de telefonia oferecem hotspots gratuitos para usuários de seus sistemas. Essa infraestrutura de conectividade pode ser colocada a serviço dos alunos se as IES gerarem patrocínios e negociarem planos preferenciais.
2. Garantir cursos de nivelamento
Outra causa frequente de evasão universitária é que os alunos não chegam com os conhecimentos necessários para acompanhar as disciplinas e, quando vivenciam um baixo desempenho escolar, desanimam e abandonam o curso.
Embora o processo seletivo envolva avaliações de admissão, não deixa de ser uma realidade que nem todas as matrículas têm o mesmo nível e os alunos mais atrasados correm maior risco de desistir. Portanto, é essencial que as universidades tenham planos de tutoria personalizados e cursos preparatórios nas áreas mais problemáticas, que geralmente estão relacionadas a ciência, compreensão de texto, comunicação oral e escrita em língua estrangeira.
Os alunos devem também contar com a possibilidade de prolongar o plano de estudos por um ou dois semestres, a fim de recuperar o atraso em relação a seus pares.
3. Priorizar o desenvolvimento de habilidades com demanda de trabalho
Milhões de estudantes em todo o mundo precisam combinar seus estudos com um emprego de meio período para se formar. Os planos de estudos devem ser capazes de se adaptar a essa realidade não só a partir da gestão do tempo, mas também priorizando que o aluno obtenha desde o início ferramentas para ter acesso a opções de emprego mais bem remuneradas.
Obviamente, essas habilidades especiais para o início do trabalho dependerão muito de cada carreira, mas existem duas competências transversais com alto potencial de empregabilidade que não devemos ignorar: inglês e habilidades digitais.
O domínio intermediário-avançado do inglês, por si só, abre muitas portas de emprego em setores como atendimento ao cliente e turismo. Por sua vez, habilidades digitais, como automação de Office na nuvem, programação básica e ações com CMS (Sistema de gestão de conteúdos), permitem o acesso a oportunidades remotas em uma ampla variedade de setores.
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4. Criar planos curriculares com trilhas de aprendizagem personalizadas
Embora exista uma série de créditos específicos que devem ser cumpridos em cada curso, flexibilizar os planos de estudos de modo que o aluno possa escolher ativamente os caminhos de aprendizagem que deseja seguir é uma excelente maneira de aumentar sua motivação e a relevância de seu aprendizado.
Em vez de seguir arbitrariamente uma sequência de assuntos que pode ser esmagadora em quantidade de informações, o conteúdo pode ser dividido em módulos de aprendizado mais granulares que convergem para diferentes objetivos e competências.
Por exemplo, estudantes de Psicologia podem escolher uma rota chamada “Base biológica do comportamento antissocial” ou “Base biológica do comportamento reprodutivo”, de acordo com a área que mais lhes interessa. Como os módulos iniciais para ambos são os mesmos, não importa qual você decida fazer primeiro; quando seguir para o próximo caminho, você já terá obtido alguns de seus créditos.
5. Incentivar o desenvolvimento de soft skills e competências para a vida
A falta de soft skills como comunicação, negociação, assertividade e autogestão muitas vezes potencializa o efeito negativo das principais causas de evasão escolar. Por exemplo, se um aluno está passando por dificuldades econômicas e não possui ferramentas de comunicação suficientes para apresentar seu caso à administração e solicitar uma prorrogação especial, é muito mais provável que ele acabe abandonando os estudos.
Problemas de saúde mental, como depressão ou vícios, também podem ser fatores que aumentam o risco de abandono. Portanto, devemos estimular o desenvolvimento de habilidades fundamentais para o bem-estar geral do aluno ao longo de sua formação superior.
Por exemplo, aqueles que estão diretamente relacionados ao autocuidado, ao equilíbrio pessoal, a relacionamentos interpessoais saudáveis, à espiritualidade e autoaprendizado.
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6. Identificar os alunos em risco e oferecer-lhes apoio especial
Sabe-se que grande parte das desistências na faculdade ocorre no primeiro ano e que um aluno de baixa renda tem maior probabilidade de reprovar nas disciplinas.
Também sabemos que as mulheres jovens contam com um risco adicional de desistir em decorrência de uma possível gravidez. De fato, 36% dos casos de evasão escolar de mulheres têm a ver com a maternidade. Por isso, os recursos de prevenção da evasão que temos para oferecer a um aluno desmotivado no segundo ano do curso não são os mesmos de que um aluno de baixa renda precisa no primeiro semestre.
Enquanto no primeiro caso um programa de tutoria personalizado focado em que o aluno encontre uma trilha de aprendizagem que o empolgue pode ser suficiente, o segundo caso pode exigir diferentes tipos de incentivo financeiro, nivelamento em habilidades digitais, bem como vínculos com serviços gratuitos de planejamento familiar.
As corretas coleta e análise de dados por meio de formulários e estudos socioeconômicos são importantes; porém, acima de tudo, é fundamental ter uma comunicação próxima e personalizada com cada aluno. Esteja ciente das dificuldades pelas quais eles estão passando e reconheça os enormes esforços que muitos deles devem fazer para continuar os estudos.
Na Pearson, estamos convencidos de que o ensino superior de qualidade é a chave para a construção de uma sociedade mais justa e com maiores oportunidades socioeconômicas. Por isso, oferecemos a você uma ampla gama de soluções para educação universitária que preparam seus alunos para enfrentar o mundo real com mais e melhores ferramentas.
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Referências
Josephson, K., Francis, R., & Jayaram, S. (2018). Políticas para promover la culminación de la educación media en América Latina y el Caribe. Lecciones desde México y Chile. Caracas: CAF. Recuperado de: http://scioteca.caf.com/handle/123456789/1246
Ferreyra, María Marta; Avitabile, Ciro; Botero Álvarez, Javier; Haimovich Paz, Francisco & Urzúa, Sergio (2017) Momento decisivo La educación superior en América Latina y el Caribe. Direcciones en Desarrollo. Banco Internacional de Reconstrucción y Fomento/Banco Mundial. Recuperado de: https://openknowledge.worldbank.org/bitstream/handle/10986/26489/211014ovSP.pdf?sequence=5&isAllowed=y
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